Brasília, 25 de junho de 2014 – As oportunidades
continuam a surgir para os torcedores que ainda tentam comprar ingresso para os
jogos da Copa do Mundo da FIFA™ no Mané Garrincha. Com a eliminação precoce de
seleções favoritas como Inglaterra, Itália e Espanha, a FIFA indica que parte
dos turistas europeus pode optar pela devolução dos tíquetes, que ficam
disponíveis novamente no site da entidade.
Quem deseja comprar as entradas
devolvidas deve ficar atento ao site FIFA.com/ingressos e às vendas nos Centros
de Distribuição montados nas 12 cidades-sede. Em Brasília, a venda física é
feita no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, ao lado do Mané Garrincha.
A disponibilidade de assentos é
atualizada a cada 5 minutos, e ao longo dos dias, a exemplo desta quarta-feira (25), os ingressos para
as quatro partidas que ainda serão realizadas no Estádio Nacional de Brasília voltaram a
constar no sistema, para serem vendidos novamente após alguns instantes.
Compra segura – O site da
FIFA e os Centros de Distribuição são os únicos canais oficiais de venda de
ingressos. Ao comprar de cambistas, o cidadão assume o risco de adquirir
tíquetes falsos, ou ainda, de não conseguir acessar o estádio. Isso porque há
tíquetes nominais, que só são aceitos mediante apresentação de documento de
identidade na entrada.
“A orientação é para que brasilienses
e turistas não comprem de cambistas. Seja com ingresso falso ou em nome de
outra pessoa, o acesso ao estádio é negado e a pessoa perde dinheiro. A FIFA
faz uma verificação visual e eletrônica dos bilhetes”, ressalta o delegado da
Coordenação de Fraudes da Polícia Civil do DF, Jeferson Lisboa.
Além da frustração de ser barrado na
porta das arenas, o torcedor enfrenta outra dor de cabeça: um longo trâmite
judicial para reparar o prejuízo financeiro. “A vítima precisa levar os
ingressos falsos à delegacia e entrar com uma ação na Justiça solicitando a
devolução do dinheiro”, explica o delegado.
Punição – Quem se
arrisca a vender ingressos para o Mundial de forma irregular pode responder
criminalmente, com base no Estatuto do Torcedor (Lei nº 12.299/2010). De acordo
com o artigo 41-F, vender ingressos de evento esportivo por preço superior ao
estampado no bilhete é crime, com pena de um a dois anos em regime fechado e
multa.
A lei também pune, no artigo 41-G, a
pessoa que fornecer, desviar ou facilitar a distribuição destes ingressos, com
penas maiores: dois a quatro anos de prisão e multa. A pena pode aumentar,
ainda, caso o agente seja servidor público, dirigente ou funcionário da
entidade responsável pelo campeonato.
Segundo o Departamento de Defesa dos
Direitos do Torcedor do Ministério do Esporte, o comprador não pode ser
enquadrado no crime de cambismo com base no Estatuto. No entanto, durante a
investigação policial, pode ser acusado de outros crimes como falsidade
ideológica (se passar pelo portador original do ingresso), estelionato (falsificar
documentos para comprovar compra ou identidade), roubo ou receptação (caso seja
provado que o ingresso foi roubado ou furtado de outro comprador).
Para reprimir esse tipo de crime,
profissionais de segurança, fardados e não identificados, atuam nos arredores
do estádio e outros locais estratégicos.
Garantia – Para a
bancária Amanda Santos, 28 anos, adquirir os ingressos nas fontes oficiais é o
melhor caminho. Após muita insistência, ela conseguiu entradas para a partida
entre Portugal e Gana, nesta quinta-feira (26/6), além da disputa do terceiro
lugar, ambos no Mané. “Pensei em recorrer a um cambista, mas pensei melhor e
fiz o que era certo. Se comprasse dessa forma não teria garantia, poderiam ser
falsos. Aí sim seria uma frustração”, avalia.
O casal de servidores públicos Paulo
Araújo, 29, e Liliana Duarte, 27, também seguiram o procedimento correto. E
valeu a pena: eles receberam, na madrugada desta terça-feira, a confirmação das
entradas para a final da Copa do Mundo, no Rio de Janeiro. “Temos amigos que
compraram com pessoas de má fé. Além de ser ilegal, eles pagaram uma fortuna.
Quem garante que esses ingressos são verdadeiros?”, questiona a torcedora.
==> Foto: Helio Montferre / ComCopa
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