Um encontro entre a arte cinematográfica e o melhor da gastronomia
mundial, com foco na sustentabilidade. Ou a fusão entre o prato e o planeta.
Assim pode ser definido o perfil de SLOW FILME – FESTIVAL INTERNACIONAL DE
CINEMA E ALIMENTAÇÃO, que está chegando à 10ª edição e pela vez em Brasília.
Uma verdadeira festa de sabores e conscientização, o festival reúne exibições
de filmes, conversas, passeios, degustações e palestras, tudo com entrada
franca. O 10º SLOW FILME vai acontecer de 1º a 4 de agosto, no Cine Brasília,
com extensão para o Centro Cultural Renato Russo 508 sul. Logo na noite de
abertura, exibição do famoso “Slow Food
Story”, que conta as origens do movimento que revolucionou a gastronomia no
mundo, acompanhada de uma apresentação da atuação do Slow Food Cerrado. Classificação etária: 12 anos.
Sob a curadoria do professor, cineasta e crítico Sérgio Moriconi, SLOW
FILME oferece uma programação de qualidade, em concordância com os princípios
do movimento Slow Food, que prega o
retorno à tradição alimentar, o
respeito à identidade dos povos, o uso de ingredientes produzidos localmente,
de forma limpa para a natureza e justa para com os produtores. O festival é
único com este perfil no Brasil e vem sendo realizado desde 2010 pela empresa
Objeto Sim Projetos Culturais. Até o ano passado (2018), o evento acontecia na
pequena cidade de Pirenópolis, Goiás, situada a 150 km de Brasília. Em 2019,
quando completa 10 anos, SLOW FILME chega a Brasília, com uma programação
potente.
Na capital brasileira, o festival vai acontecer no Cine Brasília, com
a exibição de 23 filmes, palestras, lançamentos de livros e uma feira de
produtos locais que ficará montada durante os quatro dias do evento. Como
extensão, várias atividades ocuparão também o Espaço Cultural Renato Russo 508
Sul. Ali, haverá exibições seguidas de debates, workshops e um passeio para
reconhecimento de PANCs – Plantas Alimentícias Não-Convencionais, quando os espectadores
serão convidados a andar a pé pelas quadras da asa sul para descobrir que
muitas plantas consideradas “mato” são, na verdade, comestíveis.
Em 2019, o festival também decidiu homenagear duas personalidades que
apoiam o evento desde seus primeiros anos, o chef Juan Pratginestós, que
comanda a cozinha do Restaurante Montserrat, de Pirenópolis, e a jornalista
Liana Sabo, que assina a coluna Favas Contadas, no Correio Braziliense, uma
pioneira do jornalismo gastronômico. Juan, inclusive, é personagem principal do
primeiro episódio da série Alma D’Chef,
do cineasta e produtor Ronaldo Duque, que será lançada durante o festival.
O 10º SLOW FILME conta com patrocínio do BRB e apoio da Secretaria de
Cultura e Economia Criativa do Governo do Distrito Federal, do Espaço Cultural
Renato Russo 508 Sul, das embaixadas da Itália, Austrália, República da
Geórgia, Áustria, França, Espanha e Peru, Instituto Francês, Instituto Cervantes,
Slow Food Cerrado, Instituto Ecozinha e Instituto Federal de Educação.
SINTONIA ENTRE IMAGENS E
SABORES
Imagens que vão despertar as papilas dos espectadores, dar água na
boca e provocar mudanças no cardápio diário. Mensagens que provarão que todo consumo
é um ato político e interfere na vida sobre o planeta. É feita dessas
substâncias a essência dos filmes do festival SLOW FILME. São títulos que
apresentam registros da cozinha pilotada por grandes chefs internacionais,
denúncias e soluções, encantam os olhos com belas imagens e despertam o
paladar, nos fazendo suspirar diante de ingredientes e receitas.
As sessões do 10º SLOW FILME começam às 17h30 de quinta-feira, dia 1º
de agosto, e seguem até às 21h de domingo, dia 4 de agosto, num total de 20 sessões
no Cine Brasília e uma no Espaço Cultural 508 Sul. São títulos como “Faça Homus, não faça a guerra”, um
curioso filme australiano que parte da produção da célebre pasta de grão de
bico para falar do conflito entre Israel, Palestina e Líbano. O peruano “Na trilha de Gastón” revela como a
atuação do chef Gaston Acurio, um dos mais premiados do mundo, foi capaz de
recuperar a autoestima de todo o país – hoje, há restaurantes peruanos
espalhados pelo mundo e várias escolas de gastronomia no Peru, garantindo
colocação de trabalho para milhares de pessoas. E “O chef errante” é uma produção coreana que retrata o mais famoso
chef da Coreia do Sul numa incursão pelo interior do país onde colhe e prepara
maravilhas somente usando PANCs – Plantas Alimentícias Não-Convencionais.
Logo no dia de abertura, o festival vai exibir o americano “Histórias da Comida Cubana”, do diretor
cubano Asori Soto (radicado em Nova York), que apresenta um verdadeiro mergulho
nas receitas tradicionais da gastronomia da ilha. Também no campo da culinária
de identidade e raízes, o festival exibirá quatro capítulos da série brasileira
“História da Alimentação no Brasil”,
do cineasta e produtor paulista Eugenio Puppo - os episódios são inspirados em
pesquisas feitas pelo maior folclorista brasileiro, o potiguar Luís da Câmara
Cascudo, e apresentadas em livro homônimo. Ainda o espanhol “Jaén: Virgen & Extra”, sobre uma
região da Andaluzia, onde se descobriu, no início do século XXI, uma azeitona
que produz hoje o melhor azeite do país; e o georgiano “Meridiano do Vinho”, um belo registro da história da produção do
vinho na Geórgia, que desde oito mil anos atrás continua sendo preparado da
mesma forma.
CINEMA E CONSCIENTIZAÇÃO
Estamos no planeta Terra e as notícias não são boas. Se não tomarmos
atitudes drásticas - como indivíduos e como nações - em 30 anos, os oceanos
terão mais plástico do que peixes, não existirão mais tigres, ursos polares ou
gorilas das montanhas (apenas em cativeiro) e teremos a cada ano temperaturas
mais elevadas. Em menos de 100 anos, a vida no planeta azul se tornará
inviável. Mas ainda há tempo de reagir. É neste caminho que atuam filmes como “O Sabor do Desperdício”, do alemão
Valentin Thurn, e “O Roundup face aos seus juízes”, uma coprodução entre França,
Suiça e Belgica, assinada por Marie-Monique Robin, mesma diretora do premiado
documentário “O Mundo segundo a Monsanto”. Os dois títulos serão exibidos acompanhados
de conversas e debates, contando com a participação de Sofia Carvalho,
agricultora e membro da campanha permanente contra os agrotóxicos, de Thaíssa
Aragão, líder do Convívio Slow Food Cerrado e do engenheiro florestal e
proprietário da fazenda Malunga ( produtos orgânicos), Joe Valle.
O alemão “O Sabor do
Desperdício” mostra o imenso volume de alimento que é jogado fora
diariamente no mundo. “O Roundup face aos seus juízes” é um devastador documentário-enquete sobre o
produto fetiche da gigante multinacional de biotecnologia dos EUA, a Monsanto,
líder mundial na fabricação de herbicidas.
Na mesma linha de um cinema que dialoga com questões políticas, SLOW FILME
exibirá ainda “A mentira verde”, produção
austríaca que desmascara grandes empresas que se dizem sustentáveis, e “O Império do Ouro Vermelho”, sobre a
produção em massa de tomates, geneticamente modificados. O tomate é também tema
do bem-humorado curta “Dois tomates e
dois destinos”, produzido pela ONG Veterinários Sem Fronteiras, que mostra
a diferença de sabor entre um tomate orgânico e um transgênico.
E como a comida define a identidade de um povo? Um pouco das respostas
a esse questionamento está no filme brasileiro “Comer o quê?”, de Leonardo Brant, que oferece um passeio pela
gastronomia e pelos hábitos alimentares dos brasileiros, guiado por chefs como
Alex Atala, Bela Gil e Helena Rizzo. Identidade é também o foco dos italianos “I Villani”, sobre camponeses e
pescadores que seguem com o mesmo estilo de vida de seus bisavós, e de “O Retorno”, sobre a culinária de
Massimo Bottura, três estrelas no Michellin, inspirada na arte, na paisagem e
na tradição. A sabedoria tradicional está ainda no cerne de “Retrato de um Jardim”, com os
ensinamentos de um jardineiro idoso e sábio sobre como cuidar das plantas, e “Senhor Maionese”, que revela um
episódio real da Segunda Guerra Mundial, no qual a tradição de comer maionese
salvou a vida de vários judeus perseguidos pelo Terceiro Reich.
Para incentivar o reconhecimento dos frutos e plantas do cerrado, SLOW
FILME acolherá o lançamento dos dois volumes do livro “Frutos e Sementes do Cerrado”, de Marcelo Kuhlmann. A obra é
resultado de mais de 10 anos de pesquisa feita pelo biólogo e doutor em Botânica Marcelo Kuhlmann. O autor inclusive
coordenará um passeio de reconhecimento do cerrado no Jardim Botânico para
espectadores do festival.
HOMENAGEADOS
JUAN PRATGINESTÓS
Nascido em Barcelona e radicado no Brasil desde 1962, atuou como
fotógrafo por mais de 30 anos, tornando-se um dos mais conceituados da área do
meio ambiente no Brasil. Fez parte da sucursal Brasília da Agência F-4 de
Fotojornalismo, dedicou-se à documentação fotográfica de projetos ambientes no
Brasil e na América Latina para organizações como WWF – Fundo Mundial para o
Meio Ambiente, IBAMA, Ministério do Meio Ambiente, CNPT – Conselho Nacional das
Populações tradicionais, dentre outros. Foi editor de fotografia da Revista da
UnB e integrou o Núcleo de Estudos da Amazônia pela Universidade de Brasília,
além de ser convidado a participar de diversas coletivas de fotografias.
Em 2010, abandonou Brasília e a profissão de fotógrafo para se dedicar
à paixão pela culinária e fundou, em Pirenópolis, o restaurante Montserrat
Gastronomia, localizado às margens do Rio das Almas e cujo nome homenageia a
mãe de Juan. Ali, o chef pratica uma gastronomia original, fundindo culinária
clássica com toques contemporâneos, sotaque catalão e mediterrâneo com toques
de sabor goiano. O Montserrat tem sido uma segunda casa do SLOW FILME,
acolhendo e realizando os almoços especiais de domingo, em todas as edições do
evento em Pirenópolis. Nossa gratidão a esse grande e querido parceiro!
LIANA SABO
Uma das profissionais mais respeitadas do
jornalismo brasiliense, Liana Sabo iniciou e consolidou sua carreira no Correio
Braziliense. Liana chegou a Brasília em 1968, em um período conturbado, para
cobrir política nacional no Palácio do Planalto e, anos mais tarde, política
externa como setorista do Itamaraty. No início dos anos 1990, criou o Caderno
Mulher, primeiro suplemento feminino do Correio Braziliense. Oito anos mais
tarde, outra atitude pioneira: Liana cria a coluna Favas Contadas, que se tornou um divisor de águas na cena
gastronômica de Brasília.
Em 21 anos, Liana publicou mais de 1.000
colunas, levando aos brasilienses as novidades do mundo da gastronomia, do
vinho, da boa mesa. Além de divulgar o trabalho de chefs e proprietários de
cafés, bares e restaurantes, ajudou a desenvolver o senso crítico em seus
leitores com sua crônica gastronômica, marcada por pitadas de humor. Liana Sabo
tem sido uma parceira do Slow Filme desde
o início da história do festival, incentivando e apoiando o evento, fazendo
questão de estar presente às exibições e atividades paralelas. A ela o nosso
eterno agradecimento.
PROGRAMAÇÃO/CINE BRASÍLIA
QUINTA-FEIRA, DIA 1º DE AGOSTO
17h30 - Apresentação do Slow Food
Cerrado pelos facilitadores Thaíssa Aragão (líder do Convivium Slow Food Cerrado) e Jean Marconi (ativista,
Slow Food – Região Centro-Oeste)
18h00 - Slow
Food Story (74’)
20h00 - Sessão Especial de
abertura com lançamento da série Alma
D’Chef – do cineasta Ronaldo Duque. Homenagem ao cozinheiro Juan
Pratginestós
20h30 – Histórias da Comida Cubana (82’)
SEXTA-FEIRA, DIA 02 DE
AGOSTO
16h00 - Meridiano do Vinho (60’)
(Após a sessão, a
sommelier Patrícia Amada estará no foyer do cinema, para conversar sobre vinhos
georgianos. Também serão disponibilizados para a compra os rótulos Tbilisi
Tinto 2017 e Saperavi Tinto 2016)
17h30 - Na Trilha de Gastón (75’)
19h00 - O Império
do Ouro Vermelho (54’)
20h30 - Homenagem a Liana Sabo (responsável pela coluna
Favas Contadas do Correio Braziliense)
20h45 - Senhor
Maionese (95’)
SÁBADO, DIA 03 DE AGOSTO
11h00 - Dois
tomates e dois destinos + Comer o
quê? (75’)
15h00
- Jaén – Virgen
& Extra (90’)
17h00 - Faça
Homus, não faça Guerra (77’)
18h30 - I
Villani (83’)
20h30 - O chef
errante (85’)
DOMINGO, DIA 04 DE AGOSTO
10h30 - O Sabor
do Desperdício (88’)
(Após a sessão, conversa com Paulo Mello, chef,
permacultor, empresário e fundador do Instituto Ecozinha)
15h30 - Quando a
Itália comia em preto e branco (20’) + O
Retorno (12’)
16h30 - Retrato
de um Jardim (93’)
18h30 - Lançamento do registro audiovisual, com a
presença dos chefs, do projeto Cerrado no
Prato – Expedição Kalungas – Vão das Almas/GO (3’) + História da Alimentação no Brasil (100’)
(Após a exibição, degustação
da tradicional paçoca de gergelim, produzida pela comunidade)
21h00 - A Mentira
Verde (97’)
SINOPSES
A MENTIRA
VERDE
(The Green Lie)
Áustria,
2018, 97min
Direção:
Werner Boote
Carros elétricos ecologicamente corretos,
produtos alimentícios produzidos de forma sustentável, processos de produção
justos. Uau! Se tudo o que as corporações nos dizem é verdade, podemos salvar o
mundo somente com nossas decisões de compra! Uma mentira popular e perigosa.
Neste documentário, o diretor Werner Boote apresenta, junto com a ambientalista
Kathrin Hartmann, as imagens de marketing sustentável (greenwashing) que grandes atores globais fizeram nos últimos anos
com o intuito de recuperar a confiança da crescente multidão de clientes
céticos. Eles discutem as conexões entre ecologia e economia e os erros de
políticas que transferem a responsabilidade de uma gestão justa e sustentável
de recursos para os consumidores.
Werner
Boote é um premiado cineasta austríaco, detentor de alguns dos mais importantes
títulos em festivais como Berlim e Dinamarca. É autor de filmes como ‘Planet
Plastic’, de 2009, exibido em mais de 70 países. Boote também assina filmes
produzidos
ALMA D’CHEF
Brasil, 2019, 24min
Dir. Ronaldo Duque
Com Juan Pratginestós
Primeiro episódio da série documental que vai
explorar experiências de chefs que assumiram o comando de cozinhas tardiamente,
após terem construído carreiras de sucesso em diferentes profissões. O primeiro
dos 13 episódios do projeto é dedicado ao chef Juan Pratginestós, que antes de
se dedicar à gastronomia, construiu uma consagrada trajetória como fotógrafo.
Ronaldo
Duque é cineasta, realizador dos longas-metragens ‘Araguaya, Conspiração do
Silêncio’ e ‘Amor & Brega’, e do média ‘O Togo e a triste história da
escravidão’. Jornalista, produtor e diretor de cinema e televisão, já assinou
dezenas de documentários, comerciais e
programas de TV, atuou como editor da TV Globo, de publicações como a revista
IstoÉ e outros grandes jornais.
CERRADO NO
PRATO – EXPEDIÇÃO KALUNGAS – VÃO DAS ALMAS/GO
Brasil, 2019, 3min
Participação dos chefs Ana Paula Jacques, Almir da
Fonseca, Matheus Zanella, Leandro Nunes e Simon Lau e dos anfitriões Fiota,
Calisto, André (Coentro), Ademilson, Jacilene, Luan, Arla, Yuan Mayan e Maina
Fotografia: Rafael Facundo e Camila Sena
O projeto Cerrado no Prato, com
curadoria da chef Ana Paula Jacques, é uma plataforma colaborativa e integrada
que reúne pesquisadores e chefs de cozinha e tem como objetivo promover o uso
sustentável da sociobiodiversidade do Cerrado na gastronomia e no turismo, como
estratégia para valorização e conservação do segundo maior bioma brasileiro.
Para ampliar o conhecimento sobre o Cerrado, o projeto se expandiu através das Expedições,
que buscam ampliar as conexões com as comunidades tradicionais, agroextrativistas,
agricultores familiares por meio de vivências, trocas e interações diretas. O
vídeo registra a Expedição ao Vão das Almas, situado em Cavalcante, Goiás.
Ana Paula Jacques é Doutoranda em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade
de Brasília (UnB), Mestra em Turismo pela UnB e pesquisadora em gastronomia,
patrimônio cultural, turismo e sustentabilidade. Atua como professora efetiva
de gastronomia no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
Brasília (IFB).
COMER O QUÊ?
Brasil, 2015, 60min,
documentário
Dir. Leonardo Brant,
com a colaboração de Caio Amon, Graziela Mantoanelli
Roteiro: Caio Amon,
Graziela Mantoanelli e Leonardo Brant
Pesquisa: Graziela
Mantoanelli
A comida define
nossa identidade? Quais os benefícios dos alimentos orgânicos? Será que nossos
hábitos alimentares influenciam a distribuição de renda ou as condições
ambientais do nosso planeta? Essas e outras perguntas são exploradas em ‘Comer
o quê?’. Personagens como Alex Atala, Bela Gil, Helena Rizzo,
Josimar Melo, Neka Menna Barreto, Marcos Palmeira, Márcio Atalla, Roberto
Smeraldi, Fabiolla Duarte, Cláudia Visoni e outros convidam o espectador para
um mergulho na gastronomia e nos hábitos alimentares dos brasileiros.
Agronegócio, nutrição, economia, gastronomia, saúde também estão no cardápio do
filme.
Leonardo Botelho Brant é documentarista, pesquisador,
empreendedor, autor de livros como ‘Mercado Cultural’ (2001) e ‘O Poder da
Cultura’ (2009). Criou e coordenou o Projeto Asa e o site Arte-Cidadania,
programa premiado que atendeu mais de cinco mil crianças de baixa renda no
Brasil. Criador da Deusdará Filmes, com a qual produz e dirige documentários.
Em 2018, idealizou a plataforma DocMakers, coletivo que visa construir um novo
mercado para o documentário brasileiro.
DOIS TOMATES E DOIS
DESTINOS (Dos
tomates y dos destinos)
Espanha, 2012, 9min
Uma produção da VSF –
Veterinários sin Fronteras
Ideia original de Aníbal
Gómez
Com Joaquín Reyes e
Carlos Areces
Dois tomates, o transgênico K-44 e o orgânico Maurício, se conheceram
através de um chat da internet e marcam encontro em um bar. A princípio, K-44
parece mais atraente, mas Maurício tem uma coisa que deixará K-44 louco. No
entanto, Maurício sabe muito bem o que quer e o que não quer.
VSF – Veterinários sin Fronteras
é uma ONG de atuação internacional, que visa oferecer mais qualidade de vida a
populações menos favorecidas. Atua em várias frentes, dentre elas o cinema,
realizando documentários e ficções.
FAÇA HOMUS, NÃO FAÇA
GUERRA (Make
Hummus Not War)
Austrália, 2012, 77min
Direção: Trevor Graham
Pode o amor pelo homus ser a receita para a paz no Oriente Médio? A
partir desse questionamento, o diretor Trevor Graham (ele mesmo um apaixonado
pelo homus) parte numa jornada por países que, apesar de viverem em guerra uns
contra os outros, têm em comum a paixão pelo alimento preparado com
grão-de-bico. O diretor passeia por bares e cozinhas de Beirute, Tel Aviv,
Jerusalém e Nova York, encontrando colonos, ativistas políticos, fazendeiros,
cozinheiros e sheiks para quem o amor pelo homus beira a obsessão. De forma
bem-humorada, Trevor Graham apresenta a guerra sob uma perspectiva curiosa:
quem detém a herança da receita original do homus?
Trevor Graham trabalhou
como escritor, produtor e diretor de documentários na indústria australiana por
quase 30 anos. Seus documentários foram exibidos e transmitidos nacionalmente e
em todo o mundo. Graham fez inúmeras coproduções e trabalhos comissionados para
o Canal 4 e para a BBC (Grã-Bretanha), WGBH (América), ARTE (França / Alemanha),
AVRO (Holanda), SBS e ABC TV (Austrália).
HISTÓRIAS DA COMIDA CUBANA (Cuban
Food Stories)
EUA, 2018, 82min
Direção e
produção: Asori Soto
Depois de viver dez anos como
expatriado nos Estados Unidos, Asori Soto decide retornar à sua terra natal,
Cuba, para procurar os sabores que faltam em sua infância. Cuban Food Stories é um filme sobre comida, sociedade e cultura na
ilha de Cuba. Uma aventura pessoal por toda a ilha para descobrir os mais
autênticos sabores e histórias por trás da culinária cubana. Um filme com
acesso sem precedentes a regiões tão remotas que só se pode chegar de jangada,
a cavalo ou nadando.
Nascido
em Havana, Cuba, Asori Soto é diretor e produtor radicado em Nova York. Formado
em História da Arte, é um dos fundadores do Movimento Cubano de Cinema
Independente.
I VILLANI
Itália, 2018, 83min
Direção: Daniele De
Michele
I Villani é uma expressão que
indica a simplicidade e autenticidade dos camponeses e trabalhadores humildes,
que produzem seus alimentos segundo práticas tradicionais. O filme acompanha a
rotina de quatro trabalhadores, do nascer ao por do sol, do início ao fim de
sua jornada de trabalho. Da hora em que acordam até o momento em que vão
dormir, seus ofícios, suas famílias, prazeres e tristezas são analisados enquanto
eles explicam a sensação de viver e falam sobre pesca e agricultura. A maior
questão que permeia suas preocupações é quanto tempo eles possuem até que sejam
substituídos pela automação.
Segundo o New York Times,
"um (e em alguns aspectos único) dos ativistas alimentares mais
inventivos", Daniele de Michele colabora com Geo e Geo (RAI3), La Effe,
Fahreneith (Radio3). Faz curadoria para séries de televisão e publica livros
sobre gastronomia e alimentação. Escreve regularmente para Repubblica, Corriere
della Sera, Esquerda e colabora com Alias, Fooding.
JAÉN – VIRGEN & EXTRA
Espanha, 2018, 90min
Direção: José Luis Lopez-Linares
O azeite é o componente essencial da dieta mediterrânica. No início do
século 21, uma revolução começou em Jaén, município espanhol da Andaluzia: la
Picual, a mais emblemática das azeitonas locais, historicamente subvalorizada,
poderia dar o melhor azeite de oliva extra virgem do mundo. Este documentário
apresenta os desafios colocados por esta mudança através dos olhos das pessoas
do olival de Jaén, dos chefs que viram nesta mudança uma revolução
gastronômica, dos olivicultores e consumidores, e a beleza escondida de uma das
províncias mais desconhecidas da Espanha.
Premiado
diretor de fotografia e realizador espanhol, José Luis Lopez-Linares atuou como assistente de nomes como Carlos Saura e Fernando Trueba,
antes de começar a produzir seus próprios filmes. Já assinou mais de 40
títulos, alguns premiados com o Goya, o mais importante prêmio do cinema
espanhol. ‘Jaen - Virgen & Extra’ recebeu oito indicações ao Goya 2019,
entre eles Melhor Filme, Diretor, Roteiro, Fotografia.
MERIDIANO DO VINHO (Ghvinis Nulovani Meridiani)
Geórgia, 2016, 60min
Direção: Nana Jorjadze
Na década de 1960, uma das maiores descobertas no
mundo vínico foi o reconhecimento da Geórgia como o berço do vinho. No filme,
um jovem que sonha em emigrar e que quer descobrir um lugar no mundo e na vida,
começa a percorrer a rota do vinho. As descobertas durante sua aventura
o levam de volta ao local de nascimento do vinho, seu próprio local de
nascimento: a Geórgia. Um filme divertido e agradável, que explica o processo
de produção de vinho no país (hoje e intercalado com incríveis imagens
históricas de arquivo) e detalha a grande variedade de uvas e tipos de videiras
encontradas nas várias regiões da Geórgia.
Nana Jorjadze é cineasta, roteirista e atriz georgiana, nascida em Tblisi.
O filme foi o grande vencedor do Hollywood Documentary Film Festival, onde
conquistou cinco prêmios, e detentor de vários prêmios internacionais como o de
Prêmio de Melhor Filme no Festival de Cinema Enológico de Oenovideo, na França, e Melhor Filme Estrangeiro no
festival espanhol MOST 2016.
NA TRILHA DE GASTÓN (Buscando a Gastón)
Peru,
2014, 75 min, Documentário
Direção: Patricia Perez
Há muitos grandes chefs no mundo, mas
apenas um é considerado herói nacional. Este é Gastón Acurio, um dos chefs mais
consagrados internacionalmente, que, através da gastronomia, recuperou a
autoestima e até mesmo a identidade do povo peruano. O filme apresenta as
histórias, os sonhos e as inspirações por trás desse homem que transcendeu a
gastronomia em uma missão para mudar seu país por meio da comida. Na tela está
o mundo da culinária peruana e todo o poder dos alimentos no Peru. Gastón
ensina, por meio de sua atitude, a importância da convicção e o valor da
vocação para realizar qualquer projeto com amor e com a consciência de que,
para alcançar qualquer coisa, é necessária a colaboração de outras pessoas.
Porque as pessoas que são apaixonadas o suficiente para acreditar que podem
fazer a diferença são as que realmente o fazem.
Patricia
Perez é cineasta, produtora e roteirista, realizadora também do curta
documentário ‘Mistura – The Power of Fodd’, de 2011.
O CHEF ERRANTE (The Wandering Chef)
Coreia do Sul, 2018,
85min
Direção: Hye-Ryoung Park
JihoIm, conhecido como o "Chef Errante", é um chef de renome
mundial, conhecido por viajar de um extremo a outro da península coreana,
buscando ingredientes exclusivos conhecidos por suas propriedades medicinais e preparando
deliciosas refeições para os moradores locais. Para ele, a natureza está no
centro de sua vida e de seu trabalho criativo. Um dia, ele conhece alguém muito
especial na estrada que o leva ao desafio mais incrível da sua vida: conceber e
cozinhar 108 pratos em 24 horas - significante das 108 agonias da vida no
budismo - para homenagear sua mãe adotiva.
Por quase duas décadas,
Hye-Ryoung fez mais de 40 documentários para as principais emissoras da Coréia
do Sul. Mais conhecida como diretora de "The Wandering Chef" (2009),
seus trabalhos incluem "Mother, I'm Fine" (2008) e "Remember, I
Love You" (2006). Seu forte são documentários de interesse humano, com uma
abordagem antropológica. É também produtora executiva de populares programas de
entretenimento na Coréia e fundadora da produtora Hayanso Entertainment.
O IMPÉRIO DO OURO
VERMELHO (L'empire de l'orrouge)
França, 2017, 54min
Diretor:
Jean-Baptiste Mallet e Xavier Deleu
A
fruta mais consumida do mundo tem uma história não contada. A industrialização
do humilde tomate precedeu a economia globalizada que se seguiria. Agora é uma
commodity como trigo, arroz ou gasolina. A capacidade do tomate de criar
produtos fortemente identificáveis, como ketchup, molho de pizza, sopas,
molhos, bebidas ou pratos congelados, é imbatível. Já em 1897, dez anos antes
de Ford começar a produzir carros em massa, a Heinz convertia tomates em latas
padronizadas de purê. Ela foi uma das primeiras empresas a entender o poder da
marca. A Heinz baniu os sindicatos, impôs padrões uniformes de produção e
estabeleceu laboratórios genéticos que asseguraram plantações de tomate
idênticas em todo o mundo.
Jean-Baptiste Malet é
jornalista e colabora para Monde Diplomatique. Já realizou diversos
documentários, como ‘Em Amazonie’, de 2013.
Xavier Deleu é
diretor, fotógrafo e roteirista, com ampla atuação na televisão, onde assina
seriados e séries documentais. Recentemente, lançou ‘Cannabis: quand le deal
est légal’, de 2019.
‘O Império do Ouro Vermelho’ recebeu o Prix Albert-Londres du Livre em
2018 , concedido às grandes reportagens em língua francesa.
O ROUNDUP FACE AOS SEUS JUÍZES
(Documentário/França/Suíça/Bélgica/96min/2017)
Direção: Marie-Monique Robin
Dez anos depois de O Mundo Segundo
a Monsanto, Marie-Monique Robin realiza um devastador documentário-enquete
sobre o produto fetiche da gigante multinacional de biotecnologia dos EUA.
Baseando-se em pesquisas cientificas e nas observações efetuadas a partir de
inúmeras viagens através do mundo, a diretora promove um implacável ato
acusatório baseado em um perturbador e desconcertante dossiê de documentos e de
depoimentos inéditos. O filme se posiciona contra as agressões ao meio
ambiente, proporcionadas pelo uso do herbicida roundup, o mais vendido no
mundo, cuja fórmula inclui o glifossato, molécula altamente tóxica. Seu uso
provoca má formação nas crianças, cânceres, além de moléstias respiratórias e
renais. No filme, cientistas e especialistas, evidenciam o escândalo sanitário
em curso em países de todos os continentes incluindo o Brasil.
Marie-Monique Robin é uma premiada jornalista e documentarista
francesa. Recebeu o prêmio Albert Londres em 1995, por “Voleurs d'yeux”,
um trabalho sobre o roubo de órgãos. É autora do livro e documentário “Escadrons de
lamort, l'école française” (Os Esquadrões da morte: A escola francesa),
sobre as ligações entre os serviços
secretos francês, argentino e chileno. A cineasta dedicou três anos de
pesquisas para compor o roteiro de “O Mundo Segundo a Monsanto”, analisou 500 mil páginas de documentos e viajou à Grã-Bretanha,
Estados Unidos, Índia, México, Brasil, Vietnã e Noruega.
O RETORNO (IL RITORNO)
Itália, 2011, 12 min,
Documentário
Direção: Roberto Rabitti
Curta-metragem que descreve os princípios gastronômicos nos quais se
baseia a culinária de Massimo Bottura, patrono chef da cozinha da Osteria
Francescana, de Módena, Itália, restaurante que tem três estrelas no
prestigiado Guia Michellin e está listado no top cinco dos melhores
restaurantes do mundo. O chef é conhecido por buscar referências e inspiração
para seus pratos na arte, na paisagem e na tradição.
Roberto Rabitti é
videomaker, editor, produtor, compositor e musicista. Assinou diversos
trabalhos para publicidade e conquistou prêmios por suas obras individuais.
Concebeu e dirigiu festivais como VIDEOR, o primeiro festival italiano em
transmissão ao vivo.
O SABOR DO DESPERDÍCIO (Taste the waste)
Alemanha, 2011, Cor, 88
min, Documentário
Direção: Valentin Thurn
Porque jogamos nossa comida no lixo? Domicílios alemães estão jogando
fora alimentos no valor de 20 bilhões de euros por ano, o mesmo valor do
faturamento anual do grupo Aldi, uma das maiores empresas do ramo de
supermercado da Alemanha. A comida desperdiçada na Europa daria para alimentar
duas vezes todas as pessoas que estão passando fome no mundo. Taste the Waste mostra que está
começando uma mudança de pensamento mundial e que já existem pessoas que
contrariam esse absurdo com muito engajamento e ideias valiosas.
Premiado diretor e
roteirista alemão, Valentin Thurn é cofundador da International Federation of
Environmental Journalists. Escreve e dirige documentários – vários deles
premiados –, transmitidos por diferentes emissoras alemãs. Em 2013, fundou um
site de compartilhamento de alimentos.
‘O Sabor do Desperdício’
foi escolhido Melhor Filme do Atlantis Environment and Nature Film Festival
2011, na Alemanha, Melhor Documentário no Festival Internacional de Cinema
EKOFILM, da República Tcheca, e Prêmio de Mídia Ambiental da Organização Alemã
do Meio Ambiente.
QUANDO A ITÁLIA COMIA EM
BRANCO E PRETO (Quando L’italia mangiava in bianco e nero)
Itália, 2015, 20min,
documentário
Direção: Andrea Gropplero
di Troppenburg
Uma viagem divertida sobre as receitas tradicionais e regionais da
cozinha italiana, através de imagens em branco e preto, recuperada do Archivio
Cinetografico do Instituto Luce Cinecittá, de Roma, Itália. Um delicioso
percurso por alimentos, cozinhas, depoimentos e casos divertidos de
personalidades da indústria do entretenimento e da cultura.
Andrea Gropplero di
Troppenburg é diretor, roteirista e produtor italiano, que fez sua estreia com
‘Quando a Itália comia em branco e preto’. Depois, lançou ‘Comunismo Futuro’,
2017, e ‘El Colore della Fatica’, 2018.
RETRATO DE UM JARDIM (Portrait of a
Garden)
Holanda,
98min, documentário
Dir.
Rosie Stapel
Em uma histórica horta de uma propriedade
holandesa, um mestre podador de 85 anos e um jardineiro cuidam dos arranjos de
galhos em um muro. Enquanto trabalham, conversam sobre comida, o clima e uma
infinidade de outros assuntos do mundo. Durante todo esse tempo, compartilham
seus conhecimentos sobre horticultura. Rodeados por plantas, árvores cítricas,
um laranjal histórico, pomares e uma exuberante vinha, dividem sua paixão e
seus conhecimentos sobre quais seriam os ingredientes básicos para o sucesso de
uma grande horta. Eles cuidam por mais de quinze anos de um caramanchão de pera
e se perguntam se ele vai “fechar” e ficar belo como de costume. O jardineiro
jovem escuta, absorto, esse velho mestre que se preocupa com a possível perda
de um conhecimento secular.
Rosie
Stapel é diretora, diretora de arte e principalmente designer de produção,
função que exerceu em vários filmes de Peter Greenaway. Ensina Design de
Produção na Universidade de Arte de Utrech. Em ‘Retrato de um Jardim’ assina a
direção, fotografia, edição e produção.
SENHOR MAIONESE (Monsieur Mayonnaise)
Austrália, 2016, 95min
Direção: Trevor Graham
Uma aventura épica estrelada por artistas,
heróis, nazistas, quadrinhos etc. Inspirado na história de família do próprio
realizador Philippe Mora, autor de mais de 40 filmes. Sua mãe, Mirka, era
artista visual nascida na França de origem judia; seu pai, Georges, era judeu
alemão, membro da Resistência Francesa. Junto com o mímico Marcel Marceau, os
dois enfrentaram o III Reich, usando um recurso bastante criativo: eles
passavam papéis da resistência e passaportes dentro de baguetes cheias de
maionese garlic. Com suas luvas brancas, os soldados alemães se negavam a abrir
o pão. Assim, salvaram a vida de milhares de judeus.
Trevor
Graham trabalhou como escritor, produtor e diretor de documentários na
indústria australiana por quase 30 anos. Seus documentários foram exibidos e
transmitidos nacionalmente e em todo o mundo.
SESSÃO ESPECIAL: SÉRIE HISTÓRIA DA ALIMENTAÇÃO NO BRASIL
Brasil, 2017, 112min
Realização da Heco Produções
Direção: Eugenio Puppo
Série que tem como fio condutor o livro homônimo
do maior folclorista brasileiro, o grande pesquisador Luis da Câmara Cascudo.
Entre 1943 e 1962, Cascudo viajou pelo Brasil, entrevistando ex-escravos,
especialistas, donas de casa, pessoas nas feiras, estudou a cultura indígena,
foi à África e estudou extensa bibliografia. O resultado foi o livro A História da Alimentação no Brasil, o
maior registro histórico e sociológico já produzido sobre a culinária
brasileira. O cineasta Eugenio Puppo seguiu os passos do mestre e concebeu uma
série de 13 capítulos, com 30 minutos cada um. SLOW FILME exibirá quatro
episódios.
Eugenio
Puppo é diretor, produtor, ator, roteirista, pesquisador, curador, editor de
livros. Em 1994, fundou a Heco Produções. Em 2014, ganhou o Candango de Melhor Filme
pelo Júri Popular do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, com o
documentário ‘Sem Pena’.
1. EMENTA PORTUGUESA
Nono episódio da série apresenta a relação entre
as culinárias brasileira e portuguesa, uma história de trocas e adaptações. Os
primeiros colonizadores europeus trouxeram mantimentos de sua terra natal, mas
também se depararam com a necessidade de adequar seus hábitos à oferta local de
alimento. Ao longo do tempo, criou-se uma “cultura transatlântica” da comida,
na qual os dois lados promoviam o intercâmbio alimentar. No filme estão os
pilares dessa rica culinária – a carne de porco, os frutos do mar, o pão, as
hortaliças –, a preparação de um prato clássico, as tripas à moda do Porto, e
uma releitura do cozido à portuguesa nas mãos de um chef-estrela de Lisboa.
Locais visitados: Alvito, Porto, Mirandela e Lisboa, em Portugal; Rio de
Janeiro e Belo Horizonte, no Brasil.
2. A RAINHA DO BRASIL
Nativa do Brasil e ingrediente básico da
culinária indígena, a mandioca foi descrita pelos cronistas portugueses já nos
primeiros registros sobre a flora brasileira. Muito consumida em todas as
partes do país até os dias de hoje, é um dos produtos-chave para entender a
alimentação do brasileiro. Não à toa, a mandioca recebeu de Câmara Cascudo o título
de realeza. O primeiro episódio da série vai até o Pará para acompanhar a
fabricação artesanal da farinha de mandioca, mostrar a riqueza de adaptações e
derivações da planta e revelar o resgate da tradição que cozinheiros
brasileiros têm feito ao oferecer pratos com mandioca em seus restaurantes.
Locais visitados: Bragança e Belém/Pará, São Paulo, Recife, Natal,
Pirenópolis/GO, Rio de Janeiro, Belém – Pará; Natal e São Miguel do Gostoso/RN
e Alvito em Portugal.
==> Foto: Face Oficial
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