A
programação do Festival Curta Brasília este ano foi intensa, com quase 100
horas de atividades. Exibições no Cine Brasília, em Cineclubes do DF e também
no Varjão e Riacho Fundo, com o Cinesolar (um cinema sobre rodas abastecido
pela energia do Sol). Além de debates, bate-papos, oficinas – de
videoclipe e videomapping – e apresentações de música que tornaram o
festival um terreno fértil para o encontro e a troca de ideias entre
fãs de cinema, produtores e realizadores de curtas.
Os
debates reuniram profissionais da área em torno de temas com a estética e o
mercado do curta-metragem. Com a forte presença de realizadores nacionais e
estrangeiros no festival, as comparações entre o mercado brasileiro e
internacional balizaram e enriqueceram as discussões. Já o bate-papo teve
valor histórico ao reunir pela primeira vez representantes de todos os
Festivais de Cinema no DF, como Festival de Brasília do Cinema Brasileiro,
Festival Internacional de Filmes Curtíssimos, Festival Internacional de Cinema
de Brasília e outros, para a discussão de políticas públicas em prol da
exibição de filmes.
Destaque
também para a ótima repercussão da mostra Surdocine – O som e o sentido, que
exibiu produções brasileiras que abordam a cultura surda (com legendas em
português e falados em Libras). Após a sessão, o debate em Libras (Língua
Brasileira de Sinais) reforçou a importância de ações específicas para o audiovisual.
Os patrocínios da Vivo, Secretaria de Cultura e
Governo de Brasília, Petrobras e Governo Federal garantiram ao público uma
programação de altíssima qualidade. Com copatrocínio do Shopping Conjunto
Nacional, Instituto Sabin, Embaixada da França, Institut Français e Cinemateca
da Embaixada da França, a seleção de filmes, dividida em 10 mostras, pôde
acolher a diversidade do público brasiliense, desde os amantes da música, com a
mostra competitiva de videoclipes, aos aficionados pelo cinema europeu
(francês, alemão e, este ano também, espanhol) e documentários, até o público
infantil, com a Mostra Calanguinho.
Conheça os premiados nas 19
categorias do festival:
Mostra Competitiva
Júri oficial - Troféu e R$ 6 mil
Vencedor:
Quando parei de me preocupar com
canalhas (SP/GO), dirigido por Tiago Vieira
Júri popular -Troféu e R$ 6 mil
Vencedor:
Até a China (RJ),
dirigido por Marão
Prêmios especiais:
Melhor fotografia: Ilha (PB)
Melhor som: O teto sobre
nós (RS)
Melhor montagem: Enquanto
o sangue coloria a noite, eu olhava as estrelas (SP), dirigido por Felipe
Arrojo Poroger
Melhor roteiro: Meio fio (DF)
Melhor direção de arte: Égun (MG)
Decibéis - Mostra de Videoclipes
Júri oficial - Troféu e R$ 2,5
mil
Vencedor:
Fiu fiu (SP)
- Filarmônica de Pasárgada - Direção: Thiago Ricarte
Júri popular - Troféu e R$ 2,5
mil
Vencedor:
Boca da terra (DF)
- Sacassaia - Direção: Cícero Fraga
Prêmio Direitos da Infância
- Instituto Sabin
Troféu para filme da Mostra
Calanguinho que melhor contemple questões relacionadas aos direitos da
infância.
Vencedor:
Entrevista de emprego (PR),
dirigido por Thiago Penteado
Prêmio Cine França Brasil
Viagem à França, oferecida pela
Embaixada da França no Brasil, para um representante de filme escolhido por
comissão.
Vencedor:
Enquanto o sangue coloria a
noite, eu olhava as estrelas (SP), dirigido por Felipe
Arrojo Poroger
Prêmio Brazucah
R$ 800 e inclusão de filme da
mostra competitiva em um dos projetos itinerantes da produtora Brazucah em
2016.
Vencedor:
Bravura (SC),
dirigido por Leonardo Minozzo
Prêmio Aquisição PlayTV
Três videoclipes serão escolhidos
por comissão para exibição no programa Udigrudi e o vencedor da mostra Decibéis
entrará na programação regular da PlayTV em 2016.
Vencedores:
Fiu fiu (SP)
- Filarmônica de Pasargada, dirigido por Thiago Ricarte
Tic tac (SP)
- O Terno, dirigido por Amnésia Filmes
José, fiquei sem saída (SP)
- Atalhos, dirigido por José Menezes e André Dip
Troféu Cinememória
Para o melhor documentário do 4º
Curta Brasília, oferecido pelo cineasta Vladimir Carvalho e pela Fundação
Cinememória.
Vencedor:
Entre
céus (AL), dirigido por Alice Jardim
Troféu UCDF
Para o filme que melhor contribui
para disseminar o espírito cineclubista, oferecido pela União dos Cineclubes do
DF e Entorno. Comissão: Flávia Felipe, Cleiton Costa e Leonardo Barbosa
(cineclubistas).
Vencedor:
No devagar depressa dos tempos (SP),
dirigido por Eliza Capai
Troféu ABCV
Para filme escolhido pela
Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo. Comissão: Adriana Vasconcelos
(cineasta), Péterson Paim (cineasta), Rafaella Rezende (produtora).
Vencedor:
Afonso é uma Brazza (DF),
dirigido James Gama e Naji Sidki
Prêmio Cult
Bolsa para dois cursos de cinema
no Espaço Cult em 2016 e 50 locações na Cult Vídeo para representante de filme
do DF escolhido por comissão da Cult Vídeo.
Vencedor:
Afonso é uma Brazza (DF),
dirigido James Gama e Naji Sidki
Afonso é uma Brazza
(DF) 2015
Dir: James Gama e Naji Sidki. Doc, 23’. Bombeiro e cineasta,
Afonso Brazza dirigiu e atuou em oito filmes e se tornou um dos mais originais
realizadores do cinema brasileiro. O documentário mostra nosso herói – morto de
câncer aos 48 anos – combatendo incêndios na vida real e bandidos na ficção.
Meio fio (DF) 2014
Dir: Denise Vieira. Com Mychelie Durães e Flávia Andrade. Fic,
20’. Karine Ban é locutora do programa de rádio Relatos de uma mulher varada no
amor. Ela acaba de se mudar para um novo conjunto habitacional no entorno do
DF. Sua vida está mudando, mas uma pessoa do passado insiste em reaparecer.
Boca da Terra (DF) -
Sacassaia
Dir: Cícero Fraga. 2015, 5’14. Em um tempo não muito
distante, homens eram escravizados por seus donos e caçados por feitores.
Bravura e espiritualidade são o combustível para a resistência.
Quando parei de me
preocupar com canalhas (SP/GO) 2015
Dir: Tiago Vieira. Com Matheus Nachtergaele, Paulo Miklos e
Otto Ferreira. Fic, 15’. João Carlos se acha politizado, mas começa a perceber que
está se tornando tão chato quanto os taxistas da cidade. Enquanto esse fantasma
o persegue e uma crise de relacionamento o leva ao fundo do poço, um surto de
lucidez faz com que tome a decisão mais importante de sua vida: se alienar.
No devagar depressa
dos tempos (SP) 2014
Dir: Eliza Capai. Doc, 25’. Onde o tempo da escravidão é
frase no presente, algo se move.
Enquanto o sangue
coloria a noite, eu olhava as estrelas (SP) 2015
Dir: Felipe Arrojo Poroger. Com Danilo Grangheia, Thomas
Huszar, Luiz Felipe Del Nero. Fic, 15’. Somos aqueles que dormem e gritam
durante o sono.
Fiu fiu (SP) -
Filarmônica de Pasárgada
Dir: Thiago Ricarte. 2014, 7’30. Um açougue onde todos
dançam lambuzados de sangue serve como pano de fundo para a canção, um
irreverente funk carioca, que reflete o assédio sofrido cotidianamente pelas
mulheres. Laerte e Tom Zé estão no elenco.
Égun (MG) 2015
Dir: Helder Quiroga. Com as vozes de Benjamin Abras, Carla
Gomes e Sérgio Pererê. Ani, 12’18. Um pescador tenta compreender os fatos que
levaram à morte de seu pai. O filme aborda a relação entre a condição
sociocultural de moradores de uma comunidade litorânea e a tradição espiritual
afro-brasileira do candomblé.
Ilha (PB) 2014
Dir: Ismael Moura. Com Fernando Teixeira e Walison Pereira. Fic,
15’. Em meio ao isolamento, duas vidas presas nas próprias correntes fazem de
seu mundo uma ilha interior.
O teto sobre nós (RS)
2015
Dir: Bruno Carboni. Com Silvana Rodrigues, Cosme Rodrigues e
Francisco Gick. Fic, 22’, 12 anos. de um prédio abandonado recebem um aviso de
despejo. Enquanto tenta lidar com a notícia, Anna se depara com um misterioso
homem deitado em sua cama.
Entre céus (AL) 2014
Dir: Alice Jardim. Doc, 12’. Ver a olho de pássaro, do alto,
mas também ver o detalhe. A ambição de estender ao máximo a capacidade de
observar acompanha a Idade do Ouro dos holandeses. O que ocorre quando olham
outras terras e outro mar, vastíssimos, ao oposto da terra natal?
Bravura (SC) 2014
Direção: Leonardo Minozzo. Ani, 4’. Descendente de uma nobre
linhagem de toureiros, Paco Bravo se prepara para sua 100ª tourada. Ele terá de
mostrar sua bravura em uma arena no México, em pleno Dia dos Mortos.
Até a China (RJ) 2015
Dir: Marão. Com as vozes de Marão, Carlos D, Yohana Lazarova
e Silvana Andrade. Ani, 15’. Durante uma viagem à China, o protagonista
vivencia uma série de choques culturais – na gastronomia, no trânsito, fazendo
compras e, especialmente, na maneira das pessoas se relacionarem.
==> Foto: Michelle Rolim
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