O Mercado de Notícias, documentário de Jorge Furtado, estreia nos cinemas dia 07/08

O Mercado de Notícias traz depoimentos de 13 importantes jornalistas brasileiros sobre o sentido e a prática da profissão, as mudanças na maneira de consumir notícias e o futuro do jornalismo. O filme reflete casos recentes da política brasileira, onde a cobertura da imprensa teve papel de grande destaque. 

O surgimento do jornalismo, no século 17, é apresentado pelo humor da peça O Mercado de Notícias (The stapleofnews), escrita pelo dramaturgo inglês Ben Jonson, em 1625. A peça de Jonson foi encenada pela primeira vez em 1626, em Londres, e esta é sua primeira tradução para a língua portuguesa, feita pelo diretor Jorge Furtado e pela professora LizianeKugland. Trechos da comédia foi montada e encenada para a produção do longa, revelando sua espantosa visão crítica, capaz de perceber na imprensa de notícias, recém-nascida, uma invenção de grande poder e grandes riscos. 

Bob Fernandes, Cristiana Lôbo, Fernando Rodrigues, Geneton Moraes Neto, Janio de Freitas, José Roberto de Toledo, Leandro Fortes, Luis Nassif, Mauricio Dias, Mino Carta, Paulo Moreira Leite, Raimundo Pereira eRenata LoPrete são os jornalistas que dão depoimento no filme O Mercado de Notícias. 

“Acredito que um documentário, para ser durável – e ele deve ser, mais que uma notícia -, tem que ser útil, no sentido de iluminar um tema, uma atividade, uma época. Deve servir de elemento deflagrador de debates, instigar novas pesquisas, despertar nos espectadores aquilo que o Umberto Eco chama de “espírito de decifração”. O Mercado de Notícias debate critérios jornalísticos, e este é o seu sentido e o sentido da peça de Jonson. É também uma defesa da atividade jornalística, do bom jornalismo, sem o qual não há democracia”, diz o diretor Jorge Furtado. 

SOBRE O DIRETOR 
Jorge Furtado é sócio da produtora Casa de Cinema de Porto Alegre. Dirigiu e roteirizou os longas Houve Uma Vez Dois Verões (2002), O Homem Que Copiava (2003), Meu Tio Matou Um Cara (2005), Saneamento Básico, O Filme (2007) e o episódio Estrada, do longa-metragem Felicidade É... (1995). Foi premiado no Brasil e no exterior com os curtas-metragens O Dia Em Que Dorival Encarou A Guarda (1986), Barbosa (1988), Ilha Das Flores (1989), Esta Não É A Sua Vida (1991), Ângelo Anda Sumido (1997) e O Sanduíche (2000). Para a TV Globo, dirigiu a série Cena Aberta (2003), a minissérie Luna Caliente (1998) e História Do Amor (2011), e escreveu dezenas de roteiros: Agosto (1993), Memorial De Maria Moura (1994), A Invenção Do Brasil (2000), etc., além da série Comédias Da Vida Privada, da qual também dirigiu o episódio Anchietanos (1997). 

SOBRE A PEÇA 
O Mercado de Notícias(The stapleofnews, Ben Jonson – 1625)
A peça se passa em um dia, em Londres, em 1625. Um homem, Pila Pai, simula a própria morte e volta, disfarçado de mendigo, para vigiar os passos do filho, Pila Júnior. 

No exato dia em que chega a sua maioridade, Pila Júnior começa a torrar sua fortuna, com roupas de luxo, jantares e festas. Faz uma semana que ele recebeu, através de um mendigo, a notícia de que seu pai havia morrido em terras distantes. 

Pila Pai, antes de partir em sua última viagem, deixou documento firmado e entregue ao advogado Gazua, condicionando a posse de sua herança ao casamento com Pecúnia, riquíssima herdeira. 

Tio Pila, usurário, vive às custas de Pecúnia. Ele vende os suprimentos de sua cozinha e empresta dinheiro a juros. Tio Pila mantém Pecúnia e suas amas – Hipoteca, Norma, Promissória e Taxa – em cativeiro, vivendo em condições precárias. Ele administra a casa com mão de ferro e a ajuda de Notário. 

Em Londres a novidade é um Mercado de Notícias, comandado pelo senhor Trombone, seu sócio Patranha e seus repórteres. A agência cria um intenso comércio de notícias e, para que mais prospere, o senhor Trombone pretende em casamento a senhorita Pecúnia, também cortejada por Pila Junior. Enfim, todos querem Pecúnia. 

Pila Júnior descobre como funciona e para que serve uma agência de notícias e nela emprega seu amigo, Tom, um barbeiro. 

O Pai desaprova o comportamento do filho perdulário, sua vida de dissipação e luxo com seus amigos boêmios, um grupo de desaforados que vive nas abas da nobreza e da nova burguesia: Almanaque (o médico), Timorato (o militar), Madrigal (o poeta) e Heraldo (o homem de sociedade). 

Despindo a fantasia de mendigo, Pila Pai revela sua identidade, seus planos e impõe ao filho o castigo de viver como mendigo. Comovido com a solidariedade (não inteiramente desinteressada) do filho na disputa contra Gazua, o advogado inescrupuloso, e tendo expulsado os amigos oportunistas do filho, o pai acaba por perdoá-lo, entregando-lhe a mão da cobiçada Pecúnia. Tio Pila arrepende-se de sua avareza, liberta seus cães. Os oportunistas fogem, Gazua é processado e preso. A paz se restaura no casamento de Pila Júnior e Pecúnia. 

O Mercado de Notícias 
Brasil, 2014, 94 min
Roteiro e Direção: Jorge Furtado

Produção Executiva: Nora Goulart

Montagem: Giba Assis Brasil
Direção de Fotografia: Alex Sernambi / Jacob Solitrenick
Direção de Arte: Fiapo Barth
Figurinos: Rosângela Cortinhas
 
Elenco da peça: Antônio Carlos Falcão, Eduardo Cardoso, Elisa Volpatto, Evandro Soldatelli, Irene Brietzke, Ismael Caneppele, Janaina Kremer, Marcos Contreras, Mirna Spritzer, Nelson Diniz, Sérgio Lulkin, Thiago Prade, UrsulaCollischonn, Zé Adão Barbosa. 

Entrevistados: Bob Fernandes, Cristiana Lôbo, Fernando Rodrigues, Geneton Moraes Neto, Janio de Freitas, José Roberto de Toledo, Leandro Fortes, Luis Nassif, Mauricio Dias, Mino Carta, Paulo Moreira Leite, Raimundo Pereira, Renata LoPrete.

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