As cantoras Ellen Oléria, Dhi
Ribeiro, Teresa Lopes, o rapper Japão e o grupo de samba Filhos de Dona
Maria estarão ao lado de entidades afro da música baiana na CAIXA Cultural Brasília com o espetáculo cênico-musical Kindembu.
Celebração da tradição do cancioneiro afro, o show na próxima
quarta-feira (12), às 20h, e faz parte da programação em comemoração aos
35 anos da CAIXA Cultural.
No palco, a linguagem de Afoxé Filhos de Gandhy, Cortejo Afro, Ilê
Aiyê, Malê Debalê e Muzenza dialoga criativamente com músicos de
Brasília.
O conceito-chave do espetáculo dirigido por Elísio Lopes Jr, que representou o inicio do projeto Plataforma mundo afro, é estabelecer pontes entre o tradicional e o moderno, entre as possibilidades estéticas e a ancestralidade. O palco, como a bandeira que representa o Senhor do Tempo, ganha as cores e as formas dos blocos afro para representar suas tradições. A possibilidade musical gerada pela história desses cinco blocos, com trajetórias relevantes na militância negra, ganha força com a interação dos artistas brasilienses.
O encontro com os nomes da música contemporânea de Brasília, num mix de sonoridades e timbres, em pílulas mistas de sons convergentes, tradição e reverência, retrata a caminhada da arte negra na Bahia. “Não é um espetáculo que se encerra no show. É uma proposta de troca contínua, de redescobertas”, explica o diretor Elísio Lopes Jr.
Em Kindembu, a dança funciona como elemento de ligação cênica, com coreografias de Zebrinha e performances de bailarinos dos blocos afros, além de convidados de outras vertentes da dança. No cenário, formas e texturas se transformam de acordo com cada momento do show.
Sobre os blocos baianos
O Afoxé Filhos de Gandhy foi criado em 1949, por estivadores do porto de Salvador e homenageia o líder indiano Mahatma Gandhi, assassinado um ano antes, em 1948. O bloco inspira-se nos princípios da não-violência e de paz pregados por Gandhi. Sua música é ritmada pelo agogô, com cantos de ijexá na língua iorubá.
O Cortejo Afro foi criado em 1998, dentro de um terreiro de candomblé, o Ilê Axé Oyá, sob inspiração e orientação espiritual de Mãe Santinha. É caracterizado por roupas exuberantes, idealizadas pelo artista plástico Alberto Pitta, e coreografias ricas em movimentos.
O Ilê Aiyê tem caráter político, de afirmação e valorização da cultura afro-brasileira. Ao som de atabaques e tambores, desde sua fundação, em 1974, vem homenageando países e culturas africanos.
O Malê Debalê, criado em 1979 por moradores de Itapuã que desejavam ver o seu bai rro representado no carnaval de Salvador, é considerado o maior balé afro de rua do mundo.
E o Muzenza, que nasceu no bairro da Liberdade, em 1981, é um tributo a Bob Marley. Sua banda percussiva trabalha a fusão de elementos do suingue afro-baiano ao reggae jamaicano, o que deu origem ao samba-reggae.
Serviço:
Kindembu – com Afoxé Filhos de Gandhy, Cortejo Afro, Ilê Aiyê, Malê Debalê e Muzenza e convidados
Local: CAIXA Cultural Brasília | Teatro da CAIXA (SBS, Quadra 04, Lotes 3/4. Edifício anexo à matriz da CAIXA)
Dias: 12 de agosto (quarta-feira)
Hora: 20h
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 18 anos
Duração: 120 minutos
Ingressos: à venda a partir de 8 de agosto | R$ 20 e R$ 10 (meia)
Meia-entrada: estudantes, professores, funcionários e clientes CAIXA, pessoas acima de 60 anos e doadores de livro
Acesso para pessoas com deficiência
==> Foto: Tiago Lima
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