Pela primeira
vez uma peça de Nelson Rodrigues é adaptada para o teatro de animação. “Valsa nº 6”, monólogo escrito em 1951, apresenta uma menina assassinada aos quinze anos
que tenta se lembrar do que aconteceu. As imagens chegam aos pedaços e ela vai reconstituindo
o passado, ainda recente, até descobrir que está morta.
A montagem da
companhia Teatro Portátil, sucesso de público no Rio de Janeiro, chega aos palcos do Centro Cultural Banco do Brasil
de Brasília, nos dias 27, 28 e 29 de março às 20 horas. A encenação utiliza recursos da
linguagem de animação para valorizar a poética do texto, já que “a peça tem o
formato de um poema dramático”, diz o diretor Alexandre Boccanera.
Em cena Flávia
Reis, Julia Schaeffer e Guilherme Miranda, que também assina a direçãomusical,
manipulam a protagonista do espetáculo: a boneca Sônia. Sem descaracterizar o monólogo
a boneca contracena com seus manipuladores para dar vida ao universo poético da
peça.
A ideia de
adaptar o texto de Nelson Rodrigues para o teatro de animação partiu de Flávia Reis,
que faz a voz e manipula a boneca. A atriz destaca que a temática da peça foi primordial
para a escolha. “A peça questiona nossa existência. Colocar uma boneca - um objeto
inanimado - em cena, cheio de vida, indagando ao espectador sobre o que é estar
vivo, representa para mim uma metáfora dessa questão”.
No palco, além
da boneca, estão as memórias de Sônia, projetadas em filmes de animação. A
proposta é trabalhar com diferentes dimensões narrativas e metafóricas, reais e
fictícias, presentes na peça. “É uma experiência estética muito especial”,
define Flávia.
A boneca foi
confeccionada pelo bonequeiro Raimundo Bento, do Giramundo, de Belo Horizonte,
inspirada na estética do filme “A Noiva Cadáver” de Tim Burton. Beatriz Carvalho
e Diogo Nil Cavalcanti, dupla radicada no Canadá, assinam os filmes de animação
que projetam as imagens das lembranças de Sônia.
Um piano
fragmentado e projeções de desenhos animados compõem o cenário do espetáculo.“Valsa
Nº 6” foi contemplada pelo Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz/ 2013 para circular
pelas cidades de Brasília, Campo Grande, Cuiabá e Rondonópolis.
COMPANHIA
TEATRO PORTÁTIL
Há oito anos
sediada na cidade do Rio de Janeiro, a companhia Teatro Portátil desenvolve uma
pesquisa continuada sobre a linguagem do teatro de animação. Com o material
dessa pesquisa, criou os espetáculos “2 Números”, “As Coisas” e “Valsa nº6”.
A primeira
montagem, “2 Números”, teve apoio do Programa de Bolsas Vitae de Artes, estreou
em 2005 e participou de diversos festivais de animação nacionais e
internacionais, com destaque para apresentações em Cabo Verde e na Espanha.
Esteve em cartaz no Teatro de Arena da Caixa Cultural do Rio de Janeiro em
2008, no SESC Avenida Paulista em 2009, no Teatro da Caixa Cultural de Curitiba
em 2010, no Sesc Santo Amaro/SP em 2011 e no Teatro Fashion Mall/RJ em 2014. “As
Coisas”, produzido com patrocínio do Banco do Brasil, estreou em 2010 e esteve
em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília e do Rio de Janeiro.
Em 2011,
integrou a programação do 5° FITA Floripa – Festival Internacional de Teatro de
Animação de Florianópolis/SC. Em 2012, foi contemplada com o FATE – Fundo de
Apoio ao Teatro da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, reestreou no Centro
Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro e circulou por espaços culutrais da
cidade. Em 2013, esteve em cartaz no Teatro Fashion Mall/RJ. “Valsa nº6” contemplada
com o FATE – Fundo de Apoio ao Teatro da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro
estreou em 2012 no Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro.
Em 2013, esteve em cartaz no Teatro de Arena da Caixa Cultural do Rio de Janeiro.
Visite o
site: www.teatroportatil.com.br
ALEXANDRE
BOCCANERA
Formado em
direção teatral na Universidade do Rio de Janeiro, em dança contemporânea na
Escola Angel Vianna e na London Contemporary Dance School. Foi bolsista do Programa
de Bolsas Vitae de Artes. Trabalhou com importantes diretores do teatro brasileiro
como Luis Antônio Martinez Correa, Bia Lessa, Moacir Chaves e João Falcão. É fundador
e diretor da companhia Teatro Portátil, dirigiu os espetáculos “2 Números”, “As
Coisas” e “Valsa Nº 6”.
FICHA TÉCNICA
Texto: Nelson
Rodrigues
Direção:
Alexandre Boccanera
Elenco – Flávia
Reis, Julia Schaeffer e Guilherme Miranda
Desenho Animado
– Estúdio Donguri (Beatriz Carvalho e Diogo Nii Cavalcanti)
Trilha Sonora–
Guilherme Miranda
Cenário – Suiá
Burger Ferlauto
Figurino –
Antônio Guedes
Boneca –
Raimundo Bento
Iluminação –
Aurélio de Simoni
Maquiagem –
Mona Magalhães
Preparação
corporal – Joana Ribeiro e Marito Olsson-Forsberg
Produção –
Boccanera Produções Artísticas
Realização –
Teatro Portátil
Produção local –
Nalva Sysnandes
Assessoria de
Imprensa - Jaque Dias (Tato Comunicação)
SERVIÇO
VALSA Nº6
Apresentações:
27, 28 e 29 de
março às 20 horas
Centro Cultural
Banco do Brasil – Brasília – Teatro I
R. SCES Trecho
2 Conjunto 22 – Brasília - DF
Tel.: (61)
3108-7616
Bilheteria: De
quarta-feira à segunda-feira, das 09 às 21 horas
Classificação
indicativa: 14 anos
Duração: 50 min
Ingressos: R$10
(inteira) e R$ 5 (meia)
A venda dos ingressos se iniciam dois domingos
antes para os eventos da semana e podem ser adquiridos na bilheteria do CCBB de
quarta a segunda, das 9h às 21h, ou pelo site www.ingressomais.com.br.
==> Foto: Divulgação
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