Filme "GIOVANNI IMPROTTA" em circuito Nacional dia 17 de Maio

GIOVANNI IMPROTTA conta a história de um contraventor que deseja ascender socialmente e se legalizar. 

Seu desejo em se tornar celebridade, acaba lhe botando em enrascadas com a policia, o jogo do bicho e com sua família. 

Acaba traído, na mira da mídia e da polícia, sob uma injusta acusação de assassinato, difícil de ser resolvida por vias legais.

BATE PAPO DE JOSÉ WILKER E CACÁ DIEGUES

Cacá Diegues - José, desde que eu te conheço sei que você é um super cinéfilo. Por que nunca tinha dirigido um filme?
José Wilker - Pânico. Eu achava que dirigir implicava em conhecimento de pessoas, em conhecimento técnico, de som, luz... Não sabia até que ponto o que eu conhecia era útil e se era o suficiente para dirigir. Muitas vezes aconteceu de estar num set de filmagens e ter a ideia de como deveria ser filmada uma sequencia. O diretor sempre encontrava outra melhor do que a minha. Eu descobri que me faltava uma coisa que é essencial para o diretor: senso comum. Muitas vezes tinha que entrar por uma porta e minha tendência era fazer muitos gestos até abrir a porta pura e simplesmente. Era a ausência total de senso comum.

C. Que filmes fizeram a sua cabeça na juventude? De onde você partiu para gostar de cinema?
Z. Três filmes fizeram a minha cabeça na juventude. O primeiro se chama “Arroz Amargo” e me deu um tesão monumental. As pernas dela (Silvana Mangano) eram absolutamente encantadoras. O segundo, que me assustou muito, chamava-se Os Cinco Mil Dedos do Dr.T, um musical maluco que sempre me fazia chorar quando cortavam a barba dos bailarinos. Eles tinham uma barba em comum. O terceiro foi o que me despertou para um sentimento que acho que é o que faz a gente querer fazer cinema, ou seja, a ânsia na eternidade: Amanhã será Tarde Demais, com Pier Angelli.

C. O que você acha do cinema brasileiro hoje? Como você se vê dentro do cinema brasileiro hoje?
Z. Eu me vejo como mais um grão de areia no caos que foi instalado. O cinema nosso hoje é caótico, ainda que tenha evoluído bastante. Mas ainda é uma sucessão de filmes e não cinema. Acho que a gente viveu os últimos 100 anos na expectativa de criar um cinema e ainda hoje a gente faz filmes. Eu me sinto, mais do que qualquer coisa, parte desse grupo que faz filmes e que tenta desesperadamente contribuir para a existência e a criação do cinema.  

C. Você não gosta dessa diversidade do cinema brasileiro de hoje? Você pode fazer comédia, filme na Amazônia, no Nordeste...
Z. Eu gosto dessa diversidade sim. Mas essa é uma diversidade que hoje está na moda. Você fala a respeito dela e divulga. Mas ela já existiu. Na mesma época que a gente fazia Chanchada a gente fazia Cinema Novo, ainda que se tente dizer que um sucedeu ao outro. Na mesma época que a gente fazia pornochanchada, a gente fazia Dona Flor, Bye-Bye Brasil, O Bravo guerreiro, os filmes do Neville de Almeida, do Gláuber Rocha e assim por diante. Então, nós convivemos com a diversidade desde que a gente surgiu. Nós fizemos O Descobrimento do Brasil (Humberto Mauro 1937) junto com filmes que registravam a existência de grandes circos brasileiros, palhaçadas, etc. Esta diversidade é antiga.

C. Você não acha que Giovanni Improtta é uma coisa muito original dentro desse quadro do cinema brasileiro?
Z. Acho que ele é original porque é absolutamente diferente, como você me disse uma vez. Não conseguimos qualificá-lo: se é uma comédia de costumes, um drama ou, digamos, uma comédia de gangsters. Se ele está inspirado, por exemplo, na temática usada pelos irmãos Coen ou se está muito mais próximo de Humberto Mauro, ou ainda mais próximo de Teixeirinha e assim por diante. Ele é um filme que a gente não conseguiu ainda definir. Esta indefinição formal, não técnica - acho que tecnicamente ele é impecável - mas sem definição de conteúdo, de forma, é uma coisa absolutamente nova no cinema e acho que é a única e parca contribuição que posso dar.

C. Acho que o Giovanni Improtta tem uma coisa importante.  O cinema moderno não é mais um cinema de gênero nem um cinema radicalizado para uma direção só. Eu sempre pensei que o cinema tem que fazer pensar, divertir e encantar. E o Giovanni Improtta tem estas três coisas. Por isso é que acho que ele é uma coisa muito nova no cinema brasileiro. Ele não escolhe um caminho. Vai pra todos. É uma comédia? É. Mas é também um filme sobre o Rio de Janeiro, sobre uma situação social, um filme sobre ascensão social. Ao mesmo tempo é um filme encantador, na medida em que tem belos planos, belas situações, situações engraçadas, situações de sentimentos. Isto é que eu acho que é cinema moderno. Outro dia estava comentando sobre filme e falei: “Vocês têm que ver Giovanni Improtta porque é um filme muito divertido e vocês vão gostar muito. E vão ter que ver porque só vai se falar deste filme e vocês vão ficar sem assunto.

INSPIRADO NO LIVRO PRENDAM GIOVANNI IMPROTTA DE AGUINALDO SILVA

FICHA TÉCNICA

Brasil, 2013, 100 min

Elenco: José Wilker, Andrea Beltrão, Thelmo Fernandes, André Mattos, Gillray Coutinho, Julia Gorman, Yago Machado, Norival Rizzo, Roney Villela, Paulo Mathias Jr, Thogun Teixeira, Cristina Pereira, Gregório Duvivier , Alcemar Vieira, Eduardo Galvão
Participações Especiais: Milton Gonçalves, Othon Bastos, Hugo Carvana, Guida Vianna, Paulo Goulart , Jô Soares


Roteiro: Mariana Vielmond e Rafael Dragaud
Roteiro final: Mariana Vielmond
Pesquisa: Claudia Maximino
Fotografia: Lauro Escorel, ABC
Direção de Arte: Cláudio Amaral Peixoto
Maquiagem:            Marlene Moura
Figurino: Beth Filipecki e Renaldo Machado
Som Direto: Jorge Saldanha
Desenho de Som: Francois Wolf
Trilha Sonora: Gui Amabis
Mixagem: André Tadeu 
Montagem: Quito Ribeiro, edt
Diretor Assistente: Tomás Portella
Produtor Executivo: Fernando Zagallo
Produtores Associados: Guel Arraes e Patrick Siaretta
Co-produção: Sony Pictures, Globofilmes, RioFilme, MI, Teleimage
Produzido por Renata de Almeida Magalhães e Carlos Diegues
Direção: José Wilker

Trailer do filme

==> Foto: Divulgação

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