Cypherpunks – liberdade e o futuro da internet
é o primeiro livro de Julian Assange, editor-chefe e visionário por
trás do WikiLeaks, a ser publicado no Brasil. A edição brasileira, a ser
lançada pela Boitempo, terá a colaboração do filósofo esloveno Slavoj
Žižek e da jornalista Natalia Viana, parceira do WikiLeaks no Brasil e
coordenadora da agência Pública de jornalismo investigativo.
Prevista
para sair na primeira semana de fevereiro, a obra é resultado de
reflexões de Assange e de um grupo vanguardista de pensadores rebeldes e
ativistas que atuam nas linhas de frente da batalha em defesa do
ciberespaço (Jacob Appelbaum, Andy Müller--Maguhn e Jérémie Zimmermann).
A questão fundamental que o livro apresenta é: a comunicação eletrônica
vai nos emancipar ou nos escravizar?
Apesar
de a internet ter possibilitado verdadeiras revoluções no mundo todo,
Assange prevê uma futura onda de repressão na esfera on-line, a ponto de
considerar a internet uma possível ameaça à civilização humana. O
assédio ao WikiLeaks e a ativistas da internet, juntamente com as
tentativas de introduzir uma legislação contra o compartilhamento de
arquivos, caso do Sopa (Stop Online Piracy Act) e do Acta
(Anti-Counterfeiting Trade Agreement), indicam que as políticas da
internet chegaram a uma encruzilhada. De um lado, encontra-se um futuro
que garante, nas palavras de ordem dos cypherpunks, "privacidade para os
fracos e transparência para os poderosos"; de outro, a ação da parceria
público-privada sobre os indivíduos, que permite que governos e grandes
empresas descubram cada vez mais sobre os usuários de internet e
escondam as próprias atividades, sem precisar prestar contas de seus
atos.
O
livro aborda temas polêmicos, como a ideia de que o Facebook e o Google
seriam, juntos, "a maior máquina de vigilância que já existiu", capaz
de rastrear continuamente nossa localização, nossos contatos e nossa
vida. Nesse contexto, seremos colaboradores dispostos a ceder docilmente
tais informações? Será que temos a capacidade, através da ação
consciente e do conhecimento tecnológico, de resistir a essa tendência e
garantir um mundo em que a internet possa ajudar a promover a
liberdade? E existiriam formas legítimas de vigilância, por exemplo
aquela usada contra os chamados "quatro cavaleiros do Infoapocalipse"
(lavagem de dinheiro, drogas, terrorismo e pornografia infantil)?
Assange
e os outros debatedores trazem à tona questões complexas relacionadas a
essas escolhas cruciais ao refletir sobre vigilância em massa, censura e
liberdade, assim como sobre o movimento cypherpunk, que usa a
criptografia como mecanismo de defesa dos indivíduos contra a
apropriação da internet pelos governos e empresas. Os cypherpunks
defendem a utilização desse e de outros métodos similares como meio para
provocar mudanças sociais e políticas. O movimento atingiu o auge de
suas atividades durante as “criptoguerras”, sobretudo após a censura da
internet em 2011, na Primavera Árabe. O termo cypherpunk, uma derivação
de cipher (escrita cifrada) e punk, foi incluído no Oxford English Dictionary em 2006.
Julian
Assange tem sido uma voz proeminente no movimento cypherpunk desde sua
criação, nos anos 1980. Ele foi responsável por inúmeros projetos de
software alinhados com a filosofia do movimento, inclusive o código
original para o WikiLeaks. Desde dezembro de 2010, o ativista tem sido
mantido em prisão domiciliar no Reino Unido, sem que qualquer acusação formal tenha sido feita contra ele.
Temendo ser extraditado para a Suécia, que poderia entregá-lo às
autoridades norte-americanas (as quais já manifestaram seu interesse em
julgá-lo por espionagem e fraude), Assange conseguiu asilo político na
Embaixada do Equador em Londres, onde permanece desde junho de 2012.
Nesse período, tem se dedicado a promover debates sobre a sociedade
contemporânea com grandes intelectuais de todo o mundo – e foi nesse
contexto que escreveu Cypherpunks.
Sobre o livro
“O
caso WikiLeaks é sintoma de uma tendência muito mais ampla e perigosa:
nossas instituições políticas e jurídicas estão empenhadas em
sistematicamente censurar e restringir os potenciais democráticos da
nova mídia digital. É por essa razão que o livro de Assange constitui
uma leitura obrigatória para qualquer pessoa interessada na realidade de
nossas liberdades.” – Slavoj Žižek
"Cypherpunks
é uma leitura emocionante e vital, que explica claramente como o
controle corporativo e governamental da internet representa uma ameaça
fundamental para a nossa liberdade e democracia." – Oliver Stone
Sobre os autores
Julian Assange
é o editor-chefe e visionário por trás do WikiLeaks. Originalmente um
participante da lista de discussão Cypherpunk, hoje é um dos maiores
expoentes desse movimento no mundo. É autor de inúmeros projetos de
software alinhados à filosofia cypherpunk.
Jacob Appelbaum
é um dos fundadores da Noisebridge, em São Francisco, membro do Chaos
Computer Club de Berlim, defensor e pesquisador do Tor Project e
desenvolvedor de softwares. Na última década, concentrou-se em ajudar
ativistas em defesa do meio ambiente e dos direitos humanos. Desde que
assumiu o lugar de Julian Assange em uma palestra, vem sendo perseguido e
assediado com ameaças veladas e explicitas do aparato repressivo do
Estado.
Andy Müller-Maguhn
é veterano do Chaos Computer Club, cofundador da European Digital
Rights (Edri) e representante europeu eleito do Icann, responsável pela
elaboração de políticas internacionais para a determinação de “nomes e
números” na internet. Trabalha atualmente com a criptografia nas
telecomunicações e a investigação sobre a indústria da vigilância.
Jérémie Zimmermann
é cofundador e porta-voz do grupo de defesa do anonimato na internet La
Quadrature du Net, que recentemente conquistou uma vitória histórica na
política europeia, organizando uma campanha pública para derrotar o
Acta no Parlamento Europeu. Além de se dedicar a criar ferramentas para a
viabilização da interatividade em debates públicos, tem se envolvido
profundamente nas questões de direitos autorais, no debate sobre a
neutralidade da rede e em outras questões legislativas que tangem ao uso
da internet.
Ficha técnica
Título: Cypherpunks
Subtítulo: Liberdade e o futuro da internet
Autores: Julian Assange (com Jacob Appelbaum, Andy Müller-Maguhn e Jérémie Zimmermann)
Tradução: Cristina Yamagami
Apresentação: Natalia Viana
Quarta capa: Slavoj Zizek
Páginas: 168
ISBN: 978-85-7559-307-3
Preço: R$ 29,00
Editora: Boitempo
Subtítulo: Liberdade e o futuro da internet
Autores: Julian Assange (com Jacob Appelbaum, Andy Müller-Maguhn e Jérémie Zimmermann)
Tradução: Cristina Yamagami
Apresentação: Natalia Viana
Quarta capa: Slavoj Zizek
Páginas: 168
ISBN: 978-85-7559-307-3
Preço: R$ 29,00
Editora: Boitempo
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