O atual campeão mundial penou para conseguir um ponto em Bragança
Paulista. No seu primeiro jogo após a tragédia de Oruro, que resultou na
morte do garoto boliviano Kevin Douglas Beltrán Espada, atingido no
olho direito por um sinalizador marítimo, o Corinthians teve uma atuação
irregular, mas, ao menos, não perdeu. Com um gol de pênalti no último
minuto, marcado por Guerrero, o Timão arrancou um empate em 2 a 2 com o
Bragantino. Com o resultado, o time de Tite se mantém no G-8, mas no
último posto - em oitavo, com 14 pontos, um a mais que a equipe de
Bragança.
Após um primeiro tempo sem gols, mas com chances quase que
exclusivamente corintianas, o Massa Bruta reagiu. Com um esquema tático
que dificultou as coisas para o Timão, a equipe do interior abriu o
placar com menos de um minuto na etapa complementar, sofreu o
empate-relâmpago, mas não se abalou e fez o segundo. A vitória parecia
garantida, até que, no último lance, o zagueiro Raphael Andrade meteu a
mão na bola na área, cometendo pênalti. Guerrero, que entrou no segundo
tempo, bateu com precisão, decretando o 2 a 2 num jogo que teve como
grande destaque a atuação de Alexandre Pato. O ex-jogador do Milan se
movimentou bastante, fez um gol, teve chance para fazer muitos outros e
reclamou de um pênalti não marcado no segundo tempo. Pato, aos poucos,
deixa claro que tem lugar no time titular do Timão, que jogou desfalcado
de Emerson, Alessandro, Danilo e Jorge Henrique em Bragança.
O próximo jogo do Corinthians será pela Libertadores, quarta-feira, às 22h, contra o Millonários, da Colômbia, no Pacaembu - ainda sem saber se com ou sem a presença da torcida, em função da punição da Conmebol.
Pelo Paulistão, o Timão encara o Santos, domingo, no Morumbi. Já o
Bragantino recebe o Atlético Sorocaba, sábado, em Bragnça Paulista.
Timão começa melhor
Na primeira partida após a tragédia que matou o torcedor boliviano
Kevin Espada, de apenas 14 anos, na estreia corintiana na Taça
Libertadores da América, o clima da equipe ainda era de luto. Antes do
apito inicial, um minuto de silêncio foi respeitado por jogadores e
torcedores presentes no estádio Nabi Abi Chedid. No braço esquerdo de
cada um dos atletas do Timão, uma tarja negra em homenagem ao garoto.
Entre titulares e reservas, o Corinthians contava com três ex-jogadores
do Bragantino: Felipe, Paulinho e Romarinho. Aplaudidos, eles foram
presenteados pelo presidente Marco Chedid por conta do título mundial,
conquistado em dezembro. Mas, como diz o ditado, "amigos, amigos -
negócios à parte". Pelo lado esquerdo do gramado, Romarinho infernizava a
vida dos zagueiros adversários, que paravam suas rápidas arrancadas com
faltas a todo instante.
Se de um lado o Timão aproveitava o estilo corredor de sua dupla de
ataque, do outro o Bragantino esbarrava em aspectos técnicos. Errando
muitos passes, os donos da casa permitiram que Alexandre Pato chegasse
duas vezes com perigo à área. Primeiro, chute cruzado, pelo lado
direito, que parou nas mãos de Defendi, em bela defesa. Depois,
finalização à queima-roupa, que por muito pouco não sobrou para Paulinho
empurrar para a rede no rebote.
O truncado sistema defensivo do Braga, com três zagueiros e postura
claramente cautelosa, não era problema para o Timão. O entrave de
verdade eram as finalizações - falha apontada diversas vezes pelo
técnico Tite. Dentro da pequena área, Romarinho perdeu mais uma boa
oportunidade de abrir o placar, chutando na trave. Douglas e Fábio
Santos também não acertaram a mira quando testados.
O goleiro Cássio teve de trabalhar em apenas um lance da etapa inicial:
em lançamento longo para Malaquias, a zaga corintiana foi pega de
surpresa, Edenílson também não alcançou o atacante adversário, e o
camisa 12 saiu do gol para fazer boa intervenção.
Bragantino surpreende
O Bragantino passou os 45 minutos iniciais sem incomodar o Corinthians.
Mas logo no primeiro minuto do segundo tempo, a surpresa: em cruzamento
rasteiro pela direita, Léo Jaime finalizou dentro da área, no canto
direito de Cássio, sem chances para o goleiro.
Dominadas por corintianos, as arquibancadas do estádio se calaram, mas a
reação do Timão foi imediata. Em contra-ataque, dois minutos depois,
Renato Augusto arriscou chute de fora da área. A bola desviou na zaga
adversária e sobrou para o oportunista Alexandre Pato, sozinho, às
costas dos três defensores, chutar forte e balançar a rede. Segundo jogo
como titular do camisa 7, segundo gol pelo Corinthians.
Menos defensivo que no primeiro tempo, ainda que sob o mesmo esquema
tático, o Bragantino passou a arriscar mais. E logo foi recompensado:
em cobrança de falta de Diego Macedo, a defesa do Timão vacilou e Lincom
completou. No reflexo, Cássio ainda conseguiu espalmar, mas a bola
bateu na trave direita e entrou.
A marcação sobre a dupla de ataque do Corinthians se intensificou.
Alexandre Pato sofria cada vez mais com as faltas, mas a equipe
esbarrava na baixa criatividade de Douglas, ainda sem ritmo de jogo em
2013. O técnico Tite trocou o camisa 10 por Paolo Guerrero, recuou Ralf
para colocar Guilherme no lugar de Paulo André, mas não obteve êxito.
O empate, porém, acabou caindo do céu, no último lance de jogo: após
escanteio, o zagueiro Raphael colocou a mão na bola na área - pênalti,
convertido com extrema precisão por Guerrero. Resultado justo para um
time que, mesmo abalado e desfalcado, não deixou de lutar.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Márcio Fernandes / Agência Estado
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