Com seu mais recente disco,
intitulado Dons, Keilah Diniz retorna
aos palcos e estúdios depois de pausa de 17 anos, para celebrar seus 50 anos de
carreira de compositora – e 40 anos de cantora –, provocando um encontro de
gerações da música candanga em torno de seu trabalho, que há décadas se vale da
música como fator de construção de uma nova consciência ambiental. O disco, disponível
em todas as plataformas de streaming desde o fim de agosto de 2019, terá seu
show de lançamento no dia 15 de outubro (terça-feira), às 21 horas, no Clube do
Choro de Brasília. Os ingressos custam R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada),
com classificação indicativa Livre.
Gravado no Estúdio 1234, de Pedro
Tavares, entre outubro e dezembro de 2018, o disco levou mais de dois anos para
ser concebido e reúne canções do repertório de Keilah que ainda não haviam sido
registradas. Desde a gravação de seus primeiros trabalhos – Amazônia...a Deus (1988); e Cores da Mata (2002) – a cantora já
manifestava interesse em registrar faixas que, segundo ela, “continuavam
palpitando na cabeça, na garganta e nas gavetas do tempo pessoal e social”.
Obra de forte engajamento ambiental,
o trabalho de Keilah traz referências e reverências à natureza e às
manifestações sociais e culturais do Brasil, imprimindo sensações sinestésicas
que podem tratar, a um só tempo, de paisagens do cerrado, da cultura dos povos
e encantamentos das florestas, ou mesmo de manifestações e erupções políticas
contemporâneas. A cantora se mostra atual em Dons, evidenciando sua pluralidade poética e musical, unindo
referências cerratenses e amazônicas,
territórios bastante conhecidos e defendidos por ela.
Da herança musical familiar ao
arcabouço de referencias que vão desde à era dos festivais da MPB à música
engajada de Violeta Parra e Victor Jara, passando pelos sons andinos, pela
cultura negra, indígena e pela produção musical das comunidades ayahuasqueiras,
a artista assim define a motivação para o novo disco: “Não é busca de sucesso,
de aplausos. É simplesmente a necessidade de comunicar aquilo que vai na alma e
que pode ter ressonância no outro, próximos ou distantes, amigos, companheiros
de batalhas, nos diferentes e divergentes. Porque a música, em seu sentido
universal e transcendente, é uma linguagem comum a todos os povos e por isso um
elo que nos une”, diz.
O disco Dons, gravado com recursos próprios, conta com a parceria do
maestro popular acreano James Fernandes na concepção de suas bases, arranjadas
pelo maestro candango Flávio Fonseca, que assina a direção musical do trabalho.
Enriquecendo o trabalho,
um time dos mais qualificados músicos do DF compõe a ficha técnica. São eles:
Hamilton Pinheiro (baixo), Daniel Baker (piano), Diana Mota (flautas), Quarteto
de Cordas (Ivan Quintana, Fabianne Gotelipe, Antônio Fábio, Guilherme
Ficarelli), Victor Angeleas (bandolim), Pedro Vasconcellos (cavaquinho),
Eugênio Matos (acordeon e piano), Paulo André (guitarras), Célio Maciel
(bateria), Marcos Ramalho (percussão), Valério Xavier (pandeiro), Fernando
César (violão de 7 cordas), Moisés Alves (trompete), Marcos Mesquita (viola
caipira), Ademir Júnior (clarineta e sax) e Flávio Fonseca (violão-base).
Complementando as vozes do disco, um
coro de amigas e amigos da cantora também se destaca, reunindo Silene Farias,
Tatiana Diniz, Marco Burlamaqui, Nayara Lopes, Gabriel Kuran, Flávio Fonseca,
Eurilinda Figueiredo, Ana Maria Villalba e a soprano Stela Brandão. A bela capa
do disco é um projeto do designer Marcelo Terraza, da Artwork Design Gráfico,
contando com ilustrações de Rômulo Andrade e fotos de Lu Maia e Iberê Guarani
M’byá.
Em 12 faixas autorais, Dons traça um paralelo também à
trajetória de vida da cantora, narrando desde a sua chegada à capital, em 1970,
até os dias de hoje. Abrindo o trabalho, a faixa Fios é inspirada nos artesanatos do capim dourado do Jalapão,
narrando um encontro de culturas presentes
no Estado de Tocantins. Na faixa-título, Dons, o compromisso com a herança e tradição são lidos como
presentes da existência. Canção sobre o céu do Centro-Oeste, em É muito Bonito são a flora do cerrado e
o medo do fogo que dão o tom. Em O Futuro
Chegou, a artista narra sua chegada à Brasília em tempos de ditadura
militar.
Capitolino é
parte da trilha sonora autoral
da artista para a peça de teatro “As aventuras de um Diabo malandro” (, até
então sem registros). Embora composta em 1980, a faixa se mostra muito atual,
narrando um personagem invasor e explorador da Amazônia. Em Juruá, faixa dedicada a Moisés Piyako do
povo Ashaninka, a Amazônia retorna ao centro do debate, reproduzindo a vista de
um sobrevoo pela floresta, em saudação aos povos e seres das matas. Diálogos
amazônicos têm continuidade em É Verde,
uma reflexão sobre a proteção do meio ambiente através dos mistérios da
ayahuasca.
Com Clara, Keilah interpreta o encontro de um mestre espiritual com sua
mentora, a Rainha da Floresta. A canção, com letra de Silene Farias e Francis Mary integra o repertório do
folguedo acreano Jabuti Bumbá. Em Thor, um garoto de quatro anos ganha sua
primeira experiência na floresta amazônica. Por fim, as faixas Cabocla e Brilhou trazem, respectivamente, reflexões sobre amores intensos e
sonhos, e Iemanjá reverencia a rainha
do mar, encerrando o trabalho.
Sobre Keilah Diniz
Compositora e cantora, Keilah Diniz nasceu
em Nova Aurora, cidade do interior goiano, onde viveu toda sua infância. A
adolescência, passou em Goiânia, e as fases juvenil e adulta entre Brasília e
Rio Branco, Acre. Graduou-se em
Música pela Universidade de Brasília, com Licenciatura em Composição e
Regência. Sua carreira musical teve
início com a participação em festivais de MPB e desenvolveu-se com a realização
de vários shows em cidades do Centro-Oeste e Norte do País, como Brasília,
Goiânia, Rio Branco, Manaus, Palmas, dentre outras. Criou trilhas sonoras para
peças teatrais e teve ampla presença artística em movimentos sociais.
Sua primeira projeção musical foi no 1º
Festival Universitário de Música Popular Brasileira em Goiânia, em julho de
1969, há exatos 50 anos, recebendo classificação e prêmio com a música Tempo de Mudar, grande sucesso do
festival, gravada em disco compacto. O
primeiro show individual - Maná - aconteceu
em Brasília, no mês de março do ano de 1979. Sua obra musical, de característica popular, abrange estilos e
temáticas diversas, com destaque para canções que retratam a realidade amazônica,
os povos da floresta, os rios, as manifestações da cultura popular e religiosa,
o cerrado, a natureza viva, as emoções românticas.
Sua discografia consta dos CDs Amazônia...a Deus (1998), Cores da Mata (2002) e o mais recente Dons (2019), todos gravados em Brasília,
com músicos brasilienses. Os dois primeiros sob direção musical e arranjos do
maestro Eugênio Matos e o último com direção e arranjos do maestro Flávio
Fonseca. O álbum Cores da Mata conta
com a participação especial do violonista Sebastião Tapajós e do violista
Roberto Corrêa.
Músicas de sua autoria foram trilha
sonora do documentário O Divisor que nos
Une, direção de Maristela Bernardo e fotografia de Bento Viana. Participou
do lançamento nacional desse documentário, ao lado de músicos da aldeia
indígena Ashaninka do Rio Amônia, no Cine Brasília, em setembro de 2004. Pelo
conjunto de sua obra musical e participação nos movimentos sociais, Keilah
Diniz foi agraciada com o Prêmio Chico Mendes, edição 2007, na Categoria Arte e
Cultura, concedido pelo Ministério do Meio Ambiente do Brasil. Em outubro de
2013, participou do Festival JAM à Montreux, com shows individuais em Montreux
e Genebra, na Suíça.
SERVIÇO:
Lançamento do disco Dons, de Keilah Diniz
Data: 15 de outubro de 2019
Horário: 21 horas
Local: Clube do Choro de Brasília (SDC
Bloco G – Brasília; entre a Torre de TV, o Centro de Convenções e o Planetário)
Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20
(meia-entrada). À venda na Bilheteria do Clube do Choro de Brasília (Segunda à
sexta, das 10h às 18h. Sábado, das 19h às 22h. Em dias de show, das 10h às
22h.), nos pontos de venda da Bilheteria Digital (Pátio Brasil, Conjunto
Nacional e Brasília Shopping) ou pelo site bilheteriadigital.com/clubedochoro
Classificação
indicativa: Livre
para todos os públicos
Informações: 61 3224-0599
==> Foto: Divulgação
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