Jornada de romancista italiano desagua na busca por livros perdidos

Grandes autores são conhecidos pela relevância e pelo impacto que suas obras causaram em suas épocas. Mas e quando os manuscritos – finalizados ou incompletos – se perdem pelos desvãos da vida e se esvanecem para sempre? É nessa jornada, em busca dos livros perdidos, que parte o romancista Giorgio van Straten em seu Histórias de livros perdidos, lançamento da Editora Unesp. “São livros que alguém viu, talvez até tenha lido, e então foram destruídos ou dos quais não se sabe mais nada”, esclarece.

Numa prosa deliciosa, Giorgio van Straten revela livros – Byron, Gógol, Hemingway, Walter Benjamin e Sylvia Plath são alguns dos autores – que sofreram os mais variados tipos de perdas: destruição por insatisfação de seus autores, circunstâncias adversas, como a guerra, censura de outros e de si mesmos, incêndios e roubos e, claro, a vontade suprema dos herdeiros, os únicos capazes de controlar o destino do trabalho de seus mortos. “Nos oito casos que vou contar, existem exemplos de todas essas possibilidades. A conclusão é sempre a mesma: o livro em questão parece perdido para sempre, mesmo se às vezes a hipótese é que alguém, em algum lugar…”, escreve.

“Desses oito livros perdidos, no entanto, não encontrei nenhum, pelo menos não no sentido tradicional do termo. Em vez disso, como se verá no primeiro capítulo, aconteceu de ter lido um romance antes que este se perdesse, mas não ter podido evitar sua destruição”, anota van Straten. A partir dessa leitura, nasce seu “mapa pessoal”, entre as memórias de livros ausentes, que segue um critério geográfico: “uma volta ao mundo em oito volumes, em vez de oitenta dias”, partindo da Itália em direção à Inglaterra, França, Polônia, Rússia, Canadá, Espanha e retornando ao país da bota.

“E no final da viagem, percebi que os livros perdidos têm algo que todos os outros não possuem: deixam a nós, leitores, a possibilidade de imaginá-los, de contá-los, de reinventá-los”, pontua o autor. “E se, por um lado, eles continuam a nos escapar, a se afastar quanto mais tentamos agarrá-los, por outro eles recobram vida dentro de nós e no final, como o tempo proustiano, podemos dizer que os encontramos.”

Sobre o autor – Giorgio van Straten publicou seu primeiro romance, Generazione, em 1987. Autor de vários livros, entre romances e livros de contos, em 2000 ganhou o prêmio Viareggio Award por Il mio nome a memoria. Desde 2015, dirige o Instituto Italiano de Cultura em Nova York.
Autor: Giorgio van Straten
Tradução: Silvia Massimini Felix
Número de páginas: 115
Formato: 14 x 21 cm
Preço: R$ 38,00
ISBN: 978-85-393-0741-8

==> Foto: Divulgação

0 comments:

Postar um comentário