Livro analisa intoxicações por agrotóxicos

Bacharel em Serviço Social pela Unesp de Franca, Robson de Jesus Ribeiro publicou o livro "Os amargos frutos do trabalho brutal: agrotóxicos e saúde do trabalhador”, pesquisa que desenvlveu na Iniciação Cientifica.

O autor faz uma análise das intoxicações por agrotóxicos ocorridas entre os anos de 2007 a 2011 no município de Ribeirão Branco - SP, cidade que concentra a maior produção de tomates de mesa do país. Ele conclui que a utilização desses químicos tem ocasionado adoecimento de trabalhadores rurais, contaminação do meio ambiente, contaminação dos alimentos e a morte de trabalhadores. Os impactos que a exposição aos agrotóxicos causa aos trabalhadores e a sociedade ainda não ganharam fórum de preocupação social e política, uma vez que se verifica parca ou nenhuma discussão a esse respeito.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o brasileiro consome por ano 7,5 litros de veneno. O órgão ressalta que em regiões com maior produção agrícola esse consumo pode ser maior.  Esse cenário se concretiza a partir da abertura do mercado para o capital agrário internacional e as facilidades propiciadas pela Revolução Verde, momento em que as indústrias estrangeiras detentoras de insumos agrícolas intensificaram a exportação de diversas tecnologias necessárias pra o cultivo de alimentos, inclusive os agrotóxicos. Algumas dessas empresas, Bayer/Monsanto e Dupont, por exemplo, controlam mais da metade do mercado agrícola mundial.O uso dos agrotóxicos tem gerado inúmeros agravos, tanto para a saúde quanto ao ambiente. Há estimativas feitas por agências internacionais, como a Organização Mundial de Saúde, que ressaltam que o uso indiscriminado e o contato com esses produtos podem levar o indivíduo à morte, ou acarretar inúmeros problemas de saúde determinados pelo contato direto ou indireto, sendo que, o contato através dos alimentos é uma preocupação frequente.

Os impactos que a exposição aos agrotóxicos causa aos trabalhadores e a sociedade por meio do contato direto com o alimento contaminado ainda não ganharam fórum de preocupação social e política, uma vez que se verifica parca ou nenhuma discussão a esse respeito. Lembra-se que no Brasil, ainda há uma grande dificuldade de se registrar e tratar os agravos à saúde dos trabalhadores e das trabalhadoras. Sobre o ponto de vista estrutural temos a falta de hospitais, centros e postos de saúde na área rural, dessa forma, os trabalhadores rurais não dispõem de acesso à assistência médica, o que dificulta o pronto-atendimento dos casos de intoxicações ocorridas no meio rural. Ainda sobre essa ótica, mesmo que nas regiões em que existe cobertura médica, observa-se o despreparo da equipe para diagnóstico dos casos de intoxicação por agrotóxicos, que de modo geral, apresenta sintomas difusos e não específicos como dores de cabeça, mal estar, inapetência, problemas que atingem a esfera mental  marcadamente caracterizados pelo nervosismo, tristeza, tentativa de suicídios e entre outros que geram atendimentos e diagnósticos que não conseguem chegar a conexão do contato com o agrotóxico e o sintoma apresentado.

==> Foto: Pop Mundi

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