Para conhecer a história e a luta da imprensa no Brasil

Comemorado por todo o território nacional em 1° de junho, o Dia da Imprensa ainda é uma data que confunde o calendário. Isto porque, até 1999, a celebração acontecia em 10 de setembro, ocasião da primeira circulação do periódico da Corte intitulado A Gazeta do Rio de Janeiro

A mudança ocorreu após a Lei nº 9.831 reconhecer o jornal Correio Braziliense, produzido em Londres pelo jornalista Hipólito José da Costa e lançado três meses antes do A Gazeta do Rio de Janeiro, como o originário. Sem a censura da Coroa Portuguesa, o Correio Braziliense, de cunho ideológico, transitava clandestinamente, pois era proibida a impressão de jornais e livros pelo país. 

Para refletir sobre as questões que envolvem esse setor que se instalou no Brasil em meio a obstáculos, a Editora Unesp elenca alguns títulos de seu catálogo. Confira: 

Autora: Tania Regina De Luca | Páginas: 376 | Preço R$ 68
Este livro, de maneira inédita e extensiva, analisa a marcante carreira da Revista do Brasil, publicação de importância crucial na história da imprensa paulistana e brasileira. Na consideração das diferentes fases desse periódico ilustre, são discutidos os desafios que enfrentou e o complexo universo de ideias em que se moviam seus editores e colaboradores.

Autora: Raquel Discini de Campos | Páginas: 224 | Preço R$ 58
No início do século XX, a zona Araraquarense (atual Noroeste Paulista) passou por um grande desenvolvimento econômico, cultural e social, em virtude do fluxo de imigrações, o que mudou em pouco tempo os padrões daquela sociedade. Em meio a esse turbilhão, passaram a circular diversos jornais produzidos regionalmente, que retrataram todas as novidades desse período e os estilos de vida que emergiam. Com base nesses textos antigos, duas importantes temáticas foram pesquisadas e tratadas nesta obra: a contraditória apropriação feminina dos espaços públicos, que naqueles tempos ganhava grande publicidade, e a preservação da educação, assistência e ordenação das crianças do sertão.

Autor: José Leonardo do Nascimento | Páginas: 312 | Preço R$ 56
Esse estudo visa analisar e reproduzir as leituras críticas de O Primo Basílio publicadas no Brasil, logo após o lançamento do livro, para, de uma só vez, definir as perspectivas estéticas vigentes na cultura letrada e fazer uma edição crítica dos documentos da época. O volume está organizado em duas partes. Na primeira, A Severidade da Crítica e os Hábitos da Terra, os textos sobre o romance e o drama teatral são analisados e comparados. Na segunda, no Apêndice, eles são publicados acompanhados de notas explicativas e comentários gerais.

Autor: Raphael Nunes Nicoletti Sebrian | Páginas: 308 | Preço R$ 54
Entre os anos de 1926 e 1934, a Nicarágua sofreu com a invasão de fuzileiros navais norte-americanos, gerando um conturbado momento político para o pequeno país. Em resposta, o movimento liderado por Augusto César Sandino buscou garantir a resistência local. Assim, usando este evento histórico como amostra para discutir questões como o neocolonialismo na América, a imprensa brasileira e os movimentos populares, o autor Raphael Nunes Nicoletti Sebrian estuda como esses acontecimentos repercutiram na mídia do Brasil. Através da análise de cinco periódicos da época: O Estado de S. PauloCorreio da Manhã, Folha da ManhãFolha da Noite e O Tempo, a obra analisa a forma como o movimento sandinista esteve presente na imprensa nacional, revelando um curioso resultado: estes grandes veículos de comunicação, conservadores e admiradores dos EUA, não apenas cobriram ostensivamente o movimento, como criticaram a atitude intervencionista dos americanos. Ao longo dessa análise, o livro também conta a própria história de Sandino e da Nicarágua, indo até a sua influência em outro movimento do país: a Revolução Sandinista nos anos 1970. Por isso, além de trazer uma importante pesquisa, a obra de Raphael Nunes avalia, de um modo crítico, o imperialismo e os conflitos na América Latina.

Autoras: Ana Luiza Martins e Tania Regina de Luca | Páginas: 136 | Preço R$ 24
Neste livro, as autoras abordam a trajetória das publicações periódicas brasileiras: o surgimento dos primeiros jornais e revistas, as transformações no processo de produção dos impressos, as mudanças em relação à estrutura interna, distribuição e natureza das matérias e dos recursos imagéticos disponíveis, a profissionalização e especialização do jornalista, a crescente segmentação dos periódicos, que se destinam a públicos e setores sociais cada vez mais específicos, sua atuação política e social em momentos decisivos da história do país, os interesses de que se fez (e se faz) porta-voz, os desafios impostos pela mundialização e novas tecnologias, que veem alterando profundamente não só o modo de operar das redações mas também o sentido e o lugar social atribuído à imprensa.

Autor: Juvenal Zanchetta Júnior | Páginas: 136 | Preço R$ 24
Obra que analisa a notícia impressa, o fotojornalismo e a notícia de telejornal. Para tratar desses "gêneros textuais" associados ao jornal impresso e abordar o telejornal, particularmente o Jornal Nacional da Rede Globo de Televisão, o autor se concentra sobre um conjunto de mediadores externos e internos que atuam no atual modo de fazer jornalismo. Sua visão crítica e distanciada desmascara as aparentes objetividade e isenção idealmente características da atividade jornalística. Coloca o papel central ocupado pela imprensa na sociedade contemporânea, num enfoque de "quarto poder" arbitrário, opressor e manipulador da opinião pública e de instrumento redentor da democratização da informação.

Autor: Alvaro Santos Simões Junior | Páginas: 196 | Download gratuito
Escritos em diferentes momentos e circunstâncias da carreira do pesquisador Alvaro Santos Simões Junior, este conjunto de dez ensaios trata da produção, circulação e recepção de obras literárias no Brasil a partir do fim dos anos 1800. Os textos reconstroem o ambiente em que, na virada século 19 para o século 20, da Monarquia para a República, do trabalho escravo para o livre, surgiram novas condições para o trabalho intelectual. Falam sobre a atuação profissional dos escritores daquele período, analisam, respectivamente, romances naturalistas brasileiros e notícias a respeito da morte de Zola, oferecendo, ambos, uma ideia de como era complexa relação dos intelectuais brasileiros com os amados e, eventualmente, odiados mestres europeus e tratam da literatura paradidática da Primeira República.

Os ensaios revelam também a importância da imprensa periódica para a divulgação e circulação das obras literárias e refletem sobre a obra de Ana Cristina Cesar, autora mais representativa da “geração mimeógrafo”, que criou em pleno regime militar um circuito independente de produção e circulação de obras literárias. O volume se encerra com um ensaio sobre a obra de Menalton Braff direcionada ao público jovem.

==> Foto: Divulgação

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