A confluência dos movimentos da água e do
vento, assim como da incidência de luz foram os motes dramatúrgicos para a
construção do vocabulário coreográfico de O
Homem na Prancha, o mais recente trabalho do coreógrafo e diretor Edson
Beserra. A pesquisa para construção do espetáculo teve como objetos a pintura
de William Turner e a literatura de Guy de Maupassant.
Das pinceladas impressionistas de Turner, como
inspiração para a ocupação do espaço cênico pelos bailarinos, foram trazidas ao
palco os movimentos diluídos da água e das nuvens provocados pela ação do
vento, uma constante nos quadros do pintor inglês. Destas formas difusas, Edson
propôs aos bailarinos uma qualidade de movimento que gerasse a impressão de que
as formas se dissipassem. Já os matizes de luz, também presentes na obra de
Turner, são empregados à cena para imprimir tanto temperatura como para reforçar
a energia expressa nos movimentos dos bailarinos.
À fluidez dos quadros de Turner, somam-se
traços da personalidade de um homem atormentado, personagem central da obra
literária “O Horla”, de Guy de Maupassant. As inquietações desta personagem de
Guy se desenvolvem com a sensação da presença de uma entidade que o assombra,
presença esta que é percebida pela queda de temperatura provocada pelo vento.
Desconforto físico e angústia que servem, também, como mote para construção do
vocabulário de movimentos dos bailarinos.
Motivado por esta presença não física de “O
Horla”, Edson faz uma referência poética aos Marinheiros, entidades da chamada
Linha Auxiliar ou Linha Intermediária da Umbanda. Espíritos que dedicaram suas
vidas aos oceanos, vinculadas ao trabalho em embarcações. A manifestação física
destes espíritos se caracteriza pela sensação figurativa de estar em alto mar.
O cambalear natural das ondas é predicado marcante no comportamento dos médiuns
que os incorporam. Na proposta de encenação de O Homem na Prancha, os
bailarinos vão fazer o uso deste marear como demonstração das alterações de
estado e de temperatura da cena.
Para chegar à concepção final deste projeto,
foram mais de 150 horas de ensaios, que contemplaram preparação corporal com
treinamento técnico em dança contemporânea e pesquisas coreográficas. O nome do espetáculo faz referência ao estado do
criador frente a uma obra em branco e do homem que caminha na prancha e tem as
opções voltar para o navio ou lançar-se ao mar.
Edson
Beserra.
Diretor artístico e coreógrafo do projeto, atua como coreógrafo desde 2003.
Bailarino por quase oito anos do Grupo Corpo Cia de Dança, tem seu trabalho
reconhecido por críticos no The New York Times e na Folha de São Paulo. Foi do
corpo de bailarinos das Companhias Cia. de Dança Deborah Colker e da Quasar Cia.
de Dança.
Serviço:
Espetáculo: O Homem na Prancha
Gênero: Dança Contemporânea
Apresentações:
Centro Cultural Sesi Taguatinga, Sala Yara Amaral
Qnf
24, Área Especial - Taguatinga Norte.
Lotação:
478 lugares.
Informações:
3355.9500.
Sessão: Dia 17 de
novembro, terça-feira, às 21h.
Complexo Cultural Funarte, Teatro Plínio Marcos
Eixo Monumental, Setor Divulgação Cultural -
Brasília/DF.
Lotação: 517 lugares.
Informações:
3322.2076 ou 2025.
Temporada: De 8 a 10
de dezembro, de terça a quinta, às 21h.
Ingressos: R$ 10,00. Vendas nos
locais.
Duração: 45 minutos.
Classificação
indicativa: 16 anos.
Informações: sill.eventos@gmail.com
Ficha técnica:
Direção e coreografia: Edson Beserra
Dançarinos: Edson Beserra e Lavinia Bizzotto
Assistência de coreografia: Marcos Buiati
Bailarino colaborador: Marcos Buiati
Produção executiva: Silvia Leticia, Sill Produções
Figurino: Moema Carvalho
Iluminação: Moises Vasconcellos
Cenário: Hierônimus do Vale e Moises Vasconcellos
Sonoplastia: Kiko Barretto
Design gráfico: Maíra Zannon, Ilha Design
Vídeoarte:
Hierôminus do Vale
Apoio
cultural: Oi Futuro.
Patrocínio: LIC, Oi, Secult, GDF.
Patrocínio: LIC, Oi, Secult, GDF.
==> Foto: Thiago Sabino
![](http://starcopos.com.br/esportecultura/dalton.png)
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