A criança é espontânea, vive na
volúpia do momento e até ter noção dos limites, diz o que pensa, se joga no
desconhecido sem medo e, certamente, tem atitudes que muitos adultos não se
atreveriam. Por isso mesmo tem muito a ensiná-los. As atrizes Caísa Tibúrcio e
Nara Faria, durante um mês, estudaram o universo infantil em visitas a uma
creche, duas vezes por semana, na companhia do diretor teatral José Regino. O
resultado desse aprendizado foi essencial para a montagem do espetáculo “Achadouros” - destinado aos pequenos
de 6 meses a 7 anos de idade .
“A primeira infância é um lugar onde o jogo poético surge de brincadeira. Nela encontramos fecundo material para o fazer artístico, pois nessa fase o espanto com as coisas ‘óbvias’ da vida é evidente. As crianças estão em ‘estado de poesia’, a linguagem e o corpo estão ainda brincando na sua formação”, afirma o diretor José Regino, que já participou de projetos teatrais com crianças da primeira infância e para bebês, como “Panapanã” e “Alma de Peixe”.
“Achadouros” trabalha com o conceito de “ressignificação” dos objetos. Como é o caso das inúmeras sacolas de plástico na cor branca compondo o cenário, que hora se transformam em galinha, cachorro, peixe e até borboletas que - literalmente - voam. Também assumem o papel de água do mar, do rio ou do lago.
“Em nosso
trabalho, a ressignificação das sacolas plásticas é uma reflexão sobre a
necessidade de recriação de uma cultura pautada no consumismo descartável. Seu
uso massivo no cenário remete ao exagero e à banalização na relação com os
materiais industrializados”, afirmam Caísa Tibúrcio e Nara Faria.
São consumidos cerca de 2,5 bilhões a 1 trilhão de sacolas plásticas por ano no mundo. Cada uma leva até 400 anos para se decompor. Elas também são um objeto de risco na infância e no espetáculo representam, entre outras coisas, o perigo do desconhecido em contraponto à coragem e à curiosidade desbravadora do bebê.
As atrizes, que também são palhaças, explicam que tiveram muito cuidado para fugir dos clichês relacionados ao que convencionalmente é chamado de universo infantil. “Não é preciso mil estímulos para estabelecer a comunicação com a criança e compartilhar da experiência artística”, esclarecem Caísa e Nara, que escolheram tons neutros para trabalharem a cenografia e figurino e optaram pela linguagem não verbal.
Com relação à palhaçaria, elas explicam que foi uma linguagem usada durante o processo criativo para ajudá-las a se aproximar da percepção ingênua e amoral do bebês. Apesar de não estar explícita na encenação, a linguagem do palhaço foi o primeiro passo para a criação das personagens.
FICHA TÉCNICA
Elenco: Caísa Tibúrcio e Nara Faria
Direção: José Regino
Dramaturgia: Criação coletiva
Figurino: José Regino
Preparação vocal: Fernanda Cabral
Criação musical: Caísa Tibúrcio e Nara Faria
Cenografia: Chico Sassi
Iluminação: Marcelo Augusto
Produção geral: V4 Cultural
Produção executiva: Pedro Caroca
Realização: Dois de Ouro
Parceria: A Trama , Coletivo Miasombra e Território Paranoá
Apoio: Casulo
Apoio Institucional: FUNARTE
Parceria: A Trama , Coletivo Miasombra e Território Paranoá
Apoio: Casulo
Apoio Institucional: FUNARTE
Designer gráfico: Jana Ferreira
Fotografia: Debora Amorim
Registro Videográfico e Edição: Fabiano Morari
SERVIÇO
10 e 11 de outubro
Sábado e domingo às 11h
Teatro Plínio Marcos, Funarte
Ingressos: R$ 10,00 a inteira e R$ 5,00 a meia entrada
Informações: (61) 8173-3450
==> Foto: Divulgação
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