Danilo estava ali na área, como quem não quer nada. Mas Danilo sempre
quer alguma coisa. Os incontáveis títulos e gols importantes provam: ele
sabe onde e quando deve estar. Nem é o centroavante do time, mas se
preparou para o que poderia acontecer: o erro de Vitor Hugo no recuo
para Fernando Prass, a esperteza de Petros, o toque pro meio... E um
carrinho de sorriso aberto para decretar a vitória do Corinthians no
primeiro clássico na nova casa do Palmeiras. Uma vitória, portanto,
especial.
O Palmeiras entrou em campo com sete dos 19 reforços contratados, mas
sem o mais esperado deles. Dudu, cobiçado por Corinthians e São Paulo,
havia prometido tirar o chapéu se fizesse um gol nos rivais. Teve só 45
minutos para tentar, pois entrou no intervalo no lugar de Maikon Leite.
Uma decisão difícil de ser explicada pelo técnico Oswaldo de Oliveira.
A equipe ficou melhor com o atacante, mas o Verdão ainda vive aquela
fase de primeira semana de escola, onde se aprende os nomes dos novos
amiguinhos, o que eles gostam de fazer, como gostam de receber a bola,
etc.
Já o Corinthians voltou a mostrar maturidade. Assim como havia
acontecido no meio de semana, contra o Once Caldas, ficou com um jogador
a menos e não sofreu gols. Cássio foi expulso no início do segundo
tempo por fazer cera. Ele argumentou ao árbitro Raphael Claus não ter
visto a bola ser jogada pelo gandula, por isso saiu para buscar outra.
Como já havia recebido cartão amarelo pelo mesmo motivo, viu do
vestiário o substituto Walter garantir a vitória ao defender com o pé
esquerdo o chute do lateral-direito Lucas.
Mesmo recheado de reservas como Edilson, Bruno Henrique, Petros, Danilo
e Mendoza, o Timão foi consciente o tempo todo. Organizado e no mesmo
modelo tático de quando jogam os titulares. Esses voltarão – exceto os
suspensos Fábio Santos e Guerrero – na quarta-feira, contra o Once
Caldas, que precisa de uma milagrosa vitória por cinco gols de diferença
para tirar o Corinthians da fase de grupos da Libertadores.
Allione, destaque alviverde das primeiras rodadas, fez só uma boa
jogada, a primeira da partida, que quase terminou em conclusão precisa
de Leandro Pereira. A trave também se destacou no dérbi. Uma impediu gol
de Bruno Henrique, a outra parou cabeçada de Vitor Hugo. O zagueiro,
aliás, teve quatro chances pelo alto para se redimir da bobagem no gol.
Não conseguiu. A última foi quase aos 51 minutos do segundo tempo. A
pressão não foi forte suficiente contra o Corinthians, que teve o bravo
Danilo até o fim comandando o meio.
Na próxima quarta-feira, o Palmeiras receberá o Rio Claro, novamente em
seu estádio. Talvez já mais entrosado e ainda à espera das estreias de
Arouca, Cleiton Xavier e do retorno de Valdivia.
Globoesporte
==> Foto: Marcos Ribolli
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