O ano de 2014 chega ao fim com uma extensa
lista de polêmicas no esporte brasileiro e mundial. Declarações infelizes ou
preconceituosas, crimes que levaram atletas às páginas policiais, tensões na
Fórmula 1 e uma guerra velada entre CBV e FIVB foram alguns dos capítulos que atraíram
atenção do público à espera de desdobramentos e consequências. Confira na lista
abaixo alguns dos principais episódios dos últimos meses.
RACISMO NA NBA
Então dono do Los Angeles Clippers, Donald
Sterling pediu à namorada que não levasse pessoas negras às partidas da
franquia. O diálogo foi gravado e divulgado por sites de fofoca nos EUA, e a
NBA abriu uma investigação sobre o caso. Um jornal de californiano afirmou que
o dirigente tentou abafar o caso, que ganhou ainda mais repercussão. Sterling
foi banido da NBA para o resto da vida, mas se recusou a pagar a multa e tentou
impedir a venda da franquia. Após muitas críticas de astros como Magic Johnson,
LeBron e Chris Paul – que cogitou boicote ao time-, ele voltou atrás. Em
outubro, os Clippers foram oficialmente comprados por um ex-CEO da Microsoft.
O "FIM" DO CASO PISTORIUS
Mais de 20 meses após a morte de Reeva Steenkamp,
Oscar Pistorius finalmente ouviu sua sentença. Em 21 de outubro, o multicampeão
paralímpico foi condenado a cinco anos de prisão e levado a uma penitenciária
conhecida pela superlotação e por episódios de violência. De quebra, foi vetado
pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC) nas Paralimpíadas do Rio 2016. A
promotoria, no entanto, não ficou satisfeita com a pena por homicídio culposo,
quando não há intenção de matar, e recorreu da sentença em busca de uma punição
mais severa. A juíza responsável aceitou o recurso, mas ainda não foi divulgada
data do novo julgamento.
AS AGRESSÕES DE RAY RICE
Campeão do Superbowl em 2012, Ray Rice foi
preso em fevereiro por brigar com uma mulher em Atlantic City. Após pagar
fiança, ele foi liberado. Meses depois, o vídeo da agressão vazou na imprensa
americana, e as imagens do jogador socando e arrastando a então noiva Janay
Palmer pelos cabelos chocaram o público. A NFL reagiu e decidiu suspendê-lo por
duas partidas na temporada 2014/2015. Até a Casa Branca emitiu um comunicado
oficial classificando o episódio como “desprezível”, mas também houve
manifestações de apoio ao atleta, tanto por parte da torcida quanto por nomes
como Floyd Mayweather e Paul George. No fim deste ano, a NFL divulgou uma nova
política de conduta.
A FRAUDE DE VANESSA MÃE
Vanessa Mae foi uma atração nos Jogos de Sochi
pela curiosidade do público e de patrocinadores em ver a violinista nas pistas
de esqui alpino. O último lugar na prova não chegou a decepcionar, já que ela,
que competiu pela Tailândia com o sobrenome do pai, Vanakorn, ocupava a 2.253ª
posição no ranking da Federação Internacional de Esqui (FIS). O que chocou os
fãs foi a divulgação de um esquema de manipulação de resultados para que ela se
classificasse para os Jogos. Segundo a FIS, foram inventados tempos de outros
esquiadores para mudar o status da prova. Cinco oficiais foram banidos por
períodos de um a dois anos, e Vanessa, por quatro. Ela recorreu da sentença
junto ao Tribunal Arbitral do Esporte e ainda aguarda novo veredito.
INDICAÇÃO DE GATLIN AO PRÊMIO DE MELHORES DO ANO
A Federação Internacional de Atletismo (Iaaf)
divulgou em outubro uma lista com 10 atletas de cada gênero pré-selecionados
para o prêmios de melhor do ano no esporte. Neste ano, porém, o tricampeão
mundial do lançamento de discoRobert Harting pediu para ser retirado da
relação pois não queria concorrer com um “ex-infrator de doping", referindo-se ao
velocista Justin Gatlin, afastado das pistas de 2006 a 2010 (também teve uma
suspensão curta em 2001). O americano se defendeu, e no fim das contas nenhum
dos dois atletas ficou entre os três finalistas. O vencedor entre os homens
foi o francês Renaud Lavillenie, do salto com vara.
FOGO AMIGO ENTRE HAMILTON E ROSBERG
Amigos da época do kart, Lewis Hamilton e Nico
Rosberg são companheiros na equipe Mercedes na Fórmula 1 desde 2013. Mas a
acirradíssima disputa pelo título mundial deste ano deixou marcas na amizade de
infância. No GP de Mônaco, em maio, o britânico rompeu os laços ao desconfiar
que o alemão errou de propósito para garantir a pole position: “Não somos
amigos, somos colegas”. As pazes vieram logo depois, com direito a uma foto dos
dois brincando quando adolescentes. Mas o clima voltou a esquentar na Bélgica,
em agosto, quando os dois se tocaram. No fim do ano, Lewis levou a melhor e foi
campeão. Os dois se cumprimentaram, mas a relação nunca mais foi a mesma.
O IMPASSE DO GOLFE OLÍMPICO
Em obras desde abril de 2013, o campo de golfe olímpico tornou-se uma
das maiores dores de cabeça do prefeito Eduardo Paes e do Comitê Rio 2016 neste
ano. Apesar dos visíveis avanços com o plantio da grama e a instalação completa
do sistema de irrigação, o imbróglio judicial devido a questões ambientas segue
rendendo. No fim de novembro, após três audiências entre o Ministério Público e
os responsáveis pela construção do campo, a 7ª Vara de Fazenda negou a
suspensão da licença ambiental. As obras já ultrapassaram 60% de conclusão,
vão custar R$ 60 milhões pagos pela iniciativa privada, e têm previsão para
ficarem prontas em para o evento-teste marcado para agosto de 2015. No último sábado, manifestantes que acampavam no local entraram em choque com Guardas Municipais que tentaram retirá-los.
GUERRA (NEM TÃO) FRIA ENTRE CBV e FIVB
Pode-se chamar de uma sequência de ações e
reações, mas o fato é CBV e FIVB expuseram publicamente o péssimo
relacionamento entre a entidade brasileira e a internacional – estremecido desde
o Mundial da Polônia em setembro. Na ocasião, Bernardinho reclamou que a FIVB
tomou medidas propositais para desestabilizar o Brasil na competição. Em um
primeiro momento, a CBV não tomou partido e viu uma possível questão pessoal
entre o técnico e o presidente Ary Graça.
Depois que a FIVB divulgou punições a Bernardinho e a três jogadores, um dia após a divulgação de um relatório da Controladoria-Geral da União apontando irregularidades contratuais durante a gestão de Ary e da suspensão do patrocínio do Banco do Brasil, a CBV viu a postura como retaliação - mesma expressão usada pelo técnico. Como resposta, decidiu não organizar mais as finais da Liga Mundial 2015. A FIVB afirma que a CBV poderá sofrer com sanções como a suspensão da seleção por um ano, além de pagamento de multa e proibição de organizar competições internacionais por quatro anos. A CBV nega que tenha assinado contrato e expôs ainda um suposto confisco de verba que seria destinada a pagar premiações aos atletas.
Globoesporte.com
==> Foto: Reprodução Sportv
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