Estreia do filme "Made in China"

Seja pesquisando, ensaiando, emagrecendo ou engordando, atores consagrados chegam a dedicar meses à preparação para determinados trabalhos. Pois, para viver Francis, a despachada vendedora de bugigangas da comédia “Made in China”, pode-se dizer que Regina Casé vem se dedicando desde a década de 1960. Foi nessa época que a comunicadora, então menina espevitada, começou a frequentar a pulsante Saara, maior área de comércio popular do Rio de Janeiro e habitat natural da divertida personagem principal do filme.

Com estreia marcada para o dia 6 de novembro, o filme retrata um fenômeno ocorrido na região nos últimos anos: a invasão de comerciantes chineses e o desequilíbrio causado pelos preços baixíssimos de seus produtos, um desafio à tradição local de convivência amigável entre empreendedores de diferentes origens e religiões. Em meio ao embate comercial, a espontânea Francis tenta salvar a tradicional Casa São Jorge, loja em que trabalha, e o namoro com Carlos Eduardo. O malandro é vivido pelo pagodeiro Xande de Pilares, ex-vocalista do Grupo Revelação que trabalhou na Saara antes do sucesso e faz sua estreia como ator.

“Made in China” marca também o retorno de Regina Casé ao cinema, do qual estava afastada desde 2000, quando comoveu o público e conquistou a crítica ao encarnar a nordestina Darlene em “Eu, Tu Eles”. Trata-se ainda do primeiro longa-metragem de ficção dirigido por Estevão Ciavatta, marido e parceiro profissional da atriz, responsável também pela série “Preamar”, da HBO, e pelos programas “Brasil Legal”, “Muvuca”, “Central da Periferia”, “Esquenta!”, entre outros.

A experiência acumulada em tantas produções foi determinante para duas opções arrojadas feitas em “Made in China”. Uma delas foi a construção de um cruzamento daSaara de 1,2 mil m2 dentro de um gigantesco galpão e em apenas um mês. Nas 20 lojas fictícias que compuseram o cenário, o diretor de arte Tiago Marques, o mesmo de “Tropa de Elite 2”, pode concentrar elementos que revelam o caráter multicultural e cômico do mercado popular, expresso em cartazes do tipo “Trago de volta a pessoa amada melhor do que antes”, por exemplo.

A outra decisão foi a de escalar três chineses no elenco, que conta ainda com Otávio Augusto, Juliana Alves e Luis Lobianco, conhecido pelos vídeos do Porta dos Fundos. Dos três asiáticos, apenas um é ator, Tony Lee. A professora de mandarim Liou Sheanjiuan pouco fala português. Ela contracena com a filha, a jovem jornalista Yili Wang. O resultado, claro, foi muita diversão no set.

Com roteiro assinado por Estevão Ciavatta, Mauro Wilson, Patrícia Andrade, Rosane Lima e Claudio Lisboa, “Made in China” é uma coprodução entre a Pindorama Filmes, Conspiração Filmes, Globo Filmes, RioFilme e Teleimage, com distribuição da H2O Films.

“Made in China” foi parcialmente financiado com recursos obtidos através da Lei Federal 8.685/93 (Lei do Audiovisual), da Lei de Incentivo à Cultura do Estado do Rio de Janeiro, do Fundo Setorial do Audiovisual e do Programa de Investimentos Não-Reembolsáveis da RioFilme. O filme também conta com o patrocínio das empresas Petrobras, Caixa Seguros, Neoenergia, TAESA e Oi, o apoio cultural da Oi Futuro, Quanta e OiChina Mandarim, e a parceria com o Funcine Fundo Cine AA, BRDE e Ancine.

==> Foto: Divulgação

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