Estudo alerta: dieta rica em proteína animal pode aumentar risco de câncer

Na última semana, um novo estudo publicado na “Cell Metabolism” acompanhou adultos por mais de duas décadas e revelou que dietas ricas em proteína animal na meia idade quadruplicam o risco de morte por câncer, atingindo um risco comparável ao do fumo.

Este estudo também revelou que, além do câncer, as pessoas de meia idade também são duas vezes mais suscetíveis a mortes precoces. Em geral, mais propensos em desenvolver diabetes e obesidade.

O que seria considerado uma dieta rica em proteína animal?

Seria uma dieta onde a proteína de carnes, leite e derivados componha 20% da ingestão total de calorias. Em uma dieta pobre em proteínas a ingestão seria de no máximo 10% do valor total de calorias ingeridas.

O estudo mostra também que quem come quantidades moderadas (15% de proteínas) apresenta risco três vezes maior de morrer de câncer do que pessoas que consomem pouca proteína.

O câncer é uma doença caracterizada pelo crescimento celular desordenado, resultante de alterações no código genético. Entre 5% a 10% das neoplasias são resultados diretos da herança genética relacionada ao câncer, mas grande parte envolve danos ao material genético, de origem física, química ou biológica, que se acumulam ao longo da vida. O fator ambiental é determinante!

As proteínas que controlam o hormônio do crescimento IGF1 ajudam no crescimento do corpo e estão associadas à suscetibilidade a outros tipos de câncer. Entretanto, cada faixa etária possui situações e necessidades especiais. Após os 65 anos, os níveis de IGF1 caem drasticamente, levando à perda muscular. O estudo demonstra que o alto consumo é prejudicial na meia idade, mas tem efeito protetor nos idosos.

Na sociedade de hoje, pela busca do emagrecimento rápido e do corpo perfeito, há inúmeras dietas com alta ingestão de proteínas de origem animal, como a Paleolítica, Atkins, Dunkan, South Beach, entre outras. Dietas que, em curto tempo, reduzem o peso corporal, mas a longo prazo trazem prejuízos à saúde.

Outra prática perigosa é a utilização excessiva de suplementos à base de proteína para a prática esportiva ou em dietas “fitness” com enriquecimento de preparações do dia-a-dia, como bolos, pães, vitaminas e sobremesas.

Como podemos precisar o quanto realmente estamos ingerindo de proteínas?

A recomendação proteica atual é de 0,8 a 1g/kg de peso ou até 15% do valor total da dieta para adultos saudáveis. Para atletas, variando a modalidade, fase do treinamento e objetivo proposto, este valor é superior, podendo chegar de 1,2 a 1,8g/kg de peso.

proteína é um nutriente muito importante para o nosso corpo por desempenhar funções essenciais como defesa e proteção celular, construção de novos tecidos, preservação da massa muscular esquelética e redução do catabolismo proteico. Entretanto, podemos equilibrar a qualidade da proteína ingerida reduzindo a ingestão de proteína de origem animal (carnes, leite, queijo) e aumentando as proteínas de origem vegetal como: feijão, lentilha, grão de bico, soja, ervilha, cogumelos, quinoa, tofu, nuts (nozes, castanhas, avelãs e etc).

Devemos reduzir a porção das carnes que ingerimos. A população, de uma forma geral, ingere grandes porções de carnes e, com a frequência a restaurantes por peso/ quilo, mistura várias proteínas na mesma refeição.

Outra prática importante é aumentar a ingestão de frutas, verduras, legumes e grãos integrais por serem fontes em potencial de vitaminas (C, A, E, complexo B) e minerais (zinco, selênio, cromo e etc), potentes antioxidantes que também contribuem para prevenção de doenças e combatem aos radicais livres.

Manter um hábito de vida saudável através da prática de exercício, manutenção de peso saudável e ingestão alimentar variada e colorida previne o aparecimento de inúmeras doenças.

* As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do Globoesporte.com / EuAtleta.com.

Cris Perroni (Foto: GE)

==> Fonte: Globoesporte

==> Foto:Getty Images

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