No dia em que o time mais empolgante do Campeonato Paulista não teve
sua melhor atuação, o técnico Oswaldo de Oliveira fez o papel de craque e
ajudou a colocar o Santos na final do estadual. Num jogo tenso, que
parecia fácil e se tornou duríssimo, Oswaldo promoveu mudanças cruciais
no segundo tempo e viu o Peixe fazer 3 a 2 no Penapolense, neste
domingo, na Vila Belmiro, pela semifinal do torneio.
Após muito suor, o Santos aguarda o vencedor de Palmeiras x Ituano para
saber quem vai enfrentar nos próximos dois domingos. Duas batalhas na
luta pelo 21º título paulista. Batalhas que quase não aconteceriam, pois
o time ficou atrás no placar por boa parte do segundo tempo. Oswaldo
agiu: colocou Rildo, e ele cruzou para Leandro Damião empatar a partida.
Lançou o garoto Stéfano Yuri, e ele marcou o gol da classificação.
Acostumado a goleadas, o Santos reencontrou o único time que lhe venceu
(e goleou!) na primeira fase. O time de Penápolis mostrou que os 4 a 1
de dois meses atrás não foram por acaso.
O bravo time de Narciso viu o rival abrir o placar, com Cícero, mas
aproveitou duas falhas de David Braz para virar o jogo no primeiro
tempo. A pequena torcida presente na Vila se fez presente. A Narciso,
coube a homenagem. Jogador do Santos na década de 90, o ex-zagueiro e
volante foi aplaudido antes e depois da partida, mesmo com seu time
derrotado.
Defesa vacila, Penapolense vira
O começo do filme parecia igual ao de todos os jogos na Vila Belmiro em
2014: o time de branco atacando, atacando, atacando. O rival quase
sempre com os 11 jogadores atrás da linha da bola. Desta vez, porém,
faltou conexão entre as principais peças do ataque do Santos: Thiago
Ribeiro e Geuvânio mal tocaram na bola, enquanto Gabriel segurou demais e
foi desarmado facilmente sempre que tentou um lance mais agudo. Mais à
frente, Leandro Damião sofreu com a ausência de criação.
Mesmo assim, a posse de bola era santista. O time de Penápolis,
matreiro, só esperando. A bola chegava pouco ao gol de Samuel, objetivo
que o técnico Narciso tinha traçado durante a semana. Sem conseguir
entrar na área, o Peixe resolveu arriscar. E aí, bola no Cícero. A
canhota certeira salvou o time de Oswaldo de Oliveira aos 21 minutos –
bomba de longe, desvio em Rodnei: 1 a 0 para os donos da casa.
A Vila explodiu rumo à final, na expectativa de mais uma goleada. O
time não jogava tão bem assim. Aliás, muito longe disso. Na defesa, o
nervosismo imperou, e as falhas começaram a aparecer. Ligeiro, o
Penapolense percebeu isso e começou a se arriscar no ataque, jogando
simples e aproveitando a velocidade nos contra-ataques.
Aposta de Oswaldo, David Braz “contribuiu” para a reação do adversário.
Um pênalti bobo e claro e uma indecisão na saída de gol de Aranha
resultaram nos gols de Guaru e Douglas Tanque: 2 a 1 Penapolense. Seis
dos 16 gols do time de Narciso no Paulistão, até o fim do primeiro
tempo, foram em cima do Santos. A equipe de Penápolis é modesta, mas
soube exatamente como parar a sensação do campeonato.
O toque de Oswaldo
Antes dos 30 segundos da etapa final, o Santos mostrou que a atitude
seria diferente. Uma bola no travessão chutada por Cicinho incendiou a
Vila novamente e fez o Penapolense se trancar na defesa. Narciso ordenou
que sua equipe recuasse e preservasse o resultado. O Santos, porém, é
bem mais ofensivo que o São Paulo, rival que o time do interior eliminou
nas quartas de final.
Oswaldo sentiu que as trocas de passes não iriam surtir efeito. Com uma
alteração, mudou o jogo. Rildo substituiu Gabriel e mostrou sua
principal característica no primeiro lance: o drible. Em uma jogada de
improviso, quebrou o sistema defensivo do Penapolense e cruzou na cabeça
de Leandro Damião, desta vez livre, para empatar o duelo.
O problema é que, após o gol, Damião teve pelo menos mais três chances
claríssimas dentro da área. Enrolado, não aproveitou nenhuma. Sem medo
de errar, Oswaldo ousou mais uma vez: tirou o reforço mais caro do
Santos na temporada e lançou o garoto Stéfano Yuri, 19 anos.
Também no primeiro lance, o centroavante recebeu passe perfeito de
Thiago Ribeiro e tocou na saída de Samuel. Santos na final, e castigo
para o Penapolense, que se despede de forma honrosa do Paulista, mas com
o sentimento de que poderia ter feito mais.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Leandro Martins / Futura Press
![](http://starcopos.com.br/esportecultura/dalton.png)
![](http://starcopos.com.br/esportecultura/linha_autor.png)
0 comments:
Postar um comentário