O antropólogo norte-americano David Schneider (1918-1995) teve uma
vasta e reconhecida produção. De sua etnografia sobre os yap na
Micronésia, passou pelos estudos sobre o parentesco em sua terra natal e,
também, pela sua contribuição para toda uma área da antropologia
feminista. Dada a falta de traduções para o português de sua obra, o
lançamento de A antropologia de Schneider: pequena
introdução, do antropólogo Igor José Renó Machado, pela
EdUFSCar, configura-se como oportunidade para o público brasileiro ter
acesso a seu inovador pensamento, considerado por muitos como irônico e
iconoclasta.
A maior importância de Schneider, como bem mostra Igor Machado, se deve
justamente ao fato de que ele realizou todos esses movimentos a partir de
uma persistente autocrítica. Juntamente com outros grandes antropólogos do
século XX, como E. Leach, M. Strathern e L. Dumont, Schneider empreendeu
uma leitura sobre os limites dos modelos da antropologia, replicados
inclusive na análise da sua própria sociedade. Esta introdução não só
retoma estes pontos, como torna familiar o complexo debate dos estudos de
parentesco.
Schneider teve sua obra jogada ao centro do mainstream
antropológico no começo do século XXI, e esse percurso veio de um desvio
pelos estudos feministas. A crítica ao “poder do sangue” e de tudo o que
isso implica (como noções de natureza, de papéis naturais) foi resgatada
com cuidado pelas feministas, que viam em sua crítica uma ferramenta
política de desnaturalização da opressão sexista às mulheres. Se o sangue
não é um destino natural, mas apenas uma escolha cultural entre outras
possíveis, o papel da mulher não é naturalmente moldado ao parentesco.
Igor Machado apresenta um panorama em que qualquer interessado no
pensamento antropológico entenderá o contexto de produção de pensamento de
Schneider, bem como as razões para o impacto de suas críticas radicais. A
intenção do autor é situar o pensamento de Schneider no fluxo dos
acontecimentos antropológicos, de forma que alguém que encontre as
referências a sua obra entenda porque elas estão ali.
Sobre o autor – Igor José Renó Machado é
formado em Ciências Sociais pela Unicamp (1994), onde também fez mestrado
em Antropologia Social (1997) e doutorado em Ciências Sociais (2003). É
professor associado da UFSCar, coordenador do Programa de Pós-Graduação em
Antropologia Social e coordenador do Laboratório de Estudos Migratórios na
mesma universidade.
Título: A
antropologia de Schneider: pequena
introdução
Autor: Igor José Renó Machado
Número de páginas: 117
Formato: 14 x 21 cm
Preço: R$ 25,00
ISBN: 978-85-7600-336-6
Autor: Igor José Renó Machado
Número de páginas: 117
Formato: 14 x 21 cm
Preço: R$ 25,00
ISBN: 978-85-7600-336-6
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