Especialista na área de Sociologia das
Profissões, Maria da Gloria Bonelli investigou empiricamente as relações
entre as profissões jurídicas e o ingresso de mulheres e da
homoafetividade nas carreiras públicas e na advocacia privada em São
Paulo. Seu ponto de partida foram indagações a respeito do impacto do
profissionalismo sobre essas diferenças e vice-versa, como o gênero e a
sexualidade refletem no ideário dominante no mundo do Direito. Os
resultados são agora apresentados em Profissionalismo,
gênero e diferença nas carreiras jurídicas, lançamento
da EdUSFCar.
O livro desvenda aquilo que ideologicamente
foi construído como separado: de um lado, o profissionalismo, a
neutralidade da expertise, a dimensão pública, impessoal e objetiva; do
outro, os marcadores da diferença, sua restrição ao privado, pessoal,
subjetivo. Essa lógica profissional continua sendo a mesma? Continua
predominando a visão de que na profissão o que conta é o saber, a
competência técnica superando diferenças que não medem o desempenho? O
gênero e a sexualidade foram neutralizados pelo profissionalismo? Houve
mudança nesses valores em decorrência da composição mais plural das
carreiras?
Cada capítulo do livro aborda um perfil
profissional. O primeiro dedica-se à magistratura estadual e a
federal em São Paulo; no segundo, a clivagem se dá entre a advocacia
privada e a carreira pública da magistratura no que diz respeito às
percepções da diferença. Em seguida, a atenção se volta aos promotores e
procuradores de justiça de São Paulo e para os procuradores federais
atuantes neste Estado. No quarto, o foco recai sobre dois órgãos em que há
expressiva participação feminina: a Defensoria Pública e a Procuradoria
Geral do Estado de São Paulo.
Nas conclusões, a autora aponta o ingresso
da diferença nas profissões analisadas tem impactos distintos, “mas todas
elas apresentam-se interseccionadas pelos marcadores sociais que vão
descentrando a identidade profissional de uma posição fixa no núcleo do
self”. O momento de consolidação do profissionalismo é um fator que
influencia a maior ou menor abertura à diversidade. “Se as portas de
entrada da carreira foram fechadas pela lógica profissional predominante
antes da incorporação de mulheres e da homoafetividade, observa-se maior
estratificação por gênero no interior da profissão. Se a inclusão da
diferença antecede tal fechamento, a carreira se apresenta menos
estratificada segundo essas marcas, não conformando guetos femininos ou
segmentações generificadas”, explica a socióloga.
Sobre a autora – Maria da Gloria
Bonelli é
formada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro
(1979), com doutorado em Ciências Sociais pela Universidade de Campinas
(1993), e bolsa sanduíche na Northwestern University (1991). Desenvolveu
pós-doutorado na American Bar Foundation, Chicago (1996) e no Instituto
Internacional de Sociologia Jurídica de Oñati, País Basco (2006).
Atualmente é professora titular do Departamento de Sociologia, da
Universidade Federal de São Carlos.
Título: Profissionalismo, gênero e
diferença nas carreiras jurídicas
Autora: Maria da Gloria Bonelli
Número de páginas: 139
Formato: 14 x 21 cm
Preço: R$ 28,00
ISBN: 978-85-7600-316-8
Autora: Maria da Gloria Bonelli
Número de páginas: 139
Formato: 14 x 21 cm
Preço: R$ 28,00
ISBN: 978-85-7600-316-8
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