Os temas relacionados ao patrimônio e a sua
preservação vêm, ao longo das últimas décadas, ganhando cada vez mais
destaque nas mídias nacionais e internacionais, bem como apelo junto à
opinião pública, além de uma crescente alocação de recursos e
investimentos, tanto pela iniciativa privada como pública, num processo
relacionado à expansão do turismo. A questão das políticas públicas de
preservação e gestão do patrimônio cultural é o foco da análise da
arquiteta e urbanista Ana Lúcia Cerávolo, em Interpretações
do patrimônio: arquitetura e urbanismo moderno na constituição de uma
cultura de intervenção no Brasil, 1930-1960, lançamento da
EdUFSCar.
O livro dialoga com dezenas de narrativas
já feitas sobre o “patrimônio no Brasil” e se insere num questionamento a
respeito da construção e reconstrução da cultura arquitetônica no país
após o movimento moderno. De maneira sistemática, a autora aborda as
principais correntes do restauro, de meados do século XIX a meados do
século XX. A obra procura também identificar as peculiaridades ou
adequações no Brasil da aplicação das teorias da restauração pelo grupo
ligado ao movimento moderno, liderado por Rodrigo Melo Franco de Andrade e
Lúcio Costa, apontando as conexões entre o Brasil e outros países da
América Latina.
Como estudo dessas dinâmicas, dois projetos
realizados em Salvador (BA) foram analisados profundamente e fartamente
registrados por meio de fotos e documentos: o restauro e a conversão do
Convento de Santa Teresa no Museu de Arte Sacra da Bahia e a restauração e
adequação do Solar do Unhão para abrigar o Museu de Arte Moderna da Bahia.
A autora faz ainda uma ampla revisão historiográfica sobre a política de
preservação no país e a prática de intervenções realizadas por vários
agentes desde a criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (SPHAN), há 70 anos.
A importância cada vez maior do
desenvolvimento urbano das cidades brasileiras e o crescimento da demanda
entre arquitetos e urbanistas reforçam a necessidade de questionar
aparentes consensos e discutir pressupostos teóricos da relação com o
passado, as possibilidades de atuação da arquitetura e do urbanismo e o
papel do patrimônio cultural na sociedade.
Sobre a autora – Ana Lúcia
Cerávolo é arquiteta e urbanista. Possui doutorado na área de Teoria e
História da Arquitetura e do Urbanismo Moderno pela Universidade de São
Paulo (USP), com ênfase em intervenções e restauro sobre o patrimônio
cultural. Possui experiência em gestão de políticas públicas para
preservação do patrimônio cultural, tendo coordenado as ações patrimoniais
no Município de São Carlos (SP) por mais de dez anos. Coordenou e realizou
diversas exposições, publicações e projetos para valorização e preservação
do patrimônio cultural. Atua desde 1994 como pesquisadora do Grupo de
Pesquisa ArqBras (IAU-USP), com projetos sobre arquitetura e urbanismo
moderno.
Título: Interpretações do patrimônio: arquitetura
e urbanismo moderno na constituição de uma cultura de intervenção no
Brasil, 1930-1960
Autores: Ana Lúcia Cerávolo
Número de páginas: 228
Formato: 23 x 21 cm
Preço: R$ 48,00
ISBN: 978-85-7600-330-4
Autores: Ana Lúcia Cerávolo
Número de páginas: 228
Formato: 23 x 21 cm
Preço: R$ 48,00
ISBN: 978-85-7600-330-4
0 comments:
Postar um comentário