Música caipira, blues, contos de fadas. São todos
arquétipos que lidam com a dualidade do ser humano e, por mais distantes que
aparentem ser, compõem os modelos musicais que a banda brasiliense Judas alia perfeitamente
em seu som. No mesmo barco, viajam o som e a poesia de Tião Carreiro, Milton
Nascimento, Jards Macalé, Raul Seixas, Johnny Cash, Nick Cave, Leonard Cohen.
E, ainda, bandas como Arcade Fire e movimentos revolucionários da Música
Popular Brasileira, como, por exemplo, o mineiro Clube da Esquina.
O resultado disso é um novo estilo, batizado pela
banda como “Hard Roça”. Inspirações que, segundo o bardo Adalberto Rabelo,
compositor e “homem de frente” do grupo, também guia-se por outros embasamentos.
Um deles, ele ilustra, é o da transição do Bob Dylan folk para o Dylan
elétrico, nos anos 60, que na época estremeu o conservadorismo do gênero e
valeu ao músico americano a alcunha de Judas naquele momento. “O Dylan foi
chamado de Judas por levar a música folk "pra frente" por aquela
galera que se julgava guardiã daquilo, ficava com aquelas questões de
manutenção da pureza do gênero, se achava o porta-voz daquela história toda,
sem perceber que estava engessando o gênero e tornando aquilo uma coisa de museu.
O Dylan, ao eletrificar a parada e escrever aquelas letras complexas e
modernas, manteve o folk como uma forma musical atual, cheia de dialética e
contradição - enquanto os puristas hoje soam obsoletos.
O Judas, além das referências literárias, como
característica de suas letras, faz muitas vezes citações sobre Brasília, cidade
que acolheu a banda e, também, ao Cerrado, inserido no contexto do Grande
Sertão. Flor do Agave, por exemplo, faz referência a agave, planta comum no
cerrado, que ao florescer, morre. Rodoferróviária Blues cita a antiga
rodoviária da Capital Federal, hoje desativada. Outra peculiariedade é que, por
vezes citando Nick Cave, a banda resvala em citações religiosas eventuais. É o
caso da canção “Adeus, Violeiro” (a qual, metafisicamente, cita Cristo e
Judas).
Já são, na verdade, mais de 100 músicas compostas,
das quais 12 devem entrar no disco. A banda é escoltada pelo violeiro Fábio
Miranda – que possui o projeto paralelo “Caravana Solidão” –, pelo baixista
Fernando Rodrigues, da banda Pé de Cerrado, o baterista Augusto Coaracy, da
banda Watson, o tecladista Hélio Miranda, da banda Rios Voadores, e Kadu
Abecassis, responsável pela produção banda e, também, pela guitarra. Kadu,
entre outras participações, já tocou guitarra na banda de Mallu Magalhães. Para
o disco, a banda também contará com a ajuda superlativa da multiinstrumentista
Valéria Lehmann e a percussionista Andressa Ferreira.
O JUDAS é Adalberto Rabelo Filho (voz e violão), Hélio
Miranda (bateria), Fábio Miranda (voz e viola caipira), Paula Zimbres (baixo e
voz) e Kadu Abecassis (produção e guitarra)
A
apresentação acontece dia 09 de Julho de 2013 – Terça-feira a partir das 21:00
horas. Ingressos: R$ 10,00 (meia) e R$20,00 (inteira)
Informações:
Tel.: 3224.0599. Ingressos: Clube do
Choro de Brasília – SDC BLOCO “G” - Funcionamento da bilheteria: 2ª a 6ª feira:
10:00 às 22:00 horas. Sábado a partir de 19:00 as 21:30 horas, ou através do
site: www.clubedochoro.com.br
O Clube do Choro de Brasília fica entre a Torre de TV,
o Centro de Convenções e o Planetário.
Não recomendado para menores de 14 anos
==> Foto: Maira Mendes Galvão


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