Funarte recebe a 5ª edição do projeto Solos em Cena

Entre os dias 1º e 8 de agosto fica em cartaz no palco da Sala Funarte Cássia Eller, em Brasilia, uma série de espetáculos que instigam o público a entrar em um dos processos mais desafiadores para o trabalho do ator. O de estar sozinho no palco.
 
A experiência e trabalho do ator na construção do personagem é o foco do projeto Solos Em Cena. A quinta edição do projeto prioriza espetáculos de Brasília voltados para a figura de um único ator como instrumento principal da atividade cênica. Na programação artistas da cidade como Adriana Veloso, Denise Zenicola, Arthur Tadeu Curado, Alessandra Vieira, Ribamar Araújo, Luciana Maurem, Lilia Diniz e Soraia Silva.
 
O projeto fomenta a realização de peças teatrais da cidade e contribui tanto para a ampliação do público voltado para espetáculos de pesquisa, quanto no contato dos artistas de Brasília com a produção cultural de outras capitais. Além de Brasília, o Rio de Janeiro está representado na mostra com o espetáculo Carolina, O Luxo do Lixo, com Wilson Rabelo, que abre a mostra. 
 
São oito espetáculos, de reconhecido valor artístico que se apresentam com ingressos a preços acessíveis (R$ 10 a inteira e R$ 5 a meia entrada). O projeto oferece ainda oficina gratuita no dia 2 de agosto com Wilson Rabelo. A oficina A imagem literária, teatro em literatura é uma proposta de oficina para atores e não atores interessados em desenvolver a prontidão e a improvisação. Nela, busca-se reproduzir um dia de um processo de ensaio, com o objetivo de estimular o grupo de trabalho à criação livre de cenas individuais ou em grupo.

Programação:

         
01 (quinta)     21h     CAROLINA, O LUXO DO LIXO            Wilson Rabelo
02 (sexta)      21h     LADRÃO DE MIM        Luciana Maurem
02 (sexta)      14h     OFICINA (A IMAGEM LITERÁRIA)         Wilson Rabelo
03 (sábado)   21h     CANÇÃO PARA DANÇAR SEM PAR    Arthur Tadeu Curado
04 (domingo) 20h     MADAME DOLORES   Alessandra Vieira
05 (segunda) 21h     EU VENCI VENDENDO DINDIN        Ribamar Araujo
06 (terça)       21h     ESQUIZOFRENIA        Adriana Veloso
07 (quarta)     21h     CORA DENTRO DE MIM        Lilia Diniz
08 (quinta)     21h      21 TERRAS      Soraya Silva

Sobre os espetáculos

Carolina, O luxo do lixo, com Wilson Rabelo - Celebrando os 100 anos de nascimento de autora Carolina Maria de Jesus, Carolina, o luxo do lixo é um espetáculo solo, interpretado e adaptado pelo ator Wilson Rabelo e com direção de Denise Zenicola, baseado no livro “Quarto de Despejo”. Este livro, recentemente editado no idioma Catalão, teve grande repercussão nacional e internacional a partir do seu lançamento em 1960, até a atualidade, já foi traduzido em 15 idiomas e distribuído em mais de 30 países. A peça Carolina, o luxo do lixo apresenta um personagem, Caminhante do Tempo, que tal um Griot, contador de histórias africano, recorda seus ancestrais e revela as reflexões do dia a dia da autora, como catadora de papel na São Paulo dos anos 60. À medida que conta a estória, este “Caminhante do tempo” se transporta para a outra personagem, a própria Carolina e, através do seu dia a dia revirando o lixo e catando papelão, garrafas e o que mais encontra pelas ruas, mostra um universo de resistência, tenacidade e superação, entre personagens à margem da sociedade industrial, chegando às vezes a graça, quixotesca.

Esquizofrenia, com Adriana Veloso - ESQUIZOFRENIA é uma adaptação livre do texto de Dario Fo e Franca Rame “Uma mulher sozinha”. Trata-se de um relato de uma mulher que acredita estar trancada em casa por causa das ciúmes do seu marido. Seu discurso oscila entre o dramático, cômico, pensamento e  imaginação, revelando a humanidade deste ser que vê num mundo paralelo a única saída para sua tragédia pessoal, tratando o espectador como seu terapeuta pessoal.

Canção para dançar sem par, com Arthur Tadeu Curado - Canção pra dançar sem par, de autoria da brasiliense Andréa Alfaia, é um espetáculo que expõe os paradoxais sentimentos de um jovem homem, Antunes, diante do desmoronamento de sua relação amorosa. Bem-humorado, apesar do tema, o espetáculo, que teve sua estreia em 2007, retrata a solidão do pós-fim, os encontros e desencontros afetivos contemporâneos, o desencanto e a estranha sensação de vazio que se instaura depois que o vínculo acaba. Porém, primordialmente, Canção pra dançar sem par celebra o simples fato de ter sobrevivido ao fim de um amor – intenso, real e que se presumia eterno. 

Madame Dolores, com Alessandra VieiraO espetáculo Madame Dolores, A Grande Cartomante! debate uma questão inerente ao ser humano: a curiosidade sobre as adivinhações do futuro, do presente e do passado e o interesse pelo ocultismo. A personagem Madame Dolores rememora a imagem da cartomante recorrente em várias cenas clássicas de humor. Ao expor seus supostos poderes místicos a personagem revela sua trajetória: um ser “iluminado” que vive um cotidiano místico-charlatão-religioso mergulhado em seu próprio fracasso por conta dos seus interesses financeiros e egocêntricos. A tônica do espetáculo é, a partir do deleite do riso, discutir e provocar a crítica e a reflexão acerca das relações de poder presentes nos espaços e figuras religiosas que com suas imposições ideológicas, refletem e ao mesmo tempo alimentam uma sociedade massificada e capitalista por meio do abuso e exploração da fé alheia.

Eu venci vendendo din din, com Ribamar AraújoEspetáculo criado e escrito pelo ator Ribamar Araújo e dirigido por Adriana Nunes (OS MELHORES DO MUNDO). É a história de uma personagem que nasceu na Pavuna no Rio de Janeiro e com 8 anos chegou à capital. Seu pai militar veio transferido e foi morar no Cruzeiro.Depois de alguns anos casa-se com Brandão e com ele tem um filho chamado Afonso Jorger. Trabalha nas lojas mais famosas de brasília nos anos 80 . Depois de muitas tristezas e infelicidades tem um sonho com um dindim gigante, e depois do sonho começa o seu grande império de venda de dindins para todo Brasil. E toda animada espera na sua casa todas as emergentes do DF e de todo o Brasil. O público participa ativamente de suas histórias enquanto as convidadas não chegam. Uma comédia para toda família!

Ladrão de Mim, com Lucianna Mauren - O espetáculo performático “Ladrão de Mim” faz parte de uma pesquisa com foco na investigação da sensibilidade na composição cênica. O intuito é instigar a imaginação e a percepção do público, criando estímulos sensoriais e lúdicos. Dois espetáculos premiados partiram desta pesquisa, sendo eles, “Abril” e “Olhar Forasteiro”. “Ladrão de Mim” é a desconstrução da intimidade de uma figura feminina em crise com a decisão de fazer um aborto. Um jogo dinâmico entre ficção e realidade, que aproxima o espectador das dores e das maravilhas geradas pelas nossas decisões. O espetáculo solo tem um cenário mínimo, um lindo plano de luz e uma sonoplastia que desenha as tensões junto com a atriz

Cora dentro de mim, com Lilia DinizBaseado em poemas da poetisa Cora Coralina, o espetáculo “Cora Dentro de Mim” procura remeter a plateia à cozinha da doceira que encantou o Brasil com seus doces poemas, onde a velha doceira recebia suas visitas e recitava seus poemas e contava suas histórias por vezes de forma performática. Simples como são os versos da doceira poeta, o espetáculo valoriza, acima de tudo, a palavra e as imagens já contidas nos versos de Cora. Um fogareiro - onde a atriz faz doces em cena, doces prontos e memórias da poetisa compõem o espetáculo da grande contadora de histórias que foi Cora Coralina.

21 Terras, com Soraya Silva21 Terras é o mais recente trabalho da bailarina, artista plástica e produtora Soraia Silva no qual se propõe uma reflexão cênica do exercício contínuo entre Eros e Tânatos no ato da criação artística. Esse trabalho foi realizado em 2012 com o apoio do CDPDan/UnB, Coletivo de Documentação e Pesquisa em Dança- Eros Volúsia (http://cdpdan.blogspot.com/), com o patrocínio do FAC (Fundo de Arte e Cultura do GDF) e apoio do SESC/DF. 21 Terras propõe um encontro da dança com as artes do vídeo e da pintura. O videodança exibido no espetáculo conta além da atuação de Soraia, com a participação de atores, bailarinos e skatistas convidados, e mostra imagens das pinturas por ela realizadas, integradas aos movimentos de dança interagindo em ambientes urbanos do Distrito Federal. O trabalho cênico consta de um solo de 21 minutos, da bailarina, a qual vai performando as tarefas ditas em cena. Após o solo é exibida a trilogia de videodança: O nascimento, A morte e O renascimento, com duração de 7 minutos cada (total de 21 minutos).

A Imagem literária, teatro em literatura, com Wilson Rabelo - A imagem literária, teatro em literatura, é uma proposta de oficina para atores e não atores, interessados em desenvolver a prontidão e a improvisação,  onde se busca reproduzir um dia em um processo de ensaio, com o objetivo de estimular o grupo de trabalho à criação livre de cenas individuais ou em grupo, com ou sem textos, a partir da obra literária de Carolina Mª de Jesus, mais especificamente os livros: O Quarto de Despejo e O Diário de Bitita.

Serviço
Solos em Cena - 5ª Edição
Sala Funarte Cássia Eller
Complexo Cultural Funarte
Ingressos na bilheteria a R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)
Informações: (61) 3202-3277

==> Foto: Divulgação

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