A união terá que ser maior do que nunca. A sintonia terá que ser
absoluta. O time do Atlético-MG, o caldeirão do Horto e a torcida do
Galo terão que encarar, juntos, o maior desafio do ano - e um dos
maiores desafios da vida - na semana que vem. Porque complicou... Na
noite desta quarta-feira, o único sobrevivente brasileiro na
Libertadores foi à Argentina e perdeu por 2 a 0 para o Newell's Old
Boys, no primeiro duelo das semifinais da competição continental. Maxi
Rodríguez e Scocco, a dupla pensante do time de Rosário, fizeram os
gols.
O saldo qualificado torna o resultado pavoroso para os mineiros. Para
ir à final, a equipe de Cuca precisará vencer por três gols de diferença
no Independência. Outra opção é devolver os 2 a 0 e tentar a sorte nos
pênaltis. O jogo será na quarta-feira, às 21h50m. Será, em décadas, o
mais importante dos dias para os atleticanos.
A derrota na Argentina saiu no segundo tempo, depois de uma etapa
inicial relativamente calma. A zaga falhou no primeiro gol, de Maxi
Rodríguez (Leonardo Silva e Réver, os titulares, desfalcaram a equipe). E
Scocco encontou o canto esquerdo de Victor em cobrança de falta para
complicar de vez a vida do time mineiro.
Goleiros salvam
Foi um primeiro tempo de mais movimentação do que chances, de mais
correria do que perigo. Nas poucas oportunidades que pintaram de lado a
lado, os goleiros foram bem. Victor teve mais intervenções. Mas Guzmán
teve a melhor.
Os primeiros minutos foram aqueles que mais renderam ameaças ao Galo. O
Newell's começou melhor. Alavancado por uma torcida extremamente
inflamada, chegou a encaixotar os mineiros no campo de defesa por poucos
minutos. Cáceres surgiu como boa opção pela direita. Por ali, mandou
cruzamento no pé de Maxi Rodríguez, que mandou de primeira. Victor
salvou pela primeira vez.
Com o passar do tempo, o Atlético firmou pé, se ambientou, respirou
fundo. O jogo ficou controlado. O NOB seguia dominando, mas sem
pressionar. Aos 25, porém, Scocco fintou Marcos Rocha e Josué e mandou
no cantinho de Victor, que salvou de novo. Mais tarde, Scocco teria nova
chance, mas desta vez em conclusão muito fraca. O goleiro pegou sem
problemas.
Apesar da superiodade da Lepra, a melhor chance foi do Galo. E graças à
genialidade de Ronaldinho Gaúcho. O camisa 10 pegou a bola na
intermediária, deslocado para a esquerda. E logo encontrou uma daquelas
brechas que só ele vê. O passe foi uma raridade. Bernard recebeu na
área. Era ele e Guzmán, frente a frente. E o goleiro venceu. Caiu nos
pés do jovem alvinegro e evitou o gol.
Pane geral
O Atlético-MG poderia ter aberto o placar logo com 25 segundos da etapa
final. Não abriu. Na primeira jogada do período, Bernard acionou Jô,
que deixou de cabeça para Ronaldinho. A conclusão, porém, foi muito
torta.
O jogo, por dez minutos, manteve o panorama anterior à parada: NOB
tentando pressionar, Galo não deixando. Os brasileiros quase pularam na
frente em uma trapalhada de Guzmán, que chutou a bola nas costas de
Vergini. Jô não conseguiu aproveitar.
Aos poucos, os argentinos conseguiram crescer. E sempre com Maxi
Rodríguez, o melhor em campo. Com 12 minutos, ele fez Victor trabalhar
em chute da entrada da área; aos 16, foi fatal.
O gol saiu em uma pane da zaga atleticana. Depois de cobrança de
escanteio, a bola foi mal afastada. Resultado: voltou para a área. A
defesa, muito mal posicionada, permitiu que Maxi ficasse livre. De
cabeça, ele desviou de Victor e colocou a Lepra na frente.
Ficou ruim. E logo se tornou pior. O NOB teve três chances no mesmo
lance, com repetidos chutes sendo salvos pela zaga atleticana -
inclusive em cima da linha, com Rafael Marques. Quase. Mas depois não
teve jeito. Scocco, em cobrança de falta, venceu Victor: 2 a 0.
O Galo não teve forças para reagir. Quanto mais tentava atacar, mais
parecia frágil, sob pena de levar o terceiro. Não teve jeito: restou se
contentar com um resultado muito ruim. Ruim a ponto de só uma conjunção
absoluta, entre time, torcida e estádio, poder contornar...
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: AFP
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