Não bastou vencer mais uma vez o time apontado como o melhor do mundo
nos últimos anos. Não bastou não sofrer gols em 180 minutos de uma
equipe tão poderosa, famosa por sua escola moderna e sem medo de atacar.
Lionel Messi
não entrou em campo, é bem verdade, mas o Bayern de Munique nada teve a
ver com isso. O "Super Bayern", como entoavam os torcedores eufóricos
nas arquibancadas do Camp Nou, humilhou o Barcelona diante de sua
torcida. Depois dos 4 a 0 no jogo de ida, há uma semana, os bávaros
aplicaram um 3 a 0 sem dó nem piedade, nesta quarta-feira, para
confirmarem a óbvia e inédita decisão alemã na Liga dos Campeões.
O próximo adversário do time de Jupp Heynckes também será o último: o
Borussia Dortmund, rival no sábado pelo Campeonato Alemão e também no
dia 25 de maio, na finalíssima em Wembley, após garantir sua
classificação diante do Real Madrid na última terça. Na atual temporada,
o retrospecto é positivo para os bávaros, que já superaram os
aurinegros nas quartas de final da Copa da Alemanha.
No Camp Nou, o francês Franck Ribéry ditou o ritmo para o holandês Arjen Robben e o alemão Thomas Müller, héroi na partida de ida, deixarem os seus nomes no placar. Ironicamente, Piqué, um dos únicos a se salvar do vexame do outro lado, marcou contra.
A ausência de Lionel Messi certamente ainda repercutirá no Barcelona.
Para a surpresa de todos, o craque argentino iniciou o jogo no banco de
reservas e de lá não saiu. A assessoria de imprensa do clube divulgou
que o camisa 10, o técnico Tito Vilanova e o staff médico decidiram que
seria melhor repousá-lo por ainda ter resquícios de uma micro ruptura na
coxa direita, lesão sofrida ainda na ida das quartas de final, contra o
Paris Saint-Germain. O que deixa um clima de desconfiança no ar é a
presença do jogador no último sábado, no empate com o Athletic Bilbao,
pelo Campeonato Espanhol, que inclusive contou com um golaço de Messi.
Sem Messi, sem gol
O Barcelona mostrava vontade enquanto a TV exibia Lionel Messi no banco
de reservas. A surpreendente ausência de seu grande craque tornou a
missão dos catalães ainda mais árdua na tentativa de uma virada inédita
na Liga dos Campeões. Como conseguir marcar quatro gols sem justamente
quem representava o sinônimo de bola na rede?
O Barça não conseguiu. E só chegou perto, na verdade, em apenas duas
oportunidades durante todos os primeiros 45 minutos. Pouco para quem
precisava vencer, quase nada para quem necessitava inflamar a sua
torcida e criar um ambiente de guerra. Melhor para os visitantes.
O Bayern pode não ter fuzilado a meta de Valdés, afinal, a vantagem era
mais do que confortável. Rodear a área rival e não concluir era um luxo
que os alemães poderiam se dar. Ainda que pudesse ter marcado não fosse
a grande participação de Piqué, praticamente a única nota positiva dos
donos da casa. Por outro lado, o brasileiro Daniel Alves acumulava uma
de suas piores atuações com a camisa azul-grená.
O time de Tito Vilanova só ameaçou de fato num pequeno intervalo de
três minutos. Aos 24, Pedro resolveu sair do marasmo com um chute de
fora da área. Teve endereço, mas faltou força. Neuer espalmou para fora.
Aos 26, Dani Alves cruzou da direita, Fàbregas resolveu dominar e a
bola acabou sobrando para Xavi concluir por cima. Os catalães pediram
pênalti, mas o árbitro esloveno Damir Skomina mandou seguir.
O show do 'Super Bayern'
Uma pilha de nervos, o Barcelona encontrava dificuldades até para
trocar passes, um ato banal em seu vasto histórico de sucesso nos
últimos anos. Iniesta, que por muitas vezes servia o companheiro quando
deveria finalizar, se enrolava ao fazer o oposto. Para complicar, Messi
permanecia sentado no banco de reservas, sem poder dar o sopro de
esperança aos catalães.
E assim o Bayern aproveitou para dar o bote necessário e matar o
confronto. Logos aos três, Robben recebeu pela direita e, em sua jogada
clássica, cortou para o meio até emendar com classe, no ângulo direito
de Valdés: 1 a 0.
Àquela altura apenas seis gols salvava o Barça. Ninguém mais
acreditava, inclusive o técnico Tito Vilanova, que segurou Messi e
substituiu Xavi e Iniesta. Ou mesmo Piqué, um dos únicos a se salvar no
confronto do lado catalão. Aos 27, quando parecia se aproximar do
empate, veio nova ducha gelada: Ribéry aproveitou espaço pela esquerda e
cruzou. O zagueiro se atrapalhou e cortou contra o próprio patrimônio.
A festa já estava mais do que garantida, mas faltava o golpe final de
quem foi o principal responsável pelos 4 a 0. Ribéry - sempre ele -
disparou pela ponta esquerda, passou pela marcação de Song e cruzou com a
categoria que lhe é peculiar. Thomas Müller só teve o trabalho de subir
entre Bartra e Adriano e encerrar mais um show do "Super Bayern".
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Editoria de Arte / Globoesporte
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