Em exibição irretocável no primeiro tempo, o Palmeiras bateu o ASA por 3
a 0, no Estádio Municipal Coaracy da Mata Fonseca, em Arapiraca, com
direito a gritos de "olé" no fim da partida. Com o resultado, o Verdão
assume a liderança da Série B do Campeonato Brasileiro - além do time
paulista, só o Figueirense tem duas vitórias em dois jogos, mas pior
saldo.
Para os palmeirenses, o receio da primeira partida fora de casa na
competição demorou menos de dez minutos para acabar. Com duas
assistências no primeiro tempo (para Kleber e Juninho), o atacante
Leandro deu o tom da equipe alviverde e calou a pressão dos torcedores
do ASA que lotaram o estádio para acompanhar a reestreia do ídolo Lúcio
Maranhão no confronto. Um baile em verde e branco.
Escalado com três atacantes na estreia, o Verdão não sentiu a ausência
de Vinícius, vetado pelo departamento médico por conta de uma lesão
muscular. Após diversas chances desperdiçadas contra o Atlético-GO, a
equipe, no 4-4-2, converteu em gols as oportunidades que teve em
Arapiraca.
A vitória palmeirense serviu também para calar as gozações da torcida
local, que, antes do jogo, lembrou insistentemente a eliminação na Copa
do Brasil de 2002.
Agora, o Palmeiras faz duas partidas consecutivas em casa. No próximo
sábado, os comandados de Gilson Kleina enfrentam o América-MG, no
estádio Novelli Júnior, em Itu, às 16h20m (horário de Brasília). Já o
ASA viaja a Santa Catarina, onde enfrenta o Joinville na sexta-feira, às
19h30m, na Arena Joinville.
Bem mais fácil que o esperado
A primeira experiência do Palmeiras fora de casa na Segunda Divisão
deixou claro: os jogos da equipe na competição nacional serão
verdadeiros eventos, muito além das quatro linhas. A cidade de Arapiraca
parou para receber um dos clubes mais vitoriosos do futebol brasileiro.
A torcida lotou o estádio e fez muito barulho, a diretoria anunciou
novo patrocínio para esta temporada... Mas faltou futebol ao ASA. E
sobrou ao Palmeiras.
O Verdão ainda terá outras 18 experiências como visitante ao longo do
campeonato. Serão viagens cansativas, estádios acanhados e estruturas
limitadas como principais obstáculos. Mas se fizer valer o ditado de que
a primeira impressão é a que fica, a equipe conquistará o acesso à
elite nacional sem maiores dificuldades. No interior de Alagoas, o
Verdão passeou.
Com um sistema defensivo frágil, o ASA demorou apenas oito minutos para
ceder à pressão do Palmeiras. De volta ao esquema tático com dois
atacantes, devido à ausência de Vinícius, lesionado (Wesley entrou no
meio), Gilson Kleina apostou no entrosamento entre Leandro e Kleber. Deu
certo. O primeiro acertou passe longo com precisão nos pés do segundo.
Sozinho, Kleber teve paciência para driblar o goleiro Gilson e empurrar
para a rede.
Ausente na estreia contra o Atlético-GO, em Itu, por conta do alto
preço dos ingressos, a torcida alviverde não decepcionou em Arapiraca.
Lotou o setor visitante e, com o domínio no placar, aproveitou para
zombar dos donos da casa. Com a queda natural de ânimo dos alvinegros,
os palmeirenses deram o tom no estádio Coaracy da Mata Fonseca.
- Uh, se calou! Uh, se calou!
Dentro de campo, o ASA também se calou diante da superioridade do
Palmeiras. Em noite inspirada, Leandro se livrou com impressionante
facilidade da marcação mais duas vezes e, no prazo de vinte minutos,
encontrou o lateral Juninho e depois, indiretamente, o meia Tiago Real
(a bola era para Kleber) em situações favoráveis para dar ao Verdão uma
vantagem que nem o torcedor mais otimista esperava antes do intervalo: 3
a 0.
Verdão administra e ASA empaca
A vantagem no placar gerou uma acomodação natural nos jogadores do
Palmeiras. Com Caio Mancha no lugar de Kleber, substituído por conta de
dores no joelho, o time passou a dar mais abertura ao ASA. Com a torcida
bem menos animada do que nos minutos iniciais, os donos da casa
centralizavam todas as jogadas no atacante Lúcio Maranhão, autor de 41
gols pela equipe alagoana no ano passado. Sem sucesso.
Emprestado ao Vitória, onde praticamente não foi utilizado, o principal
nome do ASA demonstrou falta de ritmo de jogo e não correspondeu às
expectativas. Responsável pela armação das jogadas, Didira não conseguia
aparecer para o jogo. Wanderson, chamado de Neymar de Arapiraca por
conta da semelhança física com o craque do Barcelona, tinha apenas
alguns lampejos. Tranquilo, o Palmeiras se limitava a administrar o
resultado.
Inquieto à beira do campo, Gilson Kleina fazia jus ao discurso de que
não acreditava em jogo fácil na Série B. Ainda que o goleiro Bruno
representasse praticamente um espectador de luxo em campo, o treinador
pedia atenção ao Palmeiras cada mínimo vacilo. Margem de erro zero para
evitar surpresas desagradáveis em uma partida vencida nos primeiros 45
minutos.
A postura agressiva apresentada pelo ASA na estreia contra o Paysandu,
quando a equipe de Arapiraca buscou o empate fora de casa com um jogador
a menos, não se repetiu. O time chegou a marcar, mas o gol acabou sendo
anulado - Fabiano usou a mão para mandar a bola para a rede.
Atrapalhados, os alvinegros assistiram ao Palmeiras jogar e sair de
Alagoas com importantes três pontos.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Itawi Albuquerque / Futura Press


0 comments:
Postar um comentário