Ao longo da semana, o técnico Abel Braga chegou a dizer que preferia um
empate sem gols a uma vitória simples com gol marcado pelo Olimpia, mas
diante do domínio territorial durante toda a partida, o empate em 0 a 0
contra time paraguaio, nesta quarta-feira, acabou em sabor amargo para o
Fluminense em São Januário. A forte retranca montada pelo treinador
Ever Almeida surtiu efeito e deixou o Tricolor sem respostas, mesmo
depois da expulsão de Aranda, aos 35 minutos do segundo tempo da partida
de ida das quartas de final da Taça Libertadores. Uma frustração para o
público de 14.215 pagantes (16.907 presentes), com renda de R$
544.110,00.
A missão do Fluminense agora é conseguir no Paraguai os gols que não
marcou no Rio. A partida de volta acontece no estádio Defensores del
Chaco, em Assunção, na próxima quarta-feira, às 22h (horário de
Brasília). Quem vencer fica com a vaga nas semifinais. Empate em 0 a 0
leva a partida para os pênaltis e qualquer outra igualdade classifica a
equipe de Abel. Antes disso, porém, o Tricolor tem outro compromisso
importante, sua estreia no Campeonato Brasileiro, neste domingo, contra o
Atlético-PR, em Macaé.
- Não foi o que a gente esperava, mas agora ao menos a vantagem do
empate com gols é nossa. Mas a gente podia ter feito um gol para sair
com a vitória - avaliou o artilheiro Fred.
Forte retranca paraguaia
Durante os últimos dias, o tom do discurso do Olimpia era claro. Um
empate, ou até uma derrota, desde que com gols marcados, seriam
considerados bons resultados. Por isso, era previsível a postura
extremamente defensiva que o time paraguaio levou a campo. Um ferrolho
do técnico Ever Almeida. No esquema tático, o 3-5-2 poderia até dar a
impressão de um time traiçoeiro, mas a verdade é que seus jogadores mal
passavam do meio-campo com perigo.
Prevendo isso, Abel Braga lançou os velozes Rhayner e Weillington Nem
ao lado de Fred no ataque. Os dois, em jogadas combinadas com Carlinhos e
Bruno, tentavam abrir espaços na defesa. Para combater, os paraguaios
jogavam duro. Foram 11 faltas só no primeiro tempo. Tanto que Bruno e
Rhayner, em dois lances, pediram pênalti - inexistentes - em contatos
dentro da área. Fred também reclamou quando a bola bateu na mão do
zagueiro paraguaio dentro da área, mas o árbitro Roberto Silvera
ignorou.
A vida tricolor poderia ter ficado bem mais fácil logo aos cinco
minutos. Em jogada treinada por Abel durante a semana, Wellignton Nem
cruzou, Leandro Euzébio entrou por trás dos zagueiros e apareceu
sozinho, mas demorou a chutar e o goleiro Martín Silva salvou. O
Tricolor cercou constantemente a área adversária, encurralou o Olimpia.
Só que chances claras, efetivamente, criou poucas na primeira etapa.
Flu mais objetivo
No intervalo, o atacante Fred pediu um time mais objetivo. Abel
inverteu seus pontas, com Wellington Nem pela esquerda e Rhayner pela
direita. E logo nos primeiros minutos da segunda etapa a torcida acordou
com lances de perigo dos dois. O Olimpia não tinha nenhuma vergonha em
se limitar aos chutões para frente e o espaço era artigo raro para o
Fluminense. Aos 19, no entanto, o camisa 9 deixou Rhayner em boas
condições dentro da área. Ele chegou a driblar o goleiro, mas perdeu
ângulo e chutou mal.
A chuva que começou a cair ainda na primeira etapa dificultava a missão
tricolor, que insistia nas jogadas pelas laterais e bolas alçadas na
área. Abel, então, lançou Rafael Sobis no lugar do lateral Bruno, para
aumentar ainda mais o poder ofensivo. Dois minutos depois, Wagner
apareceu na cara do gol em lançamento de Jean, mas o meia chegou
atrasado. Sobis voltou a protagonizar lance de perigo em cobrança de
falta, mas Martín Silva espalmou. A pressão seguiu intensa,
principalmente após a expulsão de Aranda, aos 35, mas o Flu não
conseguiu seu gol.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Reuters
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