O sonho da "décima" terá novamente de ser adiado. Diante de um caminhão
de gols perdidos no primeiro tempo, o Real Madrid marcou duas vezes no
fim e quase, mas quase conseguiu o milagre que o classificaria à final
da Liga dos Campeões. Os merengues esbarraram num Borussia Dortmund
aguerrido, dono de boa atuação apesar da derrota por 2 a 0, e que no fim
fez merecida festa no Santiago Bernabéu, nesta terça-feira. Após o
polonês Robert Lewandowski anotar todos os quatro gols nos 4 a 1 no
primeiro jogo da semifinal, há uma semana, os tentos de Benzema, aos 36,
e Sergio Ramos, aos 42 minutos da etapa final, acabaram insuficientes.
Pela segunda vez em sua história, o Borussia está numa decisão da
Champions. O campeão da edição de 1996/1997 conhecerá o seu adversário
do dia 25 de maio, em Wembley, nesta quarta-feira. Ele será muito
provavelmente o rival Bayern de Munique, que abriu uma vantagem de 4 a 0
sobre o Barcelona na Allianz Arena. A TV Globo e o
GLOBOESPORTE.COM transmitirão ao vivo a tentativa de "remontada" de
Lionel Messi e companhia no Camp Nou às 15h45m (de Brasília). O site
fará ainda um pré-jogo especial a partir das 15h.
Apontado como longe de suas condições físicas ideais, Cristiano Ronaldo
não viveu boa noite. O artilheiro da atual edição da Liga dos Campeões
se despede do torneio com 12 gols marcados, mas nenhum deles na data
mais importante. Ele poderá ser igualado ou até ultrapassado por
Lewandowski, que soma dez gols. Lionel Messi, com oito, é outro que pode
alcançá-lo.
Aos aurinegros, a nota ruim ficou por conta da lesão de Mario Götze. A
jovem estrela, já vendida ao Bayern de Munique, deixou o gramado ainda
no primeiro tempo acusando desconforto muscular. Ele deverá ser ausência
na partida contra os próprios bávaros, neste sábado, pelo Campeonato
Alemão, mas ainda tem chances de atuar na grande decisão continental por
ser apenas no fim do mês.
Torcida merengue faz sua parte
As escalações ilustravam as situações de cada um no Bernabéu. O Real,
com três mudanças em relação ao time da última semana, mostrava por que
deveria se dissociar dos 4 a 1 sofridos no Signal Iduna Park. Essien
assumia a lateral, com Sergio Ramos voltando à zaga no lugar de Pepe. No
meio, Di María voltava com Modric em sua retaguarda - e não Khedira -,
numa opção claramente mais ofensiva. O Borussia? Era o mesmo.
Além da postura, os merengues realmente puderam se sentir em casa. Após
impressionar com um bonito mosaico em alusão à taça da Liga dos
Campeões, a torcida "comprou o barulho", digamos. Gritos, vaias,
aplausos... Não era da boca para fora. Havia mesmo a crença na virada
embalada pela frase eternizada por Juanito, centroavante ídolo do clube
entre 1977 e 1987: "90 minutos no Bernabéu é muito tempo".
Real dá chance ao azar
Tempo, porém, que o Real não aproveitou. Até os 14 minutos, a equipe de
José Mourinho seguiu o protocolo e criou ótimas oportunidades. Higuaín,
aos quatro, foi o primeiro vilão da noite ao receber de Özil na grande
área e chutar para a defesa de Weidenfeller com o pé direito. Aos oito, o
alemão novamente deu bom passe, desta vez para Cristiano Ronaldo. A
finalização saiu alta, sem direção.
Com basicamente todo o foco no contra-ataque, o Borussia esteve perto
uma vez apenas de marcar nos 45 minutos iniciais. Foi aos 12, quando
Lewandowski recebeu na grande área e concluiu para a defesa em dois
tempos de Diego López. Nada comparado, por exemplo, ao que os aurinegros
sofreriam praticamente na sequência. Aos 13, Cristiano Ronaldo recebeu
ótimo lançamento, dominou no peito e emendou. Weidenfeller, de novo,
evitou o gol. No minuto seguinte, Özil foi acionado por Higuaín e,
inexplicavelmente, afinou quando esteve cara a cara com o goleiro alemão
- o chute saiu para fora.
Para piorar a situação do Borussia, Götze pediu para ser substituído
com dores musculares aos 14 minutos. Grosskreutz entrou com a missão de
cuidar da parte defensiva. Aparentemente deu certo, já que dali em
diante o Real não conseguiria oferecer perigo aos alemães. O primeiro
tempo ainda terminou com o Borussia assustando, aos 40, quando Piszczek
cruzou e Kuba não conseguiu aproveitar.
Lewandowski carimba o travessão
O Borussia já mostrava a sua força, mas resolveu ir além no segundo
tempo. Aos quatro, a chance para matar o confronto: Marco Reus escapou
bem pelo meio e entregou para Lewandowski na grande área. O polonês
fuzilou, mas a bola explodiu no travessão e quicou praticamente sobre a
linha. Com sua equipe sem forças, Mourinho se viu obrigado a mexer: Kaká
e Benzema foram a campo aos 12 minutos, mas o panorama pouco mudou.
Os visitantes por pouco não chegaram ao gols também aos 15 minutos.
Reus avançou pela direita e rolou para Gündogan, sem marcação, na
pequena área. Diego López voou e fez uma defesa milagrosa - contando com
contribuição do volante, displicente no momento da conclusão.
Real faz dois e empolga
Na base do abafa, o Real tentou mostrar ao menos à torcida que estava
lutando. Aos 21, Kaká avançou e deu passe para Di María, mas o
cruzamento do argentino não saiu o ideal. Aos 25, Cristiano Ronaldo
chutou por cima após troca de passes entre Kaká e Özil. O brasileiro
apareceria com perigo também aos 26, quando completou cruzamento rente à
trave de Weidenfeller.
De tanto insistir, o Real conseguiu motivos para acreditar na
"remontada". Aos 36, Kaká rolou para Özil cruzar rasteiro da direita. A
bola encontrou Benzema e depois as redes. A pressão se tornou
insustentável aos 42. No bate-rebate, Benzema dominou na grande área e
serviu Sergio Ramos. O zagueiro fuzilou para fazer o segundo.
Àquela altura o relógio era mais do que um adversário. Era uma barreira
quase intransponível. O goleiro Diego López apareceu na grande área, o
árbitro Howard Webb deixou o jogo seguir até os 51, mas o terceiro ficou
mesmo no quase. Aplausos aos espanhóis, festa dos alemães no Bernabéu.
Ficha técnica:
Real Madrid: Diego López, Essien, Sergio Ramos, Varane
e Coentrão (Kaká); Xabi Alonso (Khedira) e Modric; Di María, Özil e
Cristiano Ronaldo; Higuaín (Benzema). Técnico: José Mourinho.
Borussia Dortmund: Weidenfeller, Piszczek, Subotic,
Hummels e Schmelzer; Gündogan e Bender (Felipe Santana); Kuba, Götze
(Grosskreutz) e Reus; Lewandowski (Kehl). Técnico: Jürgen Klopp.
Gols: Benzema, aos 36, e Sergio Ramos, aos 42 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Fábio Coentrão, Higuaín, Sergio Ramos e Khedira (Real Madrid), Gündogan, Bender e Weidenfeller (Borussia Dortmund).
Estádio: Santiago Bernabéu. Data: 30/04/2013. Árbitro: Howard Webb (ING).
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Reuters
![](http://starcopos.com.br/esportecultura/dalton.png)
![](http://starcopos.com.br/esportecultura/linha_autor.png)
0 comments:
Postar um comentário