Um caminhão chamado Bayern de Munique atropelou o time de maior sucesso
na Europa nos últimos anos. Se ainda é cedo para falar numa nova era no
continente, ao menos os bávaros têm a convicção de que estão muito mais
próximos de sua terceira final da Liga dos Campeões nos últimos quatro
anos. Em grande noite de Thomas Müller, autor de dois gols e decisivo
nos outros dois, a equipe treinada por Jupp Heynckes engoliu o Barcelona
na Allianz Arena e, com vitória por 4 a 0, praticamente garantiu
presença no lendário Wembley no próximo dia 25 de maio. Fora o baile.
Apesar da apagada atuação mesmo com maior posse de bola (63%), o Barça
tem motivos para reclamar da arbitragem, já que Mario Gómez estava
impedido no segundo gol. No terceiro, os jogadores também contestaram a
não marcação de uma falta de Müller em Jordi Alba - Robben completou
cara a cara com Valdés. O comentarista da TV Globo, Leonardo Gaciba,
porém, não considerou irregularidade no lance. De quebra, o Bayern
poderia ter obtido vantagem ainda maior se o árbitro húngaro Viktor
Kassai tivesse assinalado pênalti de Piqué ainda no primeiro tempo.
Com o reforço ao menos do lateral Adriano para a partida de volta, na
próxima quarta-feira, no Camp Nou, o Barcelona precisará de basicamente
um milagre para reverter a vantagem dos alemães. Se repetirem o placar,
os comandados de Tito Vilanova levarão o confronto para a prorrogação,
enquanto um gol do Bayern os obrigará a marcarem ao menos seis vezes por
conta do saldo. Na memória recente há uma motivação: em março, pelas
oitavas de final, Lionel Messi e companhia conseguiram os 4 a 0 contra o
Milan, embora num outro contexto.
Bayern domina. Sem a bola
A expectativa era por uma batalha pela bola. O Bayern, segundo maior
dono de posse da Champions, desafiava o Barcelona, líder no quesito em
seus últimos 301 jogos (isso mesmo). A motivação de uma Allianz Arena
repleta poderia ainda incentivar os bávaros a saírem para o jogo e
tentarem colocar o modelo catalão à prova. Mas o fato é que nada disso
foi necessário ao time de Schweinsteiger, Javi Martínez, Ribéry,
Müller... A estratégia já estava muito bem definida.
Com 38% do tempo com a bola nos pés, o Bayern soube desafiar o Barça como poucos no mundo. Messi,
liberado pelos médicos, poderia não estar 100% fisicamente, mas a
impressão é de que não faria tanta diferença no primeiro tempo.
Incansáveis na marcação, os bávaros não deixavam o craque argentino
tocar na bola com mais de um segundo de liberdade, assim como funcionava
- e bem - a vigia sobre Xavi, Iniesta e Busquets.
Chances de perigo? Apenas para os donos da casa. Aos 15, os alemães
cobraram do árbitro Viktor Kassai um possível pênalti de Piqué, que
colocou a mão na bola após chute de Lahm. O húngaro preferiu ignorar.
Mas o gol não demoraria a sair. Aos 24, na maior fraqueza do Barcelona, o
Bayern abriu o placar: Robben cruzou da direita, Dante escorou no segundo andar e Müller completou para o fundo das redes.
O Barcelona tentou responder na sequência no que acabou sendo o seu
único grande lance de perigo na etapa inicial. Aos 28, Pedro cruzou da
direita na direção de Messi, mas Dante se esticou e salvou gol certo dos
visitantes com um carrinho. O susto basicamente foi o último suspiro de
um primeiro tempo claramente a favor do Bayern, que ainda reclamou de
uma outra penalidade quando Dante tocou de cabeça e a bola resvalou no
braço de Sánchez.
Müller e companhia engolem o Barça
Tito Vilanova preferiu não mexer na volta do intervalo. Dominado mesmo
aparentemente tendo o controle do jogo, o Barcelona acabou punido logo
aos três minutos. E de novo na bola aérea. Com média de 1,75m de altura,
o Bayern fez prevalecer a sua superioridade no céu com 1,83m e ampliou.
Robben cobrou escanteio da direita, Müller, sempre decisivo, cabeceou
para o meio e Mario Gómez, adiantado, emendou.
Não adiantou aos catalães reclamarem com a arbitragem. Era preciso
também jogar, fazer valer de toda a fama conquistada nos últimos anos.
Mas só dava Bayern. Aos cinco, Müller arriscou de fora da área, a bola
passou perto. Quatro minutos depois foi a vez da dupla "Robbéry" entrar
em ação, mas o francês acabou concluindo para fora após boa jogada do
holandês.
Curiosamente nas bolas paradas, o Barcelona encontrou uma maneira de
levar perigo. Aos 23, Bartra apareceu livre na frente de Neuer, mas
rateou no momento da finalização. Do chute fraco, ele resolveu emendar
com força aos 31, quando recebeu em lance semelhante. Àquela altura,
porém, o desespero já tomava conta dos catalães: o Bayern havia marcado o
terceiro, com Robben.
E em outro lance polêmico. Aos 27, Robben tirou Jordi Alba para dançar,
Müller, como numa jogada de basquete, encostou no espanhol, que
desabou. O caminho ficou livre para o holandês tocar na saída de Valdés.
O comentarista da TV Globo, Leonardo Gaciba, não considerou
irregularidade.
O que já parecia ótimo para os alemães se tornou excelente. Todo
aberto, o Barça sofreu um golpe que praticamente sepultou suas chances
na Liga dos Campeões. Agora pela esquerda, Alaba tabelou com Ribéry e
cruzou para Müller, que exercia papel de centroavante, fechar a conta e
inaugurar uma festa sem fim em Munique. Ao menos por uma semana.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: AP


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