Sempre que tem a palavra, Fernando Alonso esbanja tanta confiança, que é apontado por muitos como prepotente, arrogante. Durante a semana, foi irônico ao dizer que “não dormia direito e perdia os cabelos” com a boa fase do companheiro de Ferrari, Felipe Massa. No sábado, após obter o terceiro lugar no grid de largada em Xangai, garantiu: não se preocupava com o pole Lewis Hamilton, tampouco com Sebastian Vettel,
que largava em nono. Discurso firme, correspondido na pista. O
espanhol, definitivamente, se garante. Neste domingo, com uma atuação
impecável, ele provou que ninguém seria capaz de tirar sua vitória,
muito menos seu sossego. Ultrapassou Kimi Raikkonen na largada, tomou a
ponta de Hamilton três voltas depois e, com um ritmo forte aliado a uma
estratégia cirúrgica, não teve problemas para vencer o GP da China,
alcançando seu primeiro triunfo na temporada.
Raikkonen cruzou em segundo, e a emoção ficou por conta do duelo pelo
terceiro lugar. Vettel, que havia apostado em uma estratégia de uma
parada a menos que os primeiros colocados do grid, colou em Hamilton na
última volta e por poucos metros não tirou o pódio do britânico da Mercedes. Apesar do quarto lugar, o alemão da RBR se manteve na liderança do campeonato, com 52 pontos, três pontos à frente de Raikkonen, e a nove de Alonso.
Felipe Massa começou bem a prova ao pular para terceiro na largada.
Porém, perdeu muitas posições na primeira rodada de pit stops, passou a
corrida no pelotão intermediário e recebeu a bandeirada em sexto, após
perder um duelo com Jenson Button nas últimas voltas. Com uma McLaren
que ainda fica devendo às demais grandes equipes, o britânico fez uma
prova consistente, administrou bem os pneus e cruzou em quinto. Com
isso, os cinco campeões do mundo do grid terminaram nas cinco primeiras
colocações da prova.
Logo atrás de Button e Massa, apareceu Daniel Ricciardo, grande
revelação da corrida. O jovem australiano de 23 anos levou o limitado
carro da STR ao sétimo lugar, seu melhor resultado da carreira. Uma bela
atuação que chega em boa hora. Ele é um dos fortes candidatos à vaga do
compatriota Mark Webber na RBR, que tem futuro indefinido após o mal-estar gerado pela polêmica com Vettel no GP da Malásia.
E a maré do veterano segue ruim. Punido na classificação, largou dos
boxes. Quando protagonizava uma bela recuperação, se chocou com a STR de
Jean-Eric Vergne, danificando o carro. Na sequência, perdeu a roda
traseira direita e deixou a prova.
Os pilotos voltam à pista já na próxima semana para o GP do
Bahrein, quarta etapa da temporada. A TV Globo transmite ao vivo o
treino classificatório no sábado às 8h (horário de Brasília) e a
corrida, no domingo, às 9h. O SporTV exibe os treinos livres a partir de
sexta-feira, 4h.
Dupla da Ferrari largam bem
Devido ao intenso desgaste dos pneus deste ano, a estratégia na escolha
dos compostos e nas paradas nos boxes ganhou enorme importância. Dos
dez primeiros do grid, os sete da frente começaram com macios, enquanto
Button, Vettel e Hulkenberg partiram com os médios. Na largada, Hamilton
manteve a ponta. Alonso e Massa começaram bem. Aproveitaram a patinada
de Raikkonen para tomarem a posição do finlandês, que partia em segundo.
Button e Vettel não conseguiram ganhar posições e se mantiveram em
oitavo e nono, respectivamente. No meio do pelotão, os pilotos da Force
India, Paul di Resta e Adrian Sutil, chegaram a se tocar. Partindo dos
boxes, Webber decidiu fazer o primeiro pit stop logo no fim da volta de
abertura. A estratégia era se livrar de uma vez dos pneus macios, já que
todos os pilotos são obrigados a usar os dois tipos de compostos na
prova.
Alonso assume a ponta
Na quarta volta, Alonso acionou a asa móvel na reta principal e tomou a
liderança de Hamilton. Massa aproveitou e foi no embalo: jogou por
dentro e também ganhou a posição do inglês.
O primeiro acidente ficou por conta de Esteban Gutiérrez. O mexicano da
Sauber errou a freada na curva 14, atingiu Sutil, e deixou a corrida.
Ao parar nos boxes para tentar fazer reparos, a Force India do alemão
teve um princípio de incêndio, e ele também abandonou a prova.
Os pilotos que começaram com pneus macios, como Alonso, Massa, Hamilton
e Raikkonen, foram cedo para os boxes, retornando no meio do pelotão.
Como o líder Alonso tinha preferência no pit stop, o brasileiro precisou
dar uma volta a mais que o companheiro com os compostos desgastados,
perdendo posições para pilotos que já haviam parado, como Hamilton e
Raikkonen. Nesse momento, Hulkenberg assumiu a ponta, seguido por
Vettel, Button e Pérez, todos com pneus médios.
De pneus novos, o espanhol da Ferrari ultrapassou Di Resta e Pérez –
que não haviam parado - e pulou para quarto lugar. Com os pit stops de
Hulkenberg e Vettel, o espanhol subiu para segundo. O alemão da Sauber
teve problemas nos boxes e perdeu a posição para o compatriota da RBR. O
novo líder passou a ser Button. Ele e seu companheiro de McLaren,
Pérez, eram os únicos que ainda não haviam parado, apostando em uma
estratégia de apenas dois pit stops.
Martírio de Webber
Webber, que havia largado em último, “entrou” na prova com a estratégia
do pit stop na primeira volta. Entretanto, jogou tudo por água abaixo
ao se precipitar em uma tentativa de ultrapassagem em Jean-Eric Vergne,
da satélite STR. O australiano danificou sua RBR e seguia lentamente
para os boxes quando sua roda traseira direita se soltou do carro.
Momentos depois, outro incidente: Raikkonen levou uma fechada de Pérez, e
quase viu suas chances de pódio irem embora ao ter o bico da Lotus danificado. Irritado com a manobra do mexicano, reclamou com a equipe pelo rádio: “Que diabos ele está fazendo?”.
Na 20ª volta, Alonso finalmente alcançou Button, que ainda não havia
feito seu pit stop, e reassumiu a liderança. Quatro passagens depois, o
espanhol foi para os boxes, acompanhado pelo britânico, que finalmente
fazia sua primeira parada. Eles retornaram em terceiro e quarto,
respectivamente. O líder passou a ser Vettel, seguido por Hulkenberg.
Enquanto Alonso passou o piloto da Sauber e assumiu o segundo lugar,
Button não conseguiu manter um bom ritmo e perdeu a quarta posição para
seu ex-companheiro Hamilton. Voando, o espanhol da Ferrari alcançou
Vettel, superou o alemão e retomou a ponta.
Com uma tática diferente de pit stops, o alemão da RBR fez a segunda
parada nos boxes logo depois e voltou em oitavo. A partir daí, iniciou
uma escalada: passou Di Resta, Massa, Hulkenberg e Button, subindo para
quarto. Alonso liderava, seguido por Hamilton e Raikkonen.
Na rodada final de pit stops, o finlandês da Lotus ganhou a posição do
britânico da Mercedes. Vettel apareceu novamente na liderança, mas ainda
precisava visitar os boxes mais uma vez. A vitória estava nas mãos de
Alonso. A 14 voltas do fim, antes mesmo de o alemão fazer sua última
troca de pneus, o espanhol da Ferrari fez a ultrapassagem no fim da reta
e voltou a ficar em primeiro. Daí em diante, seguiu com tranquilidade
para receber a bandeira quadriculada. Raikkonen cruzou a linha de
chegada dez segundos depois. Vettel, que voltou em quarto, ainda teve
tempo de tirar a diferença para Hamilton e dar um sufoco no inglês nas
curvas finais. Mas o britânico segurou a posição e garantiu o lugar no
pódio. Enquanto isso, Button levou a melhor no duelo com Massa e
terminou em quinto.
Confira o resultado final do GP da China (56 voltas):
1- Fernando Alonso (ESP/Ferrari) - 1h36m26s945
2- Kimi Raikkonen (FIN/Lotus) - a 10s100
3- Lewis Hamilton (ING/Mercedes) - a 12s300
4- Sebastian Vettel (ALE/RBR) - a 12s500
5- Jenson Button (ING/McLaren) - a 35s200
6- Felipe Massa (BRA/Ferrari) - a 40s800
7- Daniel Ricciardo (AUS/STR) - a 42s600
8- Paul di Resta (ESC/Force India) - a 51s000
9- Romain Grosjean (FRA/Lotus) - a 53s400
10- Nico Hulkenberg (ALE/Sauber) - a 56s500
11- Sergio Perez (MEX/McLaren) - a 1m03s800
12- Jean-Eric Vergne (FRA/STR) - a 1m12s600
13- Pastor Maldonado (VEN/Williams) - a 1m33s800
14- Valtteri Bottas (FIN/Williams) - a 1m35s400
15- Jules Bianchi (FRA/Marussia) - a 1 volta
16- Charles Pic (FRA/Caterham) - a 1 volta
17- Max Chilton (ING/Marussia) - a 1 volta
18- Giedo van der Garde (HOL/Caterham) - a 2 voltaS
1- Fernando Alonso (ESP/Ferrari) - 1h36m26s945
2- Kimi Raikkonen (FIN/Lotus) - a 10s100
3- Lewis Hamilton (ING/Mercedes) - a 12s300
4- Sebastian Vettel (ALE/RBR) - a 12s500
5- Jenson Button (ING/McLaren) - a 35s200
6- Felipe Massa (BRA/Ferrari) - a 40s800
7- Daniel Ricciardo (AUS/STR) - a 42s600
8- Paul di Resta (ESC/Force India) - a 51s000
9- Romain Grosjean (FRA/Lotus) - a 53s400
10- Nico Hulkenberg (ALE/Sauber) - a 56s500
11- Sergio Perez (MEX/McLaren) - a 1m03s800
12- Jean-Eric Vergne (FRA/STR) - a 1m12s600
13- Pastor Maldonado (VEN/Williams) - a 1m33s800
14- Valtteri Bottas (FIN/Williams) - a 1m35s400
15- Jules Bianchi (FRA/Marussia) - a 1 volta
16- Charles Pic (FRA/Caterham) - a 1 volta
17- Max Chilton (ING/Marussia) - a 1 volta
18- Giedo van der Garde (HOL/Caterham) - a 2 voltaS
Não completaram:
Nico Rosberg (ALE/Mercedes) - na 22ª volta
Mark Webber (AUS/RBR) - na 16ª volta
Adrian Sutil (ALE/Force India) - na 6ª volta
Esteban Gutierrez (MEX/Sauber) - na 5ª volta
Nico Rosberg (ALE/Mercedes) - na 22ª volta
Mark Webber (AUS/RBR) - na 16ª volta
Adrian Sutil (ALE/Force India) - na 6ª volta
Esteban Gutierrez (MEX/Sauber) - na 5ª volta
Volta mais rápida: Sebastian Vettel (ALE/RBR) - 1m36s808
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Reuters
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