Os testes acabaram, os espaços para erros também. Os mais de 24 mil
pagantes que encheram o Pacaembu na tarde deste domingo querem ver um
Corinthians combativo nas decisões do Campeonato Paulista e da Taça
Libertadores. Mesmo mostrando pouco do espírito que levou o time às
conquistas de 2012, o Corinthians fez 2 a 0 no Atlético Sorocaba com
enorme tranquilidade, se classificou na quinta posição do estadual e tem
duelo marcado com a Ponte Preta nas quartas de final, em data a ser
divulgada nesta segunda-feira.
O jogo serviu mais para Tite testar um esquema com três atacantes –
Emerson Sheik, Alexandre Pato e Guerrero começaram um jogo juntos pela
primeira vez na temporada. Deu certo lá na frente, com boas trocas de
passes e dois gols marcados no primeiro tempo. Na defesa, a marcação
deixou um pouco a desejar, ficou mais frouxa no meio-campo. A tendência é
que o técnico só utilize essa formação em casos pontuais.
A vitória levou o Corinthians aos 35 pontos, mesmo número do Palmeiras,
mas com vantagem no saldo de gols. O Atlético Sorocaba, que apenas
cumpria tabela, se manteve com 19 pontos, livre do rebaixamento e com
mais um ano garantido na elite do futebol paulista.
Além do confronto com a Ponte, o Corinthians terá na sequência o jogo
de ida das oitavas de final da Taça Libertadores, contra o Boca Juniors,
dia 1º de maio, em Buenos Aires.
Timão com novo esquema; Atlético fechado
O maior objetivo de Tite neste domingo era testar pela primeira vez a
formação com Alexandre Pato, Guerrero e Emerson Sheik no ataque. O
resultado veio, e o Timão praticamente matou o jogo no primeiro tempo,
mas ainda houve ressalvas em relação à proteção defensiva com esse
esquema mais insinuante.
O Timão começou estranho, errando muitos passes. Os três atacantes e o
meia Danilo trocaram constantemente de posições, tentando confundir o
ferrolho montado por Vágner Benazzi no Atlético Sorocaba. Lá atrás, o
lado direito da defesa estava desprotegido: Alessandro levou um sufoco
no início com os avanços de Carlinhos. No gol, Danilo Fernandes se
complicou em bolas fáceis e assustou a torcida.
Aos poucos, o time foi se acertando. Mais organizado, o ataque teve
Pato e Guerrero mais fixos, atraindo a marcação, e Danilo, Paulinho e
Sheik fazendo praticamente uma linha de três armadores. A rápida troca
de passes só foi dar resultado aos 34 minutos, com Guerrero saindo da
área, atraindo a marcação e tocando para Danilo entrar livre e finalizar
na saída de Felipe Alves: 1 a 0 Timão.
A partir daí, o jogo ficou mais leve, com o Atlético também tentando
jogar futebol - o time já estava livre do rebaixamento, apenas cumprindo
tabela. O problema para a equipe do interior é que o Corinthians havia
conseguido resgatar um pouco do espírito competitivo da Libertadores.
O exemplo da pegada característica do time foi o esforço de Paulinho
para invadir a área, se livrar da marcação e, mesmo bem marcado, acertar
a trave de Felipe Alves aos 45 do primeiro tempo. No rebote, a bola
caiu nos pés do iluminado Alexandre Pato: 2 a 0. Se o esquema ainda
precisa de ajustes, ao menos o resultado veio sem tanta dificuldade.
Timão administra: foco no mata-mata
Timão administra: foco no mata-mata
Com o jogo praticamente resolvido e poucas novidades na tabela, o
grande barato da torcida corintiana era vibrar com qualquer lance – seja
um desarme mais duro de Ralf, seja uma saída de gol da Danilo
Fernandes, já mais confiante em relação ao primeiro tempo. As
triangulações do ataque funcionaram melhor, mas nada que levasse a uma
chance efetiva de gol.
Em um segundo tempo sonolento, a torcida corintiana só levantou a voz
na hora das substituições – aplaudidos, Pato e Danilo deram lugar a
Romarinho e Jorge Henrique. O nível se manteve, e o Corinthians ficou
mais rápido. O time se deu ao luxo de esperar o Atlético Sorocaba e
tentar aproveitar algum contra-ataque – no melhor deles, Sheik recebeu
passe de Guerrero, saiu de frente para o gol, mas demorou demais para
chutar. O Atlético, sem nenhum interesse na partida, torcia para o tempo
passar ráído.
A tarde de testes pode ser considerada positiva para o Timão, já que as
variações táticas podem fazer a diferença nos momentos decisivos de
Paulistão e Taça Libertadores. Tite bateu nesta tecla durante toda a
semana: a margem de erro tem de ser zero a partir de agora. Após três
meses de “preparação”, o Corinthians, enfim, poderá provar se continua
igual ou não àquele time que conquistou a América e o mundo em 2012.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Mauro Horita / Agência Estado
0 comments:
Postar um comentário