Se o Vasco depositava no clássico as suas esperanças de se manter vivo
na Taça Rio, o Botafogo tratou de enterrá-las sem piedade. Com um
segundo tempo muito eficiente, o Glorioso se aproveitou da grave crise
no rival e fez 3 a 0, no estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda,
na noite desta quarta-feira, em reedição da vitória apertada na final da
Taça Guanabara, há 24 dias. Os gols foram de Rafael Marques, Lodeiro e
Fellype Gabriel.
Agora, só um milagre dará a classificação ao clube de São Januário, que
permanece com um ponto e na última posição do Grupo A. Basta uma
vitória do próprio time de Oswaldo de Oliveira nas quatro partidas que
lhe restam para adiantar sua vaga e eliminar o Vasco. O Alvinegro tem
nove pontos e está em segundo, atrás do Volta Redonda, que tem um jogo a
mais.
Depois de um ano e quatro meses, o estádio recebeu um jogo de grande
porte, em virtude da interdição do Engenhão, e teve 5.478 pagantes (6994
presentes) com renda de R$ 111.670,00. Parte dos torcedores
cruz-maltinos virou de costas nos minutos finais do duelo, em protesto a
péssima fase. São cinco partidas consecutivas sem anotar um gol sequer.
Início morno e encharcado
Início morno e encharcado
Em termos de estrutura, o novo palco principal do futebol carioca não
teve reestreia pomposa. Com rachaduras maquiadas na arquibancada, que
recebeu público razoável, e poças no gramado castigado pela chuva, o
Raulino viu um clássico ríspido e de pouca categoria em seu início. Não
faltaram eventuais lances de perigo, no entanto, mesmo que atabalhoados
de lado a lado. Aos oito minutos, Fellype Gabriel acertou belo voleio da
entrada da área, que passou pertinho da trave direita de Alessandro e
esquentou o clássico.
O Botafogo foi melhor em campo e dominou as ações nos primeiros 15
minutos. Aos poucos, porém, o Vasco equilibrou e, mesmo desordenado,
assustou Jefferson em cruzamentos para a área e contragolpes. Na parada
técnica, Paulo Autuori pediu que Wendel e Eder Luis presisonassem a
saída do rival, para reduzir a diferença de posse de bola entre as
equipes.
Mas a jogada que talvez tenha chamado mais atenção no Raulino de
Oliveira foi o duro carrinho de Sandro Silva em Fellype Gabriel, que
acertou em cheio o tornozelo direito do meia alvinegro. O árbitro
mostrou apenas o cartão amarelo ao volante, ignorando dos protestos de
time e torcida. Aos 37, Alessandro rebateu duas bolas em uma tentativa
ofensiva esquisita do Botafogo, num reflexo das dificuldades que ambos
encontraram para criar com qualidade.
Eficiência x descontrole
Na volta do intervalo, nenhuma alteração no papel nem na prática.
Entretanto, logo aos sete minutos, saiu o primeiro gol. Bruno Mendes
desviou de cabeça no primeiro pau, Alessandro só raspou na bola, e
Rafael Marques completou para o fundo da rede. Era a senha para o
desespero do Vasco, que partiu para cima em desespero. Pedro Ken e
Bernardo entraram nas vagas de Wendel e Eder.
Apesar disso, foi o Glorioso que marcou novamente, afundando o
Cruz-maltino ainda mais na crise: aos 13, Julio Cesar cruzou, Alessandro
errou mais uma vez e deixou Lodeiro livre para tocar para a meta vazia.
Para completar a lambança, o camisa 12 foi expulso no lance posterior,
ao colocar a mão na bola fora da área. Para evitar o vexame, Tenorio, o
único atacante do Vasco, foi quem saiu para o goleiro reserva Michel
Alves entrar e fazer sua estreia. Mas o clássico já parecia definido.
Sob os gritos de "eliminado", a equipe de Autuori não tinha mais
forças. Ciente da virtual saída melancólica do Carioca, mesmo a três
rodadas do fim, baixou a cabeça. Restou ao Botafogo tocar a bola, e a
Oswaldo fazer substituições para experimentar outras situações. No fim,
protestos cruz-maltinos e vibração alvinegra.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Fábio Castro / Agif
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