Se o primeiro teste como visitante na Taça Libertadores da América era
importante para sentir a qualidade do Palmeiras, o torcedor voltou a
ter motivos para se preocupar. Perdido na grande parte do tempo e muito
nervoso, o time de Gilson Kleina mostrou apenas dez minutos de bom
futebol e não foi páreo para o Libertad, que venceu com propriedade por 2
a 0, em Assunção, e assumiu a liderança do Grupo 2 do torneio
sul-americano. O resultado acabou com uma invencibilidade de sete jogos
na temporada.
Foi uma noite em que nada deu certo ao Verdão. A defesa marcou mal; o
meio-campo não conseguiu dar proteção e pouco criou; e o ataque levou
perigo em apenas duas jogadas. Usados no segundo tempo, Valdivia e
Kleber pouco acrescentaram. O treinador tentou de tudo: mexeu no esquema
tático, botou o time no ataque, gritou o tempo todo do banco de
reservas. Nada funcionou.
Com a vitória, os paraguaios chegam a seis pontos, deixando o Verdão
com os três da vitória conquistada sobre o Sporting Cristal. Os
peruanos, que venceram o Tigre por 2 a 0 nesta quarta-feira, têm a mesma
pontuação. Os argentinos ocupam a lanterna, sem pontos.
O Palmeiras folgará no fim de semana. O jogo contra o Paulista de
Jundiaí, pelo Paulistão, foi adiado para o dia 14. Assim, o time poderá
se preparar melhor para a partida contra o Tigre, quarta-feira, na
Argentina. Pelo Paulistão, o próximo jogo será no dia 10, contra o São
Paulo, no Morumbi.
Libertad começa melhor
O técnico Gilson Kleina havia alertado sua equipe. Para bater o
Libertad, o primeiro passo era suportar a pressão inicial dos
paraguaios. Foi exatamente o que o Palmeiras não conseguiu fazer. Mesmo
com cinco homens no meio-campo, e apenas um atacante, o Verdão foi
sufocado pela equipe local nos primeiros 15 minutos.
O rápido atacante Nuñez, com suas arrancadas e dribles curtos pelo lado
direito, fez o que quis com Marcelo Oliveira. Em uma das escapadas,
aos 11, ele foi ao fundo e cruzou na medida para Velasquez, que se
antecipou a Weldinho e, de cabeça, abriu o placar.
O Palmeiras continuou perdido após o gol sofrido. Lento e sem
criatividade, a equipe foi facilmente marcada. Atrás, o mapa da mima
continuava sendo o lado esquerdo da defesa. A todo instante, Kleina
gritava com Wesley, pedindo que ele ajudasse o perdido Marcelo Oliveira.
No meio-campo paraguaio, Samudio e Guiñazu ditavam o ritmo da equipe.
Mendieta, em chute de fora da área, assustou Fernando Prass em lance de
perigo. Aos 31, Velasquez marcou novamente, após cobrança de escanteio,
mas o juiz anulou corretamente, já que o atacante estava impedido.
Daí para frente, os donos da casa diminuíram o ritmo, trocando a
velocidade pela valorização da bola. O Palmeiras, mesmo abaixo do que
vinha mostrando nas últimas partidas, conseguiu finalmente trocar passes
e chegar ao ataque. Aos 32, Vinícius fez boa jogada pela esquerda,
invadiu a área e bateu com o pé direito. Muñoz defendeu. Quatro minutos
depois, pela direita, Patrick Vieira acionou Weldinho, que bateu
cruzado, com muito perigo. Já nos acréscimos, Souza fez belo passe para
Wesley, que bateu na saída do goleiro. A bola raspou em Muñoz e acertou a
trave direita.
Kleina põe time no ataque, mas Libertad marca e garante vitória
Insatisfeito com o desempenho da equipe, Gilson Kleina fez duas
alterações no intervalo. Ele sacou Maurício Ramos e Patrick Vieira e
colocou Valdivia e Kleber, que vestia a camisa alviverde pela primeira
vez. Vilson, que vinha atuando como volante, foi recuado para a zaga. Ao
contrário do que havia ocorrido na etapa inicial, a partida ficou muito
mais pegada.
Henrique, aos seis, reclamou de ter levado uma cotovelada no nariz.
Precisou deixar o gramado para ser atendido. No lance seguinte, Nuñez e
Wesley se desentenderam e trocaram empurrões. Novamente aos nove, o
Verdão levou o segundo gol. Enquanto Henrique trocava o curativo na
lateral, Samudio desceu rapidamente pela esquerda e cruzou na medida
para Benítez, que testou no canto direito de Prass: 2 a 0.
O Palmeiras se perdeu. Seus jogadores, extremamente nervosos, começaram
a discutir em todo lance com o juiz venezuelano Juan Soto. Henrique e
Weldinho foram advertidos por reclamação. Taticamente, as mudanças
feitas não surtiram o efeito desejado. No lado paraguaio, o time tocava a
bola com extrema tranquilidade, aproveitando a festa da pequena torcida
nas arquibancadas.
Aos 19, Kleina partiu para o tudo ou nada e abriu sua equipe de vez,
sacando Souza e colocando Maikon Leite. O time passou a atuar no 4-3-3.
Além de pouco criar, deixou enormes espaços defensivos. O Libertad, com o
contra-ataque à disposição, passou a desperdiçar chances seguidas para
aumentar sua vantagem. Vargas, aos 28, ficou cara a cara com Prass, mas
chutou para cima. No minuto seguinte, o goleiro palmeirense fez grande
defesa em lance de Nuñez, o melhor em campo. Satisfeito com o
resultado, os mandantes diminuíram o ritmo e só esperaram o tempo passar
para festejar.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Reuters


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