Com a força máxima disponível neste domingo, o Corinthians não teve uma
atuação de gala, mas fez o suficiente para vencer o Guarani por 1 a 0
no Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas, e novamente afastar a
“síndrome de empates” vivida neste Campeonato Paulista. O peruano Paolo
Guerrero marcou o único gol do confronto.
O resultado ainda não colocou o Timão no G-4 da competição, posição
estabelecida pelo técnico Tite como meta para a primeira fase. Agora com
25 pontos, o Corinthians passou a ocupar a quinta colocação do
estadual, perdendo para o quarto, Botafogo, nos critérios de desempate. O
Bugre segue em situação complicada na briga contra o rebaixamento: sem
vencer há seis jogos, o time é o 18o, com nove.
Apesar da vitória, duas substituições no primeiro tempo deixaram os
corintianos ressabiados: o goleiro Cássio e o meia Renato Augusto
tiveram de deixar o gramado com lesões no quadril e na coxa,
respectivamente. Ambos serão avaliados pelo departamento médico, mas,
reclamando de muitas dores, podem ser desfalques nas próximas partidas.
De folga da Taça Libertadores da América até o início de abril, o
Corinthians volta a campo pelo estadual na quarta-feira, contra o
Penapolense, no Pacaembu, às 22h. Já o Guarani viaja a Itápolis, onde
enfrenta o Oeste, no estádio dos Amaros, quinta, às 21h.
Domínio, mas com 'bruxa solta'
O ambiente no Brinco de Ouro nem de longe lembrava aquele onde, há 25
anos, o Corinthians conquistou o Campeonato Paulista de 1988. Com um dos
maiores setores do estádio interditado, o público nas arquibancadas
deixou a desejar. Já os torcedores alvinegros, que encheram o setor
visitante, puderam comemorar rapidamente, graças à eficiência do seu
setor ofensivo.
Novamente entre os titulares, Emerson, que vinha embalado por duas boas
atuações consecutivas e um gol no empate com o XV de Piracicaba,
acertou passe preciso para Paolo Guerrero. Dentro da área, o artilheiro
do Corinthians na temporada não perdoou e chutou forte para marcar seu
oitavo gol em 2013. Banho de água fria para os donos da casa.
Aproveitando-se da liberdade pelo lado esquerdo do campo, o Timão ditou
o ritmo da partida desde o início. Renato Augusto obrigou os marcadores
a se movimentarem o tempo todo e arriscou bons chutes de fora da área –
um deles foi defendido de forma estabanada por Leo, enquanto o outro
quase acabou em rebote para Guerrero, próximo à pequena área do Guarani.
Acomodado com o resultado, o Corinthians não se esforçava muito para
continuar levando perigo ao adversário. O primeiro mau momento alvinegro
na partida não foi proporcionado pelo Bugre, mas em um lance casual: o
goleiro Cássio, de volta à equipe após dois jogos de afastamento devido a
um edema na coxa, sentiu lesão no quadril, e teve de deixar o campo
para a entrada de Danilo Fernandes.
E a bruxa estava mesmo solta do lado corintiano. Principal responsável
pela criação de jogadas da equipe, Renato Augusto sentiu a coxa direita
ao tentar uma arrancada e desabou no gramado. Com dores, o jogador não
conseguiu sequer se levantar para ser substituído por Jorge Henrique -
foi de maca para o vestiário.
Sem muitas alternativas, o Guarani mal rondava a área do Corinthians.
Os únicos dois lances que arrancaram gritos de animação da torcida foram
do atacante Ronaldo, que recebeu bons passes dentro da área, mas acabou
neutralizado em ambas as oportunidades – pelo zagueiro Gil e pelo
lateral Igor. Os consecutivos impedimentos do ataque bugrino irritaram
os torcedores, que xingaram o árbitro e os auxiliares na saída para o
intervalo.
Vantagem mantida
Coadjuvante na etapa inicial, o Guarani assustou o Corinthians em sua
primeira subida ao campo de ataque no segundo tempo. Pelo meio, Coutinho
tabelou com Fernando Gaúcho, que fez bem o pivô e devolveu na medida
para o meio-campista disparar chute forte, rente à trave direita de
Danilo Fernandes. O goleiro do Timão se esticou, mas não encontrou nada.
A postura bem mais cautelosa dos visitantes fez com que o Guarani se
arriscasse com maior frequência no setor ofensivo. Mas as falhas de
posicionamento continuavam atrapalhando o time de Campinas: além dos
passes errados, o Bugre pecava pelo excesso de impedimentos e tornava os
lançamentos longos uma arma de efetividade nula.
Seguro na defesa, o Corinthians passou a valorizar a posse de bola. Nem
mesmo Jorge Henrique arriscava suas arrancadas características –
preferia cadenciar os passes ao lado de Danilo no meio-campo. Raramente
acionados, Emerson e Guerrero tornaram-se mais espectadores que
atacantes. Assim como Danilo Fernandes, que não tinha oportunidade de
demonstrar serviço.
Nos minutos finais da partida, quem roubou a cena foi a chuva. Uma
tempestade com raios e muito vento caiu sobre o Brinco de Ouro da
Princesa. Os torcedores se animaram, mas o marcador continuou
inalterado. Melhor para o Timão, que segue na briga para entrar no G-4.
Pior para o Bugre, cada vez mais perto do rebaixamento à Série A2.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Rodrigo Villalba / Futura Press
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