Com o interino Uber Acosta, os bolivianos iniciaram a partida mansos e deixaram para apresentar as garras do Tigre, mascote do clube, na segunda etapa, quando os jogadores vermelhos já não tinham o mesmo fôlego. No início da segunda etapa, o atacante Rodrigo Ramallo abriu o placar. Gilberto deixou tudo igual, quando a partida parecia perdida. A furada antes do toque para a rede serviu para dar um ar ainda mais dramático ao empate.
O The Strongest segue em terceiro com seis pontos, mas pode ser ultrapassado pelo Santos, que joga nesta quinta-feira contra o Juan Aurich, às 22h, no Pacaembu.
Pela Libertadores, o próximo jogo do Inter será contra o Santos no Beira-Rio, numa quarta-feira, dia 4 de abril, às 21h50. Já o The Strongest visita o Juan Aurich no dia 5, às 21h30. Pelo Gauchão, o time de Dorival tem compromisso no domingo, diante do São José, às 18h30, no Complexo Esportivo da Ulbra.
Inter entra nervoso
Minutos antes do apito inicial da partida, uma informação que desceu amarga, como um chá de coca boliviano, para o técnico Dorival Júnior. O São Paulo havia vencido a queda de braço judicial: conseguiu recuperar o vínculo de Oscar na CBF. Para não diminuir o oxigênio de uma equipe com faixa etária alta, manteve a juventude de João Paulo como um terceiro volante, pelo lado direito. Tinga ficou centralizado, enquanto Guiñazu cuidava do lado esquerdo. Centralizado, Dátolo servia como homem de ligação para Dagoberto e Leandro Damião.
Com a partida rolando, os temores da altitude se confirmaram com um Inter nervoso, até mesmo um pouco atrapalhado, como quando Muriel e Rodrigo Moledo se enrolaram na pequena área e quase criaram oportunidade ao inimigo. O time errava muitos passes e alguns jogadores mostravam até dificuldade em permanecer de pé. Sim, o peso da bola era hostil no ar rarefeito.
Só que aí veio um fator inesperado: o time da casa também parecia acusar os efeitos da altitude da mesma maneira que os vermelhos. Passes errados erram constantes.
Sem qualidade técnica para entrar na área do Inter, restou ao “Tigre” mostrar as garras com pancadas de fora da área. Valia de qualquer lugar, independentemente do ângulo. Cristaldo, Pablo Escobar, Chumacero eram os que mais arriscavam.
Progressivamente, o Inter se erguia, respirava para baixar o nervosismo, equilibrava. O jogo estava aberto para ambos os lados. A melhor oportunidade na primeira etapa foi para o time gaúcho, aos 28 minutos. Dátolo se livrou de três jogadores e lançou rasteiro por trás da zaga. Damião surgiu sozinho, era a vez do artilheiro. Mas errou o tempo de bola, o carrinho saiu fraco, facilitado para a defesa de Vaca.
Os tigres se enfureceram e deram a resposta no lance seguinte, em tiro longo, obviamente. Cristaldo disparou cruzado, rasteiro e a bola saiu venenosa, em curva na direção do gol. Muriel se lançou ao chão, e rebateu. O goleiro esbravejou, faltava a barreira na frente da área contra a principal e talvez única arma adversária.
O lateral-direito Nei ainda deu um susto. Ao tentar cabecear uma bola e afastar o perigo, sentiu a pancada. Caiu tonto e recebeu atendimento médico no gramado.
Drama no segundo tempo
Quando o Inter começava a sorver o segundo tempo, veio o gol boliviano antes do primeiro minuto. Após cruzamento de Pablo Escobar para a pequena área, Rodrigo Moledo e Kleber não cortaram. Rodrigo Ramallo teve apenas o trabalho de empurrar para o gol: 1 a 0.
A partir daí, foi um “Deus nos acuda”. Apoiados pelo urro da torcida local, o The Strongest passou a tocar a bola no campo colorado, aproveitando-se da instabilidade brasileira. De dentro da grande área, Cristaldo bateu cruzado, com muito perigo. Depois, Escobar atirou por cima, raspando o travessão.
A reação esboçada foi em uma cabeçada de Damião, por cima da meta, após cobrança de escanteio. O problema é que os colorados acusavam o desgaste com passadas mais lentas, erros de posicionamento. Faltava oxigênio.
Dorival teve de mexer. Necessitava urgentemente de gás novo no time. Sacou Dagoberto, Guiñazu e João Paulo, para os ingressos de Gilberto, Bolatti e Jajá. O camisa 20 teve de ser substituído porque se sentiu mal. Com tosse, recebeu atendimento no banco, com toalha nas costas.
Mesmo com a vantagem, a posse de bola seguia com o The Strongest. Animado, Cristaldo fez um giro com a bola na frente de Tinga, e levou uma pancada. Logo depois, o meia arriscou da intermediária. Muriel espalmou.
Valeu a pena Muriel ter segurado atrás. Aos 43 minutos, após cruzamento de Nei, Gilberto, que havia entrado no segundo tempo, furou feio na primeira, mas teve calma para se redimir na sequência do lance: 1 a 1, e festa colorada nas alturas. Um empate com sabor de vitória na bagagem.
==> Fonte: Globoesporte
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