Inter empata com Once Caldas e avança na Taça Libertadores

Está salvo o semestre do Inter. Em uma partida que teve ares de decisão de campeonato, o Colorado garantiu a classificação com um empate em 2 a 2 contra o Once Caldas, na noite desta quarta-feira, no Estádio Palogrande, em Manizales, na Colômbia.

D’Alessandro, de pênalti, e Tinga marcaram os gols vermelhos. Nuñez e González fizeram os dos colombianos. No jogo de ida, no Beira-Rio, o Inter havia vencido por 1 a 0. Com a classificação, o time gaúcho ganhou o direito de entrar no Grupo 1 da Taça Libertadores, ao lado do Santos, Juan Aurich, do Peru, e The Strongest, da Bolívia.

O técnico Dorival Júnior apostou na experiência de Tinga para a partida. Colocou o volante no time e deixou Dagoberto, que se recuperava de entorse, no banco. Mesmo com dores no joelho, o lateral-direito Nei partiu para o sacrifício.

Inspirado no segundo tempo em Porto Alegre, no qual o time colombiano conseguiu equilibrar a partida, o técnico Pompilio Páez escalou três zagueiros – Amaya, Acosta e Álvarez.

Conhecida como “holocausto”, a torcida do Once Caldas decepcionou em termos de público. Foram cerca de 20 mil no estádio, com capacidade para 32,5 mil. No entanto, eles se mostraram extremamente barulhentos. Não deixaram de cantar um minuto sequer.

- Vamos, Once Caldas, vamos outra vez. Que o holocausto veio lhe ver – gritavam os torcedores.

Pênaltis duvidosos

Ligados pelo café colombiano, o Once Caldas partiu pra cima desde o início. Não foi “hospitaleiro”, como a população de Manizales costuma se definir. Para o Inter, aconteceu tudo o que não podia: sofrer gol logo de cara. No primeiro ataque, Nei deslocou Beltran, o sósia colombiano de Fernandão. Pênalti duvidoso. Na cobrança, Nuñez bateu no canto esquerdo. Muriel até voou certo, mas não conseguiu evitar. Irritado, o goleiro deu um soco no chão do gramado.

O Inter acusou o golpe. Instantes depois do primeiro gol, bate e rebate na área colorada, e a bola terminou na trave. A sorte saltava para o lado vermelho. O gol de empate não tardou. Oscar foi derrubado na área, e o árbitro assinalou outra penalidade. O capitão D’Alessandro assumiu a responsabilidade. O interessante é que, no dia anterior, o gringo havia treinado batidas com o pé direito, quem sabe para enganar o goleiro adversário. Deu certo. De canhota, chutou com estilo, enquanto Martínez, com sua camisa “rosa pink”, se lançava no lado inverso.

O Inter ganhou tranquilidade, acalmou o jogo, melhorou o toque de bola. Ampliou o placar com Tinga, sempre decisivo. Na pequena área, concluiu bela jogada tramada por Oscar e D’Alessandro. Pompilio Páez já tinha alterado a equipe, sacando o zagueiro Alvarez para a entrada do atacante Del Valle. Os colombianos passaram a atuar no sistema 4-3-3 clássico, com apenas um volante.

Com dois laterais soltos, o Once Caldas era pura pressão. E a defesa do Inter estava irreconhecível. Aos 24, González passou por Nei, se infiltrou na área e bateu forte, sem chances para Muriel – 2 a 2. Oscar teve a chance clara, límpida, de ampliar, mas desperdiçou. Aos 35, Damião ajeitou de cabeça, e o garoto, de frente para o crime, isolou por cima.

O Once Caldas atacava sempre buscando jogadas em velocidade, com os rápidos Pajoy e Del Valle. Mas arriscava mesmo em chutes de longe, como de González, aos 38. A vantagem ainda era colorada. Com gols fora de casa, podia se dar ao luxo até de perder por um de diferença. Foi assim que o time partiu para o intervalo. A ideia era de valorizar a posse de bola para a etapa final, deixar passar o tempo.

Na volta do intervalo, o time colombiano teve gol invalidado. Em cobrança da meia-direita, Pajoy soltou a patada, e Muriel deu rebote. O atacante colombiano chutou para as redes, mas já não valia nada. Mas aí veio o cansaço. Sim, a altitude dos quase 2,2 mil metros de Manizales surtiu efeito. D’Ale começou a errar passes, Oscar já não tinha os mesmos piques. Tinga deixava o gramado para a entrada de Elton.

Dorival aumentava o poderio defensivo. O negócio para o Inter eram os contragolpes. Nessa estratégia, quase marcou. Aos 16, D’Ale recebeu na área, se livrou do marcador. Sem força, bateu colocada e viu Martínez fazer a defesa. Reinoso abusou aos 26 minutos. Arriscou uma bicicleta no centro da área. Bem colocado, Muriel defendeu.

Inter desperdiça

O Inter bem que poderia ter saído com a vitória do estádio. Na verdade, deveria ter vencido, pelas chances criadas. Primeiro, foi Damião. Recebeu cruzamento de Kleber e, com o gol escancarado, desviou para fora. Saiu lamentando muito e, esgotado, foi substituído por Dagoberto.

Foi o próprio Dagoberto quem teve a outra oportunidade. Oscar fez a assistência e, sem marcação, disparou cruzado, para fora. O fim da partida teve ares de pelada. Desorganizado, o Once Caldas se lançou todo ao ataque. Mas também acusou o início de temporada e caiu. Experiente, o Inter dava balão, marcava forte. Tinha cara de Libertadores. Estava classificado, e com méritos.

==> Fonte: Globoesporte

==> Foto: Alexandre Lops / Divulgação Inter

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