Sala Funarte Cássia Eller recebe o projeto Conexão África Brasília

Entre os dias 3 e 25 de novembro a Sala Cássia Eller será ocupada pelo projeto Conexão África Brasília que apresenta atrações brasilienses e nacionais que amplificam as matrizes africanas nos repertórios de expoentes da música negra, de jovens cantoras de Brasília, e de atrações nacionais que também inspiram-se na cultura afro-brasileira.

Nei Lopes, artista que abre a programação, diz : “A cultura brasileira é, logicamente, a rica música que se faz e se consome no país estruturam-se a partir de duas básicas matrizes africanas, provenientes das civilizações conguesas e iorubanas. A primeira sustenta a espinha dorsal dessa música, que tem no samba sua face mais exposta. A segunda molda, principalmente, a música religiosa afro-brasileira e os estilos dela decorrentes.”

Da matriz iorubana nasceram os afoxés na Bahia no fim do século XIX. Noventa anos depois, a africanidade apareceu no Bloco Olodum e Ylê Aiyê que teve sua faceta mais conhecida na chamada axé music, que só manteve parte percussão destes blocos fazendo algo mais pop.

Em outras bandas a matriz banto (conguesa) gerou os primeiros ranchos cariocas. Sementes das escolas de samba. Também nascia o partido alto, vertente do samba até hoje cantada por intérpretes como Zeca Pagodinho. O samba carioca fez escola, quadra, roda, avenidas e ganhou estradas. Chegou a Brasília por meio dos cariocas que se mudaram para o bairro do Cruzeiro e montaram a Escola de Samba ARUC, no ano de 1961. No início dos anos 2000, ressurgiram as noites dedicadas ao samba de raiz em vários espaços, destacando-se o Arena Futebol Clube com o inesquecível Plano B, o samba no sábado no Bar do Calaf com histórico grupo Samba-Choro e o atual Adora-Roda.

Algumas das cantoras e cantores que se apresentarão no Conexão África Brasília tiveram experiências em alguns destes palcos. Renata Jambeiro, Cris Pereira, Joana Duah e Ligiana têm em seus discos e trajetórias o samba como traço marcante. O projeto também conta com Camila Faustino de Goiânia e Zezé Mota.

O projeto de Ocupação da Sala Cássia Eller é uma produção da Matéria Primma e do Instituto Zabilin. É uma realização da Funarte e tem o patrocínio da Petrobras, dos Correios e o apoio da Secretaria de Cultura do Distrito Federal.


OCUPAÇÃO SALA FUNARTE CÁSSIA ELLER



CONEXÃO ÁFRICA BRASÍLIA

03/11

Quinta

20h

Nei Lopes

04/11

Sexta

18h

20h

Bate Papo – Ney Lopes + Dj Pezão.

Nei Lopes

10/11

Quinta

20h

Cris Pereira

11/11

Sexta

20h

Camila Faustino

17/11

Quinta

20h

Joana Duah

18/11

Sexta

20h

Ligiana

24/11

Quinta

20h

Renata Jambeiro

25/11

Sexta

20h

Zezé Motta

Valor da entrada para todos os espetáculos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).
Classificação indicativa: 14 anos


Sobre os artistas


Nei Lopes - Embora pouco presente sob os holofotes da mídia principal, Nei Lopes é hoje um nome de peso na cultura brasileira. Sambista e compositor popular desde 1972, com mais de 300 títulos gravados esforça-se pelo rompimento das fronteiras que separam o samba da chamada MPB, em parcerias com músicos como Guinga, Zé Renato e Fátima Guedes. Nei Lopes tem vários discos gravados como o CD “Nei Lopes - De Letra & Música” (Velas, 2000), em que recebe como convidados Alcione, Chico Buarque, Emílio Santiago, Dona Ivone Lara, João Bosco, Martinho da Vila, Dudu Nobre, Dunga, Arlindo Cruz & Sombrinha, Zé Renato, Toque de Prima, Fátima Guedes e Zeca Pagodinho. Em 2004 lançou, pela Fina Flor, o CD “Partido Ao Cubo” contemplado com o Prêmio TIM 2005 de melhor CD de samba e indicado ao Grammy Latino 2005 e em 2009 o CD "Chutando o Balde". O show que abre o projeto Conexão África Brasília de Nei Lopes tem participação especial de Cris Pereira e Renata Jambeiro.


Cris Pereira (DF) - Ex-integrante do Grupo Batucada de Bamba, a cantora brasilense Cris Pereira tem em seu repertório fincadas no samba, mas sua voz temperada de suavidade passeia por diversas sonoridades da música brasileira. Apresentou-se em Brasília ao lado de grandes nomes do samba como Dona Ivone Lara, Nilze Carvalho e Tantinho da Mangueira. Foi convidada pela Caixa Cultural para participar do Projeto Outras Bossas em Brasília, onde apresentou homenagens à Dona Ivone Lara e Luiz Carlos da Vila. Foi ainda finalista do Prêmio Sesc de Música Tom Jobim com a música “Choro Só” de Pedro Cariello e Henrique Nepomuceno. Atualmente, Cris Pereira está em fase de pré-produção de seu primeiro CD e DVD com direção musical de Lucas de Campos e Leander Motta. No projeto Conexão África Brasília Cris apresenta canções de Dorival Caymmi.


Camilla Faustino desde os cinco anos de idade se apresenta cantando em eventos, fazendo comerciais, além de já ter tido sua voz em diversos jingles. Já conquistou vários concursos musicais, mostrando uma interpretação peculiar para canções populares. No final do ano de 2008, a cantora participou do Programa Ídolos, exibido pela Rede Record, ficando entre os 80 (oitenta) finalistas, dentre mais de 25 mil inscritos. Com a pretensão de gravar, este ano, seu primeiro CD, por meio da lei estadual de Incentivo à cultura, Lei Goyazes, aprimorar-se cada vez mais para abrilhantar suas apresentações e interpretações de grandes clássicos do cenário goiano e nacional.


Joana Duah - Nascida e criada em Brasília Joana Duah viveu por cinco anos e graduou-se na cidade de Nova York com escala em Hong Kong. Foi integrante do grupo pop Maskavo Roots (1994 -1998) e atualmente se apresenta com o grupo Afro-Brasileiro BATACOTÔ. Em 2007, gravou um duo com o multiinstrumentista paulistano Arismar do Espírito Santo, além de participar dos shows de Guinga e Simone Guimarães. Foi finalista da 2ª Mostra "Novos Bambas do Velho Samba" realizada na casa de shows Carioca da Gema (Lapa-RJ). Lançou recentemente o CD "Dá Licença", seu primeiro álbum solo, com repertório de MPB, música latina além de composições próprias. Joana atualmente mora no Rio de Janeiro, onde pode ser vista nas principais casas de show da cidade.


Ligiana (DF) - Os afro sambas compostos por Baden Powell e Vinicius de Moraes são um ciclo de canções inspiradas na espiritualidade afro brasileira, lançados pela primeira vez em disco em 1966, considerado um marco na história da MPB. Neste show, especialmente concebido para esta série de shows na Funarte, Ligiana se aventura neste universo que considera sagrado, tanto do ponto de vista espiritual quanto musical. Ligiana, que já trabalhou ao lado do pianista e herdeiro direto desta tradição Philippe Baden Powell durante sua estadia em Paris, concebeu junto a Emiliano Castro (violão de sete cordas) e o cubano Ricardo Castellanos (piano) os arranjos para este show.


Renata Jambeiro (DF) - O show, que traz diferentes luzes sobre a musicalidade da artista, resulta em um som que mescla os estilos distintos que a cantora adota: o samba tradicional, o samba moderno e a força afro no samba, onde são apresentados clássicos da música brasileira e também músicas do seu CD e do seu DVD. Seus shows valorizam a matéria prima artística e cultural brasiliense, contando com grandes músicos da cidade em sua banda. Em 2009, a cantora Renata Jambeiro apresentou-se na África e aproveitou a oportunidade para realizar pesquisa musical visando o lançamento de seu primeiro DVD - Sambaluayê - relacionado à influência africana na cultura brasileira. A garra, o talento e a alegria desta mestiça são mostrados como uma forma de oração, e seu show eletrizante é sempre uma homenagem ao samba, aos sambistas e à música popular brasileira.


Zezé Motta - Zezé Motta é a rainha negra do Brasil. A mulher da pele preta que enfrentou a ditadura desse país livre e nua. Zezé é uma atriz de dar orgulho. Seu exercício de interpretar a levou para os melhores palcos, aos melhores filmes criados por aqui, aos cantos escondidos dessa terra através da televisão. Mas tem uma coisa que Zezé Motta faz ainda melhor: cantar. Sua voz poderosa ecoa na história da música brasileira há muito tempo desde os antigos anos setenta, quando Zezé gravou seu primeiro disco solo em que compositores do porte de Rita Lee e Moraes Moreira entregaram canções inéditas para ela gravar. Além disso, sua voz imortalizou clássicos como Trocando em Miúdos de Chico Buarque e Francis Hime e Pecado Original de Caetano Veloso que nunca mais foram as mesmas depois de sua interpretação. E naquele momento também surgia Luiz Melodia em sua vida musical, uma parceria que se mantém integra e vibrante até hoje. Alguns anos mais tarde, Zezé lançaria uma canção escondida de Jards Macalé e Duda chamada Sem Essa que se tornaria um marco em sua discografia. Por isso, no show Negra Melodia, Zezé apresenta as canções do CD no projeto Conexão África Brasília.

==> Foto: Divulgação

0 comments:

Postar um comentário