Livro de Roger Franchini propõe releitura do caso Richthofen

O ex-investigador da Polícia Civil e escritor Roger Franchini mistura ingredientes para criar uma trama explosiva. De um lado, a realidade de um caso que chocou o país: a morte a pauladas de Manfred e Marísia Von Richthofen, premeditada por sua filha Suzane e executada pelos irmãos Cravinhos. De outro, a capacidade de usar elementos da ficção literária para romancear a história, com bons diálogos, descrições ricas e uma narrativa repleta de ação que se passa em dois tempos. O resultado é o eletrizante livro Richthofen – O Assassinato dos pais de Suzane (Editora Planeta, 192 páginas páginas, R$ 19,90.

A partir da pesquisa minuciosa dos autos do crime, Roger conta o que se passou nos nove dias entre a ocorrência do assassinato e a prisão de Suzane e dos irmãos Cravinhos. O texto intercala dois momentos: o cotidiano de Suzane com as famílias Richthofen e Cravinhos e a investigação do caso.

Já nas primeiras páginas, o leitor é projetado à intimidade da família Richthofen, na qual se constata a rigidez dos costumes e a contrariedade do namoro de Suzane e Daniel e as discórdias e o ódio que ferviam entre os familiares. “A sua felicidade é mais importante que a do outro. Então, nunca hesite em magoar alguém para você ficar feliz. Só avalie qual o prejuízo patrimonial que isso poderá lhe trazer”. Era assim que Manfred ensinava o filho Andreas.

Em outra cena, o autor relata uma discussão que teria acontecido no sítio da família Richthofen na presença de Daniel. Depois de Suzane enfrentar os pais, pedindo que seus sentimentos fossem respeitados e acusando-os de levarem uma vida hipócrita, Manfred teria batido no rosto da filha com um tamanco de madeira, segurando-lhe pelos cabelos.

A conduta dos policiais envolvidos na investigação também é escancarada ao leitor. Íntimo desse universo, o autor não poupa detalhes sobre as práticas questionáveis que fazem parte do cotidiano das delegacias e investigações.

Sem tomar partido nesse relato, ou tirar conclusões, Franchini deixa em aberto a participação do irmão de Suzane, Andreas, no crime e destaca questões que não foram colocadas na berlinda pela imprensa, como a existência de contas de Manfred na Suíça, alvo de investigações do Ministério Público até hoje.

Os fatos se revelam por meio da narrativa que absorve a atenção das primeiras às últimas páginas. Conhecer o final da história é o que menos importa neste caso. Assim como fez Truman Capote em A Sangue Frio, Roger Franchini parte da pesquisa da realidade para criar uma obra literária de interesse, reforçando a dramaticidade implícita. E, de quebra, revela uma série de minúcias que dão pistas para compreender alguns aspectos envolvidos no chocante crime.

Sobre o autor:

Roger Franchini é advogado e trabalhou como investigador na Polícia Civil de São Paulo. Pela Editora Planeta, lançou também o livro Toupeira, sobre o assalto ao Banco Central de Fortaleza. Toupeira e Richthofen integram a coleção Grandes Crimes, que terá mais títulos escritos pelo autor.

Richthofen – O Assassinato dos pais de Suzane
Autor: Roger Franchini
Editora: Planeta
Páginas: 192
Preço: R$ 19,90

13 comments:

Anônimo disse...

Livro fraco. Nada acrescentou em termos jornalísticos, muito menos em literários.

Anônimo disse...

Infelizmente o autor se baseou apenas nos autos, fonte muito limitada de informações. Assim o livro tornou-se de uma leitura tediosa e sem sentido dada a pouca criatividade e inovação apresentadas.

roberto disse...

19,90 mais mal gastos da minha vida

Anônimo disse...

O livro não foi escrito para vocês. Melhor voltarem ao mundo de leite com pêra dos detetives particulares americo-europeus, pateticamente copiados pelos escritores nacionais. Os fãs do autor agradecem...

roberto disse...

Mundo de leite com pera?! Não é do que se trata o livro mas sim de como ele trata. Mas claro as opiniões naturalmente divergem.

jonas disse...

Já que a ignorância anda em alta no país uns errinhos gramaticais aqui, umas coisas sem sentido ali dão charme ao manuscrito. Afinal se nossas crianças saem do fundamental sem saber ler, porque a implicância com o livro? Ele só atesta, mais uma vez, a qualidade da cultura nacional.

Anônimo disse...

Com tantos comentários negativos perdi a vontade de comprar esse livro...

Anônimo disse...

Eita cultura nacional decadente.... O reflexo da nossa sabedoria na forma de literatura... Que maravilha... Que orgulho de ser brasileiro hauhauahuhauha

Caue disse...

Melhor gastar o dinheiro com papel higiênico. As folhas são mais macias.

Anônimo disse...

Bom livro. Gostei da narrativa

Anônimo disse...

mas quem é que disse que uma opinião contrária vai me impedir de ler o livro? eu quero chegar a conclusão de que o livro é bom ou ruim pelas minhas próprias pernas. Não sou gado, não sou rebanho, para ir juntamente com os outros.....quem vai na dos outros geralmente se dá mal..........vide nossa política..

Ivan disse...

Puxa... para um livro de ficção policial criar tanto ódio em poucos e admiração em tantos é porque ele tem algo de especial.

Eu li todos os livros do Franchini e afirmo: seu modo de narrar é autêntico, vibrante e inédito. Uma sopro de vitalidade na tediosa literatura policial brasileira... aliás, sopro, não. Um soco para calar a boca de muita gente que não consegue publicar nada. E se publica, encalha, porque não tem nada de novo pra dizer.

Quem acompanha a carreira do Franchini sabe que a cada livro ele melhora. Tem uma pegada forte, como se agarrasse o leitor pelo colarinho, de forma que é impossível abandonar a leitura antes de terminá-la. Um Thriller, no estilos dos melhores que existem lá fora.

Gostei do que ele disse em uma entrevista: "odeio o hipócrita que grita: 'brasileiro é burro. Brasileiro não gosta de ler.' Brasileiro adora ler, sim. Ocorre que os livros que se escrevem por aí são sacais, que falam somente sobre o umbigo do autor, e nada sobre a vida do leitor." É mimimi demais dizer que cultura é o que vocês gostam, e não o que o outro deseja ler...

Convenhamos. As novelas policiais brasileiras são horríveis. Escrita por gente que nunca pisou numa delegacia e só conhece polícia das séries da TV a cabo... Policiais que ouvem música clássica e leem Shakespeare?

Não, obrigado. Prefiro a violência contida de seus tiras perturbados, corruptos e apaixonantes, que cospem na cara do playboy mimado e da madame mal comida que precisa registrar um boletim de ocorrência.E tenho certeza que quem escreve sobre policia no Brasil são essas mesmas pessoas que os personagens do Franchini tanto humilham. Por isso são chatos e artificiais.

Ah, confiram o novo livro do Franchini, o "Amor esquartejado" em http://blogmartinsfontespaulista.com.br/2012/12/amor-esquartejado/ . Tá foda!!! O cara apurou a técnica... seu melhor trabalho até hoje, na minha opinião. E olha que já li até o mitíco ".40"...

Anônimo disse...

Caro Autor, parabéns pelo seu livro que acabei de ler e muito gostei. Creia, as críticas ácidas pontuadas acima só fazem aumentar o seu prestígio. Muitos dos idiotas que tentam esculachá-lo morrem de inveja e almejam o teu sucesso. Vá em frente meu amigo!

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