Projeto Palco Giratório traz espetáculos de todo o país para o DF

O projeto Palco Giratório, integrante do Circuito Nacional SESC de Artes Cênicas, inicia suas apresentações no Distrito Federal no dia 14 de julho. O festival começa com os espetáculos O Mundo tá Virado (SE), Dragão (RJ) e No Happy End (DF). Diversas peças serão apresentadas nos espaços culturais da instituição e em locais públicos da cidade até o dia 30 deste mês. Entre outros atrativos, o Palco Giratório também traz apresentações selecionadas pela edição de 2010 do Prêmio SESC do Teatro Candango, como a peça Cru, eleita a melhor da premiação.

A expectativa dos organizadores é atrair um público de mais de oito mil pessoas. “É o maior projeto de circulação das artes cênicas no País. Representa uma democratização da cultura e a perpetuação da tradição mambembe”, revela o curador do festival e assistente de coordenação de cultura do SESC, Rogero Torquato. Nesta edição, 12 companhias vão se apresentar. Sete são do Distrito Federal e cinco são de outras unidades da federação. Após as apresentações no DF, as companhias percorrem Rio Grande do Sul, Alagoas, Bahia e Paraíba, entre outros.

Um dos destaques dessa edição é a companhia Amok, do Rio de Janeiro. Preocupada em abordar sempre temas contemporâneos, eles trazem o espetáculo Dragão. O drama é uma criação sobre o conflito entre israelenses e palestinos a partir de fatos e depoimentos reais. Um espetáculo sobre o diálogo e a paz.

Lançado em 1998, o Palco Giratório tem o propósito de realizar um intercâmbio das artes cênicas pelo país. Inicialmente, foi apresentado em cinco estados. Hoje, se transformou em uma grande oportunidade para a troca de experiências de grupos de artistas de todo o Brasil. Em 2003, o SESC-DF foi o primeiro departamento regional a sediar o evento, que acontece anualmente em julho. Esta é a 14ª edição do projeto.

Ao final de cada espetáculo, serão promovidos debates, oficinas e workshops que visam a fomentar as reflexões sobre as temáticas abordadas nas montagens, além de fortalecer o desenvolvimento intelectual dos artistas. A entrada é franca. A programação completa está disponível na internet (www.sescdf.com.br).

Sinopses dos Espetáculos

Espetáculo: O Dragão (Rio de Janeiro)
Companhia: Amok
Oficina: 16 de julho, das 13h às 17h e 17 de julho, das 13h às 17h
Apresentações: 14 e 15 de julho, às 20h
Local: Teatro Garagem (SESC 913 Sul)
Classificação indicativa: 12 anos
Sinopse: O Dragão é uma criação sobre o conflito entre israelenses e
palestinos a partir de fatos e depoimentos reais. Por meio do olhar de quatro
personagens – dois palestinos e dois israelenses, de suas trágicas histórias e
de suas humanidades expostas, o Amok Teatro propõe revelar o interior das
pessoas nesta experiência comum da dor, onde as diferenças não separam
mais, mas simplesmente as distingue e as religa. Ultrapassando as barreiras
históricas e geográficas, o espetáculo coloca em foco o homem, diante da
violência de sua época. O Dragão é um espetáculo sobre o diálogo e a paz;
sobre a possibilidade de encontrar atrás da crueldade e da violência, uma real
humanidade.

Espetáculo: Cartas de Rodez (Rio de Janeiro)
Companhia: Amok
Apresentações: 16 e 17 de julho, às 20h
Local: Teatro Garagem (SESC 913 Sul)
Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse: O espetáculo é uma seleção de cartas do autor, poeta e dramaturgo
francês Antonin Artaud enviadas ao seu psiquiatra, Doutor Ferdière, durante o
período que esteve internado como louco no manicômio de Rodez, de 1943 a
1946. As cartas são um diálogo desesperado de Artaud com seu médico e, por
meio dele, com toda a sociedade.

Espetáculo: O Mundo Tá Virado (Sergipe)
Companhia: Imbuaça
Oficina: 15 e 16 de julho, às 9h às 13h, no teatro Paulo Autran (Módulo de
Educação e Cultura Taguatinga Norte)
Apresentações: 14, 15, 16 e 17 de julho, às 16h
Local: 14 e 15 de julho, na Praça do Relógio (Taguatinga), 16 e 17 de julho, na
Torre de TV
Classificação indicativa: livre
Sinopse: O texto é fruto da união de três histórias curtas que refletem com
humor a condição ingênua do ser humano e seu antônimo: a esperteza.
Elementos convencionais da ação teatral aliam-se a novos procedimentos
estéticos. Por meio de rimas, imagens, música e dança, o grupo construiu a
poética do espetáculo.

Espetáculo: A Infidelidade ao Alcance de Todos (Distrito Federal)
Companhia: Grupo SESC de Pesquisa Cênica
Apresentações: 16 e 17, 22, 23 e 24 de julho, às 20h
Local: 16 e 17 de julho, no Teatro Sílvio Barbato (SESC Presidente Dutra), 22,
23 e 24 de julho, no teatro Paulo Autran (Módulo de Educação e Cultura -
Taguatinga Norte)
Classificação indicativa: 16 anos
Sinopse: A montagem, dinâmica e moderna, aborda, além do tema central, a
infidelidade, aspectos do cotidiano que fazem analisar o comportamento de
forma muito bem humorada e divertida, como o próprio texto diz: “— Para
alguns dos senhores vamos apresentar fatos estranhos. Para a maioria vamos
mostrar um espelho”. “— Qualquer semelhança com pessoas vivas ou mortas,
não será casual”.

Espetáculo: Rebu (Rio de Janeiro)
Companhia: Teatro Independente
Apresentações: 19, 20, 21 e 22 de julho, às 20h
Local: Teatro Garagem do SESC 913 Sul
Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse: Em Rebu, Matias e Bianca são recém-casados e moram numa casa
isolada em meio a um descampado. O jovem casal prepara-se para receber
Vladine, irmã adoentada de Matias, que traz junto seu bem mais precioso:
Natanael, uma espécie de filho. A hiperbólica e exigida cautela com a saúde da
hóspede e a presença do seu acompanhante fazem com que Bianca, aos
poucos, crie uma rivalidade com ambos, levando o embate às últimas
consequências.

Espetáculo: Evangelho Segundo São Mateus (Paraná)
Companhia: Grupo Delírio
Apresentações: 19, 20, 21 e 22 de julho, às 20h
Local: 19 e 20 de julho, no Teatro do SESC Paulo Autran de Taguatinga Norte,
e 21 e 22 de julho, no Teatro SESC Newton Rossi (Centro de Atividades SESC
Ceilândia).
Classificação indicativa: livre
Sinopse: A história acontece nos tempos atuais e nada tem de religiosa. A
partir do acontecimento dramático do desaparecimento de um filho e seu
hipotético retorno à casa dos pais, depois de um longo período, mãe,
namorada, irmão e pai iniciam uma investigação emocional e psicológica pelos
caminhos percorridos pelo rapaz em sua longa ausência. Este rápido conflito
familiar é o ponto de partida para uma longa reflexão sobre a condição
humana, no que ela tem de bela, doce, engraçada, cruel e trágica. O
Evangelho de Mateus surge então como PALAVRA utilizada para discorrer
sobre o homem e seus descaminhos. Mateus, o filho que retorna é um segredo
a ser desvendado pelo público. Os personagens dialogam abertamente com a
plateia sobre suas expectativas, medos, ansiedades e desejos. Refletem – no
mesmo instante em que tentam viver seus personagens diante de um público
curioso – sobre a própria condição de atores tendo que representar um drama,
nem sempre agradável, diante de um público nem sempre receptivo. Um
exercício de radicalidade dramatúrgica e rompimento dos padrões naturais de
interpretação. Quem é Mateus, além de um personagem desaparecido?

Espetáculo: Frankenstein (São Paulo)
Companhia: Cia. Polichinelo
Oficinas: 21 de julho, das 9h às 13h, no SESC Gama
Apresentações: 21, 22, 23 e 24 de julho, às 17h
Local: 21 e 22 de julho, no Teatro (Centro de Atividades SESC Gama) e 23 e
24 de julho, no Teatro Silvio Barbato (SESC Presidente Dutra - Setor Comercial
Sul)
Classificação indicativa: 6 anos
Sinopse: Em seu laboratório, Victor Frankenstein está muito ocupado
costurando uma imensa criatura e para que todos saibam de sua proeza, Victor
anota tudo em seu diário, deixando para a eternidade o relato de sua aventura.
Depois de atingida por um raio, a criatura finalmente ganha vida, mas é
abandonada por Victor que, com medo de sua própria criação, foge para longe,
deixando de lado seu experimento. Sozinha, a criatura passa a andar pelas
redondezas do castelo o que causa um grande susto nas pessoas que cruzam
com essa aberração em seu caminho. Com medo, as pessoas recusam se
aproximar do “monstro”, mas ele encontra amizade em alguns pequenos
momentos. Depois de encontrar o diário de Victor e ler toda a sua história, a
criatura pensa que pode ser aceita pelo seu criador e o procura. Mas o
cientista, ainda com medo, também o espanta. Não aceito e agredido pela
população, a criatura realmente torna-se um monstro. E pode atacar a qualquer
momento!

Espetáculo: Cabaré das Donzelas Inocentes (Distrito Federal)
Companhia: elenco de Brasília
Apresentações: 25 e 26 de julho, às 20h
Local: Teatro SESC Garagem do SESC 913 Sul
Classificação indicativa: 16 anos
Sinopse: Cravado numa cidade qualquer do Brasil, num cabaré decadente,
sem clientes, habitam quatro prostitutas. China é a cafetina que nunca se
relacionou com nenhum homem naquele Castelo (cabaré). Ela cuida, como
uma mãe, de mais três prostitutas: Saiana, Manininha e Cabeluda. Cada uma
delas passou por desilusões muito intensas que as levaram para a dita “vida
fácil”. Com personalidades e idades distintas, as quatro entretêm-se com suas
memórias, mas sonham com dias melhores. Revelam suas histórias de humor
e dor em meio à música que ambienta e direciona as sensações já vividas. A
esperança é a motivação de seguir em frente para essas mulheres de carne e
osso.

Espetáculo: Cru (Distrito Federal)
Companhia: Cia. Plágio de Teatro
Apresentações: 21 e 22, 29 e 30 de julho, às 20h
Local: 21 e 22 no Teatro Silvio Barbato (SESC Presidente Dutra) e 29 e 30 no
Teatro SESC Paulo Autran (MEC – Taguatinga Norte)
Classificação indicativa: 16 anos
Sinopse: O espetáculo conta uma história que chama a atenção pelos
detalhes: num lugar perdido nos confins do Brasil Central, um forasteiro,
chegando de Brasília, de nome Zé, entra em um açougue cuja dona é um
travesti conhecido por Frutinha. É ela quem faz perguntas aparentemente
inocentes com a finalidade de descobrir o que o forasteiro quer com Cunha, o
pistoleiro que aceita quase todos os negócios. E é do encontro dessas três
pessoas que nasce a trama de Cru, que diz respeito a nós, reféns da violência
e do medo urbano.

Espetáculo: O Julgamento do Macaco (Distrito Federal)
Companhia: Grupo SESC de Pesquisa Cênica
Apresentações: 19 e 20 e 27 e 28 de julho, às 20h
Local: 19 e 20 no Teatro do SESC Gama, e 27 e 28 no Teatro SESC Garagem
(SESC 913 Sul)
Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse: A montagem é baseada na história real do julgamento do professor
John Thomas Scopes, em 1925, acusado de violar as leis norte-americanas
americanas ao ensinar aos seus alunos a Teoria da Evolução, de Darwin. O
evento teve grande repercussão nos Estados Unidos e ficou conhecido como O
Julgamento do Macaco. Durante o espetáculo são abordados temas como as
teorias do criacionismo e evolucionismo, além de aspectos políticos e sociais
da época, relacionados à liberdade de expressão, à intervenção do Estado na
educação, aos conflitos entre a ideologia e o amor, aos interesses pessoais e
ainda ao papel da imprensa na sociedade. A apresentação é interativa. Durante
o espetáculo, são escolhidas pessoas na plateia para definir o veredito.

Espetáculo: A Tecelã (Rio Grande do Sul)
Companhia: Caixa do Elefante
Apresentações: 27, 28, 29 e 30 de julho, às 20h
Local: 27 e 28, no Teatro do SESC Gama e 29 e 30 de julho, no Teatro SESC
Newton Rossi (Centro de Atividades SESC Ceilândia)
Classificação indicativa: 12 anos
Sinopse: Uma tecelã, capaz de converter em realidade tudo o que tece com
seus fios, busca preencher o vazio de seus dias criando, para si, o suposto
companheiro ideal. O espetáculo trata, de forma poética, da solidão feminina,
das dificuldades de relacionamento e do poder criativo como possibilidade de
transformação. Por meio da mescla de diferentes linguagens, a dramaturgia
visual é conduzida por uma trilha musical envolvente, a qual induz o espectador
a experimentar um clima onírico.

Espetáculo: DentroFora (Rio Grande do Sul)
Companhia: IN.CO.MO.DE- TE
Apresentações: 27, 28, 29 e 30 de julho, às 20h
Local: 27 e 28, no Teatro Paulo Autran (Módulo de Educação e Cultura de
Taguatinga Norte) e 29 e 30, no Teatro SESC Garagem (SESC 913 Sul)
Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse: O espetáculo é uma metáfora sobre o ser humano contemporâneo.
Conta o momento de duas personagens, chamadas apenas Homem e Mulher,
que se encontram presos dentro de duas caixas. A peça explicita a imobilidade
do ser humano perante a vida.

Espetáculo: No happy ending – Inspirado no mito de Medeia (Distrito
Federal)
Companhia: Companhia B de Teatro e Núcleo de Dança Basirah
Apresentações: 14 e 15, 19 e 20 de julho, às 20h
Local: 14 e 15, no Teatro do SESC Gama, 19 e 20, no Teatro SESC Newton
Rossi, do SESC Ceilândia
Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse: Montagem de teatro-dança inspirada livremente em três obras sobre
o mito de Medeia: Medeia, de Euripedes, Medeia material, de Heiner Muller, e
Gota d´água, de Paulo Pontes e Chico Buarque. Com uma dramaturgia autoral
criada a partir dessas três referências, No happy ending faz um passeio pelo
mito, sob um olhar contemporâneo, mostrando Medeia como um grito, uma
imagem desenraizada e aérea. Composto de imagens e símbolos, o espetáculo
aborda o universo feminino pelos olhos de Medeia.

==> Foto: Divulgação

==> Ficha Técnica: www.sescdf.com.br

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