CINE-CONCERTOS CCBB BRASÍLIA – 28 DE JUNHO A 3 DE JULHO

Mostra inédita no Brasil promove nove sessões gratuitas de cinema ao ar livre, com música ao vivo, tocada por músicos franceses

*Projeto marca a estréia do trabalho da ARFI em Brasília

*Músicos vão executar trilhas originais para clássicos como Nanook, o esquimó, de Robert Flaherty

Música e cinema ao ar livre! De 28 de junho a 3 de julho de 2011, quem gosta de cinema e música tem encontro marcado no Centro Cultural Banco do Brasil em Brasília, para o projeto CINE-CONCERTOS. Realizado pelo CCBB e inédito no Brasil, CINE-CONCERTOS oferece projeção de filmes acompanhada de execução musical ao vivo, feita por músicos profissionais franceses. O evento acontecerá ao ar livre, no gramado do CCBB, reunindo os grupos Le Workshop de Lyon e Baron Samedi, da companhia ARFI - Association a la Recherche d'un Folklore Imaginaire. Entrada franca. Classificação etária: Livre. O evento tem o apoio da Aliança Francesa, em Brasília, da Embaixada da França no Brasil e Spedidam. A abertura será na terça, dia 28, às 21h, com a apresentação de um programa dedicado ao grande comediante Harry Langdon.

CINE-CONCERTOS é uma iniciativa inédita, criada por músicos profissionais que desejavam promover o diálogo entre som e imagem, atuando sobre cenas filmadas já há quase um século, mas com um olhar contemporâneo. O resultado surpreende até os mais desavisados. Afinal, como será (re)ver o clássico Nanook, o esquimó, de Robert Flaherty, ao som do jazz? Este é o convite dos grupos Baron Samedi e Le Workshop de Lyon. CINE-CONCERTOS tem curadoria de Jean Bourdin e Sérgio Moriconi.

O projeto brasileiro dos CINE-CONCERTOS vai promover, na área externa no CCBB em Brasília, nove sessões de cinco diferentes programas do grupo, ao longo de seis dias de apresentações. Serão executadas trilhas sonoras de Nanook, o esquimó; de Koko, Le Clown, um dos palhaços mais antigos do cinema mundial; do belo documentário Chang; CINESCLAFF'ARFI: Harry Langdon não é perigoso, com filmes de um dos mais consagrados comediantes dos primeiros tempos do cinema; e uma compilação batizada de Cinerir’arfi, que reúne curtas-metragens de alguns dos maiores mestres da comédia da história do cinema mundial: Buster Keaton, Charlie Chaplin e Laurel e Hardy.

Os programas serão projetados num grande palco montado para o evento no jardim do CCBB e abertos tanto para o público adulto como para crianças. Os espectadores brasileiros poderão tomar contato, por exemplo, com as pequenas histórias de Koko, o palhaço criado pelos irmãos Fleischer ainda na década de 1920 – a sessão de Koko inclui nove filmes animados pelo personagem e concebidos entre 1919 e 1928. Ou ainda conhecer a história de Chang, um pequeno elefante nascido na selva tailandesa e cuja vida foi registrada por Meriam C. Cooper e Ernest Schoedsack, em produção de 1927. Imagens de rara beleza e grande sensibilidade. CINE-CONCERTOS é programa para reunir a família e se emocionar.

Le Workshop de Lyon e Baron Samedi são apenas dois dos muitos braços de atuação da ARFI - Association a la Recherche d'un Folklore Imaginaire, organização sediada em Lyon e que reúne músicos profissionais franceses – outros sub-grupos da instituição são Marvelous Band e Marmite Infernale, num total de 15. CINE-CONCERTOS foi criado em 1987 com a proposta de oferecer uma visão diferente do cinema, ou seja, contar com a presença de músicos e composições modernas como trilha sonora para filmes mudos que, assim, ganham outra dimensão. A iniciativa deu tão certo que a execução ao vivo da trilha que o grupo compôs para o clássico O Encouraçado Potemkin, de Serguei Eisenstein, por exemplo, já contabilizou mais de 100 apresentações, em vários países da Europa. ARFI reúne músicos experientes como Jean Bolcato (contrabaixo, voz), que tem mais de 30 anos de presença no jazz francês, e Christian Rollet (bateria, percussão), que já participou de mais de 1.000 concertos pela Europa.

UM POUCO DE HISTÓRIA

Alguns filmes são indissociáveis de sua trilha sonora. Como considerar E o vento levou, de Victor Fleming, sem a épica música de Max Steiner? Ou assistir a Amarcord, de Federico Fellini, sem a magnífica trilha de Nino Rota? Pensar em 2001: Uma Odisséia no Espaço, de Stanley Kubrick, sem a valsa de Richard Strauss, em Os Girassóis da Rússia, de Vittorio de Sica, sem a bela composição de Henry Mancini, ou mais recentemente em Manhattan, de Woody Allen, sem as músicas de George Gershwin? Muitas vezes, a música é um elemento tão importante quanto a imagem num filme – às vezes tão bem adaptada à narrativa que passa despercebida; em outras, torna-se elemento principal da cena.

Estudiosos afirmam que o espectador, mesmo assistindo a um filme mudo, elabora uma trilha sonora em sua cabeça – assim como cria as imagens ao ler um livro. E se, de repente, um filme criado ainda na era do cinema mudo, recebesse uma trilha sonora moderna, que funcione muito além do meramente ilustrativo? Esta é a proposta de CINE-CONCERTOS: criar uma trilha que seja capaz de sugerir tensões e sentimentos, conduzir a emoção e a atenção do espectador, fazê-lo perceber novas nuances da narrativa ou simplesmente diverti-lo, executando, ao vivo, uma trilha sonora original.

Quando o cinema surgiu no final do século XIX, ninguém o levou a sério. Mesmo os inventores, os irmãos Lumière, declararam que aquilo não passava de uma novidade tecnológica. A primeira tentação dos pioneiros realizadores foi fotografar o teatro, mas o resultado era “desastroso”, já que o cinema ainda não tinha conquistado a fala e ninguém poderia suportar uma “peça” em que as falas das personagens estariam dispostas em intertítulos colocados entre as cenas. Nos anos 20, movimentos de vanguarda na Rússia, França e Alemanha emanciparam de vez o cinema, alçando-o à categoria de arte, uma arte muda, uma arte das imagens.

A música, no cinema, veio antes dos ruídos e das falas. Surgiu quando pianistas foram escalados para acompanhar as projeções de filmes. O pianista, os grupos e depois as orquestras convidadas para colocar música original nos filmes sabiam que as cenas que viam nas telas de cinema poderiam receber um correspondente sonoro. Atmosferas, humores, climas de tensão, romance, tudo isso era passível de receber uma vestimenta sonora. Em 1927, inicia-se uma nova era na história do cinema, com o longa-metragem O Cantor de Jazz, de Alan Crosland, considerado o primeiro filme com fala e música sincronizadas.

PROGRAMAÇÃO

Terça, 28/06

21h00 – Cinésclaff (70 min)

Quarta, 29/06

20h00 – Cinérir (70 min)

Quinta, 30/06

20h00 – Nanouk (70 min)

Sexta, 01/07

18h30 – Koko Le Clown (60 min)

20h00 – Cinérir (70min)

Sábado, 02/07

18h00 – Cinésclaff (70 min)

19h30 – Nanouk (70 min)

Domingo, 03/07

18h00 – Koko Le Clown (60 min)

19h20 – Chang (70 min)

SINOPSES

CHANG (70’)

Filme mudo de 1927, dirigido por Meriam C. Cooper e B. Shoedsack após três anos de filmagem na selva da Tailândia. Mostra a vida de camponeses que vivem em uma cabana sobre palafitas no meio da floresta, rodeados por animais selvagens. Neste ambiente, onde a vida é uma luta incessante pela sobrevivência e onde a violência cega convive intimamente com a extrema fragilidade e a extrema delicadeza, surge no meio da aldeia um bebê elefante Chang. Ele foi capturado pela família Kru, mas a mamãe logo vem para resgatá-lo acompanhada por uma manada de elefantes...

A música de percussão, o uso de voz ou de efeitos sonoros conseguem preservar a intenção original dos autores da riqueza e da frescura do projeto, quebrando as distâncias geográficas e históricas. O espetáculo pode interessar público de todas as idades, especialmente as crianças, por mostrar o testemunho autêntico do homem como espécie num ambiente que ele precisa partilhar com outros animais, familiares ou hostis.

Direção: Meriam C. Cooper e Ernest B. Schoedsack (EUA), 1927

Músicos: Michel Boiton e Christian Rollet - percussão

Jean-Luc Peilhonclarinetas e harmônica

Thierry Cousin - som

CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: LIVRE

CINERIR'ARFI: sobre curtas-metragens de Buster Keaton, Charlie Chaplin, Laurel e Hardy (70’)

De Eisenstein, Tod Browning, Tarzan, Luiz Buñuel, ARFI adora flertar com o cinema mudo. Desta vez, o grupo escolheu os célebres curtas-metragens da idade de ouro do cinema burlesco. A paleta sonora de Le Workshop de Lyon vai ilustrar um concerto de cinema de humor, com o programa:

Malec Forgeron (The Blacksmith/Ferraduras Modernas), de Buster Keaton (1922) – Buster e um ferreiro brigam muito, até que o outro é levado para a cadeia. Buster, então, tem que ajudar vários clientes com seus cavalos e arrumar um carro, estacionado ao lado de um Rolls Royce!

Charlot boxeur (The Champion/O Campeão de Boxe), de Charles Chaplin (1915) – Para fazer um pouco de dinheiro, um vagabundo entra numa sala de treinamento de boxe para aceitar o emprego de sparing de um campeão. Ao ritmo do campeão que esgota os seus parceiros, o vagabundo logo vem a lamentar a sua audácia.

Voisin-voisine (The Neighbors de Buster Keaton (1921) - A história de Romeu e Julieta transferida para um cortiço, com Buster e uma de suas companheiras favoritas, Virgínia Fox, como dois namorados, cujas famílias se odeiam.

Oeil pour oeil (Big Business/Negócio de Arromba), de Laurel et Hardy (1929) - Vender árvores de Natal em pleno mês de agosto! Stan e Oliver tentam esta operação: escalada e avalanche de piadas!

Músicos: Jean-Paul Autinsaxophones alto e sopranino, clarinet baixa

Eric Brochard - contrabaixo

Christian Rollet - bateria

Jean Aussanaire - saxofone

Thierry Cousin som

CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: LIVRE

CINESCLAFF'ARFI: Harry Langdon não é perigoso

Homenagem a um dos grandes nomes do pastelão do cinema mudo, um comediante contemporâneo de Charles Chaplin e Keaton: o grande Harry Langdon (1884-1944).

O rosto branco, o andar largado, olhos arregalados, como os de uma criança inocente na compreensão do mundo e das pessoas que nele vivem. Estas eram características do personagem que Harry Langdon imortalizou no cinema. Quando teve como diretores Arthur Ripley e Frank Capra, estrelou trabalhos que rivalizavam com Charlie Chaplin, Harold Lloyd e Buster Keaton. Seus melhores filmes foram O Homem Forte (1926), Vagabundo, Vagabundo, Vagabundo (1926) e Long Pants (1927). Comediante de primeira classe, seu personagem era único. Ele enfrenta a brutalidade, a ganância, a sedução como um pacifista veterano, um sábio maduro, ciente de seu direito. No entanto, ele é o contrário disso: um bebê grande que usa calças compridas. Diante do mundo, ele oferece sua bondade e gentileza desarmadas. Jamais se excede nos gestos, nas intenções: tudo é ao mesmo tempo desordem, espanto, confusão... até o delírio.

Músicos: Guy Villerd - saxofones
Christian Rollet
- bateria
Eric Brochard
- contrabaixo
Thierry Cousin
som

CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: LIVRE

KOKO LE CLOWN: Cine-concerto sobre os filmes dos Irmãos Fleisher (60’)

Os Irmãos Max e Dave Fleischer são os criadores de Popeye, Betty Boop, Super-Homem e uns dos primeiros astros da animação. Antes mesmo do Gato Félix, o personagem Koko o Palhaço era muito popular no início dos anos 1920. Os Irmãos Fleisher praticaram o surrealismo sem nem mesmo conhecer a palavra, atuando a milhares de quilômetros de Paris. A animação lhes permitiu caminhar por toda sorte de anarquia burlesca, onde a magia toca o sonho e onde o absurdo é companheiro da comédia. Rever Koko hoje é constatar a extraordinária liberdade que marcou a arte dos dois irmãos na animação e no cartoon. Combinando música acústica e eletrônica, Jean Bolcato e Guy Villerd propõem, em uma hora de filmes, as pequenas histórias musicadas, entremeadas de canções e textos e, por que não, como convidada especial uma pequena aparição da Miss Betty Boop!

Músicos: Guy Villerd - saxofone tenor, laptop

Eric Brochard - contrabaixo, voz

Thierry Cousin - som

CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: LIVRE

NANOUK L'ESQUIMAU – Sobre o documentário de Robert Flaherty (1922), com o grupo Baron Samedi ( 70’ )

O filme mostra o cotidiano de uma família de esquimós que vive na baía de Hudson. A luta pela sobrevivência, os deslocamentos constantes, a pesca, a caça às focas, o espectador compartilha a vida desta família do norte canadense. Este filme, que marca o nascimento do cinema documentário, teve um destino particular: foi filmado duas vezes (os 10 mil metros de película queimaram depois de algumas projeções) e teve que esperar dez anos antes de conhecer o sucesso. Muita coisa já foi escrita sobre o filme: ele deu início ao debate fundamental e teórico sobre a diferença entre documentário e filme de ficção, o primeiro devendo excluir toda forma de encenação...

Os músicos se colocaram questões similares, dentro do objetivo de criar uma relação entre som e imagem: como trabalhar respeitando cada fotograma, sem fazer manipulações sonoras emocionais e, ao mesmo tempo, aumentar o acesso à obra por um público atual, acostumado a filmes coloridos e com diálogos. Em NANOUK, a poesia e a beleza das paisagens são intensas. A verdadeira realidade é apresentada como aquilo que nos esmaga e nos mantém em suspense nesta aventura humana, a -50°.

Músicos: Michel Boitonpercussão, guimberé, hangs

Christian Rollet - percussão

Jean-Luc Peilhon - clarinetas, harmônica, flautas, harpas, arco polifônico

Thierry Cousin - som

CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: LIVRE

CINE-CONCERTOS

Data: 28 de junho a 3 de julho de 2011

Local: Centro Cultural do Banco do Brasil Brasília

Horários: Ver programação

ENTRADA FRANCA

Informações: (61) 3310. 7087

Assessoria de imprensa (para uso exclusivo de jornalistas): Objeto Sim

Tels: (61) 3443. 8891 e (61) 3242. 9805 (fone/fax)

Carmem Moretzsohn: 8142. 0111 - Gioconda Caputo: 8142. 0112

Maria Alice Monteiro: 9831. 5090 – Roberta Timponi: 9211. 1414

www.objetosim.com.brobjetosim@terra.com.br

0 comments:

Postar um comentário