Mostra de Gerhard Richter - Sinopse

Brasília recebe até 12 de junho a exposição Sinopse, de Gerhard Richter. O artista alemão é considerado, ao lado de Sigmar Polke e Georg Baselitz, um dos mais conhecidos internacionalmente. Em cartaz da sede da CAIXA Cultural, das 9h às 21h diariamente, a mostra monográfica exibe 27 trabalhos de sua obra: todas as fases do artista, da pintura em foto dos anos 1960 às pinturas abstratas dos anos 1980 e 1990, estão representadas.

O único e grande tema por detrás dos variados motivos, posicionamentos de estilo e citações histórico-artísticas de Gerhard Richter é, em última análise, a própria pintura, cuja linguagem e meio questiona constantemente. Ali se espelha sua desconfiança contra ligações tanto de estilo como de conteúdo na arte, uma desconfiança fundada em sua biografia pessoal. Com a emigração, em 1961, de Dresden para Düsseldorf, Richter muda não apenas o ambiente social e político, mas também o artístico. Ele troca a tradição da pintura do realismo socialista da antiga RDA pela ocupação com a pintura tardia e informal e a então iniciada Pop Art.

Gerhard Richter utiliza como base de comparação com a pintura, sua rival, a fotografia. Em 1962 tomou pela primeira vez uma fotografia como ponto de partida para pintura. Desde então coleciona sistematicamente fotografias como modelos de pintura para seus quadros. Assim se originou um arquivo de imagens privadas e públicas de 1945 até hoje, que consiste em fotos de jornal, snapshots de amadores e fotos tiradas por ele mesmo e que foi exposto pela primeira vez em 1972 sob o título “Atlas”. Richter escolhe seus motivos e temas deste estoque de imagens, que amplia ou apenas retrata num recorte em suas pinturas. Através da precisa reprodução do “desfoque” fotográfico a imagem contraria sua procedência da daguerreotipia e sua origem do mundo imagético banal da mídia de massa. O motivo da pintura permanece apenas vagamente reconhecível, à medida que Richter, na tradução da fotografia para a pintura, reduz as cores a tonalidades de cinza. Assim, desvincula a pintura do objeto, que desaparece no final dos anos 1960 nos “Quadros Cinzas”, também representado totalmente na cor cinza (para Richter a cor do indiferente e do nada). O artista retorna mais tarde à cor e encontra nas pinturas abstratas dos anos 1980 uma complexa pintura em camadas.

Sinopse, de Gerhard Richter, foi trazida ao Brasil pelo ifa – Instituto de Relações Culturais com o Exterior, em parceria com o Goethe-Zentrum Brasília e a Embaixada da República Federal da Alemanha.

==> Fonte e Foto: www.alemanja.org

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