Sacramento traz ao palco a densidade cênica e artística de quem integra o Bando de Teatro Olodum, um dos mais importantes e duradouros grupos teatrais do país. A peça discute e revela, com figurino sóbrio, cenário minimalista e trilha sonora impactante, as mais diversas formas de assassinato do negro: a morte social, cultural, financeira, estética, psicológica que, em suas variáveis, tem como agente o racismo naturalizado e velado na realidade brasileira.
En(cruz)ilhada estreou na Bahia, em julho de 2017, e segue em cena há quase dois anos também em outros estados: Minas Gerais, Rio de Janeiro, Distrito Federal, São Paulo e Rio Grande do Sul. A montagem tem direção de Roquildes Junior, integrante d’A Outra Companhia, e explora as violências físicas vivida pelo ator para construir uma dramaturgia calcada na expressividade de Sacramento. A ambientação espacial fica a cargo da iluminação desenhada por Marcos Dedê, e a caracterização é uma criação de Agamenon de Abreu.
EDUCAÇÃO - Estudantes de escolas públicas do Distrito Federal assistem ao espetáculo, em sessão exclusiva, no dia 15 de março, às 10h, como parte de uma iniciativa da produção para formação de público.
POLISSEMIA - A palavra “cruz” aparece incrustada na palavra “en(cruz)ilhada”. Encruzilhada, cruz, ilha, ilhada. Polissemia que reveste a peça. Diferentes experiências de vida negra em conflito.
Textos, sons e ruídos em off, mais a presença do ator e da plateia compõem cerca de 40 minutos para o desfile de uma série de personagens amalgamados nas diversas personas e performances do homem negro urbano. Uma passarela em forma de cruz é usada como espaço cênico de forma que a plateia está muito próxima e presente ao desenrolar de fragmentos de infância, adolescência, memória e presente do autor/personagem e de outros seres metropolitanos.
COLETIVIDADE - Herança e presentes do indivíduo são símbolos de uma trajetória coletiva que, em cena, desembocam numa épica sequência final desenvolvida com base num poema de Nelson Maca, intitulado Prefácio da Ira, que faz um inventário de instrumentos e formas de torturas da escravidão desde práticas do tataravô branco colonizador até seu tataraneto, indicando que a violência racial é ininterrupta, adaptável e evolutiva.
Ficha Técnica:
Textos e atuação - Leno Sacramento
Direção - Roquildes Junior
Trilha sonora - Gabriel Franco
Iluminador - Marcos Dede
Figurino - Agamenon de Abreu
Poesia final - Nelson Maca Design – Heraldo de Deus
Fotografia – Diney Araújo
Produção - Leno Sacramento e Ednólia Andrade
Trecho em vídeo:
SERVIÇO:
En(Cruz)ilhada
15 e 16/03, às 20h*
Espaço Cultural Renato Russo
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Classificação: Livre
Venda de ingressos antecipada: https://bit.ly/2F706Sk.
* No dia 15/03, às 10h, encenação exclusiva para estudantes de escolas públicas do Distrito Federal
==> Foto: Divulgação
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