Entre
os dias 23 de março e 4 de abril acontece a Mostra Edital Carmen Santos –
Cinema de Mulheres e Filmes Convidados, no Centro Cultural Banco do Brasil
(CCBB), em Brasília. O festival, que tem o objetivo de fortalecer e de
valorizar filmes dirigidos por mulheres, contribuindo para o empoderamento das
nossas cineastas e de suas produções, apresenta curtas e médias-metragens
produzidos a partir do Edital Carmen Santos 2013 e os seguintes
longas-metragens convidados: “Que horas ela volta?”, de Anna Muylaert, “Olmo e
a gaivota” e “Elena”, de Petra Costa, “Amor, plástico e barulho”, de Renata
Pinheiro, “Califórnia”, de Marina Person e “De gravata e unha vermelha”, de Miriam
Chnaiderman.
A
Mostra é uma realização da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura
(SAv/MinC), da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres do Ministério
das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos e do Centro Cultural
do Banco do Brasil (CCBB). As sessões acontecem às 17h, 19h e 21h (segundas,
quartas, quintas e sextas) e às 16h, 18h e 20h (sábados e domingos). O CCBB
fecha às terças-feiras.
O
Edital Carmen Santos foi lançado em 2013, resultado de parceria entre SAv/MinC,
SPM e Empresa Brasil de Comunicações (EBC). O objetivo era apoiar obras
audiovisuais dirigidas por mulheres, podendo ser ficção ou documentário, com
técnicas de animação ou não. O resultado final conta com 9 curtas-metragens, de
5 minutos, e 6 médias, de 26 minutos, que tiveram em suas equipes mulheres
ocupando quase todas as funções e que tratam de diversos assuntos, como o
empoderamento feminino, sexualidade, estereótipos de gênero, violência contra a
mulher dentre outros.
Cinema de
Mulheres
De
acordo com relatório da Agência Nacional do Cinema (Ancine), apenas 14,8% dos
filmes lançados em 2015 foram dirigidos por mulheres (19 títulos). Nesse
contexto, a Mostra quer dar visibilidade e oportunidade para as mulheres
cineastas, contribuindo para a diversidade e para a igualdade de gênero. Assim,
podemos dar acesso a obras realizadas por mulheres, que trazem temas,
narrativas e enredos com profundidade, estética diversificada e qualidade
técnica.
Sobre
o Edital Carmen Santos, Joyce Prado, uma das diretoras do curta “Fábula de vó
Ita”, afirma que o processo seletivo a fez pensar a conivência da sociedade com
os seus problemas sociais. “Penso, também, sobre minhas próprias conivências e
afirmo que o edital potencializou em mim este processo. Refleti sobre o ambiente
de produção de cinema, as narrativas desenvolvidas e, em muitos momentos, não
me senti contemplada. Percebi a importância em buscar outras formas de se criar
e realizar. Retratar outras temáticas, dar voz a outros perfis de realizadores
e tornar o cinema uma linguagem polifônica”.
Já
a diretora Angélica Muniz, do média “De menino, de menina”, afirma que o Edital
Carmen Santos é “uma iniciativa que merece ser destacada e replicada, para
seguir incentivando e dando visibilidade à atuação das mulheres no universo do
audiovisual”.
O
Edital Carmen Santos 2013, além de ser direcionado para diretoras mulheres
também falava sobre mulheres e dava pontuações extras a equipe técnica chefiada
por mulheres. Fatos destacados por Juily Manghirmalani, diretora do média
“Viver de mim”: “ainda vivemos em uma sociedade muito desigual em relação ao
gênero e esse edital abriu portas para tratarmos de assuntos através de nossas
perspectivas, que são, muitas vezes, negligenciadas. E também para nos dar a
chance de falarmos por nós mesmas, ao priorizar mulheres em cabeças de equipe”.
É este Cinema de Mulheres polifônico que queremos promover e dar acesso na
Mostra Edital Carmen Santos.
SESSÕES
23/03 . quarta-feira
17h
. Papéis de Adélia
. Como era Gostoso o Meu Príncipe
. De menino, de menina
. Ou isso ou Aquilo
19h
. A festa da Joana
. Que horas ela volta?
21h
. Na minha sopa não
. Atadas
. Corpo Manifesto
. Quem matou Eloá?
24/03 . quinta-feira
17h
. Anseios das Cunhãs
. Na minha sopa não
. Corpo Manifesto
. Quem matou Eloá?
19h
. Papéis de Adélia
. Atadas
. Elena
21h
. A batalha das Colheres
. De menino, de menina
. Quem matou Eloá?
26/03 . sábado
16h
. Papéis de Adélia
. Fábula de Vó Ita
. Ou isso ou Aquilo
. A batalha das colheres
18h
. Prelúdio
. A festa da Joana
. Califórnia
20h
. A batalha das Colheres
. Viver de Mim
. Quem matou Eloá?
27/03 . domingo
16h
. A Festa da Joana
. Fábula de Vó Ita
. De menino, de menina
. Ou isso ou Aquilo
18h
. Papéis de Adélia
. Na minha sopa não
. Olmo e a gaivota
20h
. Mulher movente
. Atadas
. De gravata e unha vermelha
28/03 . segunda-feira
17h
. Como era Gostoso o Meu Príncipe
. A Festa da Joana
. Ou isso ou Aquilo
. Viver de Mim
19h
. Os anseios das cunhãs
. Atadas
. Elena
21h
. Os anseios das cunhãs
. Prelúdio
. De menino, de menina
. Viver de Mim
30/03 . quarta-feira
17h
. Prelúdio
. Na minha sopa não
. Poeira & Batom no Planalto Central
19h
. Fábula de vó Ita
. Atadas
. Corpo Manifesto
. Quem matou Eloá?
.. Brasília Debate Cinema de
Mulheres
31/03 . quinta-feira
17h
Como era Gostoso o Meu Príncipe
Fábula de Vó Ita
A batalha das colheres
Corpo Manifesto
19h
A festa da Joana
Na minha sopa não
Que horas ela volta?
21h
Papéis de Adélia
Mulher movente
Ou isso ou aquilo
Viver de Mim
01/04 . sexta-feira
17h
. Papéis de Adélia
. A Festa da Joana
. Amor, plástico e barulho
19h
. Fábula de vó Ita
. Os anseios das cunhãs
. A batalha das colheres
. Quem matou Eloá?
.. Debate com diretoras
02/04 . sábado
16h
. Prelúdio
. Fábula de Vó Ita
. De gravata e unha vermelha
18h
. Na minha sopa não
. Atadas
. Olmo e a gaivota
20h
. Ou isso ou aquilo
. A batalha das Colheres
. Corpo Manifesto
03/04 . domingo
16h
. Papéis de Adélia
. A Festa da Joana
. Califórnia
18h
. Prelúdio
. Fábula de vó Ita
. Amor, Plástico e Barulho
20h
. Na minha sopa não
. Mulher movente
. Ou isso ou aquilo
. Viver de Mim
04/04 . segunda-feira
17h
. Como era Gostoso o Meu Príncipe
. Mulher movente
. Ou isso ou Aquilo
. Viver de Mim
19h
. De menino, de menina
. De gravata e unha vermelha
21h
. Os anseios das Cunhãs
. Atadas
. De menino, de menina
. Quem matou Eloá?
DEBATES
Além das duas semanas de exibição, na segunda semana da Mostra,
acontecem dois debates: Brasília Debate Cinema de Mulheres, com diretoras
mulheres de Brasília, para debater o cinema de realizadoras na Capital Federal,
no dia 30 de março; e Debate com Diretoras da Mostra, dia 1 de abril, para
debater a importância de ações voltadas para mulheres no audiovisual e o
processo de produção de seus filmes. Os debates acontecem logo após a sessão
das 19 horas.
SINOPSES
A Mostra exibirá 9 curtas e 6 médias resultantes do Edital
Carmen Santos 2013.
CURTAS
Atadas, de Tarsila Venancio Nakamura.
SP . Documentário
Tendo em vista que submeter-se a agressões de qualquer tipo é,
para a maior parte das pessoas, uma atitude irracional, este documentário
relata depoimentos de algumas mulheres que foram agredidas por seus maridos,
buscando compreender os diversos aspectos que motivaram a decisão de continuar
com eles.
Mulher Movente, de Beatriz Taunay Graça Couto.
RJ . Documentário
O curta propõe um diálogo entre a narrativa poética e imagens
documentais. Uma voz em off narra um texto sobre o feminino que acompanha as
imagens.
Prelúdio, de Julia Peres.
SP . Animação/Ficção
Animação que conta a história de uma menina cuja família é
marcada pela violência e que encontra na música um refúgio.
Como era gostoso o meu príncipe, de Fernanda de Paula Silva.
MG . Ficção
Fábula de uma princesa que, enquanto passeava pelo lago,
encontra uma rã. Esta diz ter sido enfeitiçada por uma bruxa e só voltará a ser
um príncipe se receber um beijo.
A Festa da Joana, de Vera Milhome Vasques.
SP . Ficção
Joana quer fazer uma festa de aniversário temática, decorada com
seu personagem favorito, o Batman. Mas encontra a resistência familiar e de
seus colegas por ter escolhido um tema considerado masculino.
Na minha sopa não, de Mirela Kruel Brilhar.
RS . Ficção
Celeste, ao chegar em casa e fazer uma sopa, se depara com uma
situação de tensão que exige uma escolha, uma ação.
Os anseios das cunhãs, de Regina Lúcia Azevedo de Melo.
AM . Ficção
Um curta sobre a prostituição, violência e exploração femininas,
desencadeadas pelo advento da Zona Franca de Manaus, que motivou a migração
especialmente de meninas do interior do Estado do Amazonas, atraídas pelo sonho
de uma vida melhor na capital. O roteiro é baseado em um poema da jornalista
Regina Melo, que traduziu de forma lírica a relação dessas mulheres com o
ambiente da capital.
Fábulas de vó Ita, de Nilma Thallita Oshiro Meireles e Joyce Prado.
SP . Ficção, com técnicas de
animação
Vó Ita certa vez percebe que sua neta enfrenta problemas de
preconceito na escola que mexem com a sua autoestima. Ela usa sua sensibilidade
e experiência para, através da magia da fábula, mostrar para a menina que não
há nada de errado em ser diferente e que existem infinitas formas de beleza.
Papéis de Adélia, de Ludmilla Rossi de Oliveira.
SP . Ficção
Uma atriz iniciante interpreta Adélia. Anos se passam, sua
carreira vai se consolidando e passando por várias personagens, cada papel
mostra um novo momento da trajetória da mulher na sociedade. Décadas depois,
ela é convidada a atuar novamente em Adélia, mas agora os tempos são outros e a
história está bem diferente.
Ou isso ou aquilo, de Hadija Chalupe da Silva.
RJ . Ficção
Dona Nilzete descobre em uma pesquisa escolar de sua filha que
as estátuas da cidade onde vive são todas dedicadas a homenagear homens. Ela
então se engaja em um projeto político que estabelece que 30% dos monumentos
teriam que representar heroínas locais, dentre índias, duquesas e parteiras.
De menino, de menina, de Angélia Muniz Valente.
SP . Documentário
Ambientado em uma escola pública de educação infantil da cidade
de São Paulo, o filme acompanha crianças de 5 a 6 anos de uma mesma sala de
aula em brincadeiras direcionadas para provocar sua imaginação sobre os papéis
tradicionalmente vinculados a meninos e meninas.
A batalha das colheres, de Fabiana de Lima Leite.
MG . Ficção
O filme conta a história de Salomão, um homem truculento que,
depois de atacar a companheira, foge para a casa da amante: uma mulher que não
cederá aos seus abusos. “A batalha das colheres” é uma revolta protagonizada
pelas mulheres de um pequeno lugarejo que se unem como podem para combater a
máxima de que “em briga de marido e mulher ninguém mete a colher”.
Quem matou Eloá?, de Lívia Perez de Paula.
SP . Documentário
Documentário que propõe reflexão sobre a atuação da mídia
televisiva nos casos de violência contra a mulher. O filme é uma oportunidade
de analisar a cobertura televisiva do sequestro e da morte da jovem Eloá
utilizando as imagens reais transmitidas na época.
Viver de mim, de Juily Jyotsna S. Manghirmalani.
SP . Documentário
Discussão sobre a sexualidade feminina através da visão de seis
entrevistadas mulheres, que possuem as mais diversas formas de expressão
sexual.
Corpo Manifesto, de Julia Bahia Bock e Carol Araújo.
SP . Documentário
Documentário sobre os movimentos feministas do século XXI,
acompanhando todas as etapas da Marcha das Vadias e da Marcha Mundial das
Mulheres, grupos de manifestantes que lutam pela liberdade e pelo respeito às
mulheres.
LONGAS
Elena, de Petra Costa.
Documentário. 12 anos . 2012
Ao viajar para Nova York, Elena segue o sonho de se tornar atriz
de cinema e deixa no Brasil uma infância vivida na clandestinidade, devido à
ditadura militar implantada no país, e também a irmã mais nova, Petra, de
apenas sete anos. Duas décadas depois, Petra, já atriz, embarca para Nova York
atrás da irmã. Em sua busca Petra apenas tem algumas pistas, como cartas,
diários e filmes caseiros. Ela acaba percorrendo os passos da irmã até
encontrá-la em um lugar inesperado.
Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert.
Ficção. 12 anos . 2015
A pernambucana Val (Regina Casé) se mudou para São Paulo a fim
de dar melhores condições de vida para sua filha Jéssica. Com muito receio, ela
deixou a menina no interior de Pernambuco para ser babá de Fabinho, morando
integralmente na casa de seus patrões. Treze anos depois, quando o menino
(Michel Joelsas) vai prestar vestibular, Jéssica (Camila Márdila) lhe telefona,
pedindo ajuda para ir à São Paulo, no intuito de prestar a mesma prova. Os
chefes de Val recebem a menina de braços abertos, só que quando ela deixa de
seguir certo protocolo, circulando livremente, como não deveria, a situação se
complica.
Olmo e a Gaivota, de Petra Costa e Lea Glob.
Documentário. 12 anos . 2015
Olívia (Olivia Corsini) é uma atriz que está ensaiando a peça
"A Gaivota", de Anton Tchekov, quando descobre que está grávida.
Enquanto a produção avança, o bebê dentro dela cresce e um acidente a afasta da
montagem, que tem seu companheiro como protagonista. De repouso em casa por
semanas, ela lida com as bruscas mudanças em sua rotina, seu corpo e sua vida
em geral.
Amor, Plástico e Barulho, de Renata Pinheiro.
Drama. 14 anos . 2013
Shelly (Nash Laila) é uma jovem dançarina que tem o grande sonho
de se tornar cantora de Brega (estilo musical popular do nordeste brasileiro).
Ela entra para o show business em busca de fama e fortuna mas, inserida em um
mundo onde tudo é descartável, incluindo o amor e as relações humanas, ela vai
encontrar grandes dificuldades para atingir a fama. Seguindo os passos de
Jaqueline (Maeve Jinkings), sua companheira de banda e musa inspiradora, ela
pretende virar uma grande cantora de música Brega.
Califórnia, de Marina Person.
Drama. 12 anos . 2014
Início dos anos 1980. Estela (Clara Gallo) é uma adolescente que
vive os conflitos típicos da idade, de identidade, amizade e amor. Ela tem um
ídolo, o tio Carlos (Caio Blat), jornalista musical que vive nos Estados
Unidos. E o maior sonho da menina é visitá-lo na Califórnia, durante as férias.
Os planos dela vão por água abaixo, no entanto, quando ela descobre que é ele
quem está voltando para o Brasil, magro, debilitado por consequência de uma
doença sobre a qual a medicina apenas começava a se debruçar.
De Gravata e Unha Vermelha, de Miriam Chnaiderman.
Documentário. 12 anos . 2015
Transsexuais, transgêneros, adeptos do crossdressing e
entusiastas debatem sobre a construção individual do próprio corpo. Uma defesa
da livre escolha de gênero.
Serviço
Cinema
23 de março a 04 de abril / Quarta a Segunda
Entrada Franca / A senha deve ser retirada na bilheteria 1 hora antes do início de cada sessão
Entrada Franca / A senha deve ser retirada na bilheteria 1 hora antes do início de cada sessão
Confira a programação e
classificação indicativa no site bb.com.br/cultura
==> Foto: Divulgação
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