Ao articular, em 1818, o seu sistema filosófico em O mundo como
vontade e como representação, Arthur Schopenhauer (1788-1860)
contrapôs-se às correntes racionalistas do pensamento ocidental de então.
Em 1844, o autor alemão retorna às mesmas questões metafísicas de sua obra
mais conhecida, agora mais maduro, expressando-se com mais “liberdade e
franqueza”, sem fazer tantas concessões às tradições universitárias, como
revelou em uma correspondência pessoal. O resultado é o Tomo
II de O mundo como vontade..., cuja tradução
direta do alemão, realizada durante cinco anos pelo professor Jair
Barboza, é lançada pela Editora Unesp, reeditando a parceria que resultou
no Tomo
I de 2005.
O Tomo II pode ser entendido como uma nova forma que Schopenhauer encontrou para expor suas ideias filosóficas, aproximando a metafísica da psicologia. Esses “suplementos”, como o autor os denominava, não constituem tão somente uma revisão madura do texto da juventude, mas uma outra obra escrita desde a mesma estrutura, em que aprofunda a noção de representação: de que toda a existência objetiva das cosias depende do ser que as representa.
As refinadas observações psicológicas, observa Jair Barboza na introdução desta edição, ao aprofundarem as teses do Tomo I, chegam até as fronteiras “da vontade como puro ímpeto cego e inconsciente”. Assim, Schopenhauer aprofunda sua tese com respeito à relação entre o racional e o intuitivo, afirmando que “a pura vontade irracional cega e inconsciente” é primária, e a razão, secundária, um mero momento dessa vontade em sua “manifestação cosmológica”. Crítico mordaz das tradições de sua época, Schopenhauer não poupa pensadores consagrados, opondo-se sem concessões a pensadores que, na sua perspectiva, são responsáveis por “corromper” inteligências, entre eles, Hegel, a quem classifica de “charlatão repugnante”.
Schopenhauer percorre uma vasta gama de temas, apresentando reflexões para a filosofia grega, a arte, a sexualidade e a loucura. Em suas observações, dialoga com o conhecimento empírico da época e constitui, desse modo, uma potente contribuição para o pensamento humano, cujos desdobramentos são observáveis por exemplo na psicanálise de Freud, na filosofia da vontade de potência de Nietzsche e na psicologia do inconsciente de Jung.
Título: O
mundo como vontade e como representação, segundo tomo: Suplementos aos
quatro livros do primeiro tomo
Autor: Arthur Schopenhauer
Tradução: Jair Barboza
Número de páginas: 824
Formato: 16 x 23 cm
Acabamento: Capa dura
Preço: R$ 118,00
ISBN: 978-85-393-0598-8
Autor: Arthur Schopenhauer
Tradução: Jair Barboza
Número de páginas: 824
Formato: 16 x 23 cm
Acabamento: Capa dura
Preço: R$ 118,00
ISBN: 978-85-393-0598-8
==> Foto: Divulgação
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