Desde a disputa do Campeonato Mundial 2015, realizado na Holanda, uma
dupla domina o cenário internacional do vôlei de praia masculino. Na
manhã deste domingo (30.08), Alison e Bruno Schmidt (ES/DF) deram mais
uma prova disso e conquistaram a medalha de ouro do Grand Slam de
Olsztyn, na Polônia. O quinto título seguido veio após a vitória sobre
Jake Gibb e Casey Patterson, dos Estados Unidos, por 2 sets a 0 (21/10 e
21/15), em 34 minutos.
O ouro na Polônia deixa a dupla com chances de igualar um importante
recorde de vitórias consecutivas em etapas do Circuito Mundial. A marca
pertence aos também brasileiros Emanuel e Loiola. Na temporada 1999 eles
foram campeões das etapas da Noruega, Itália, França, Áustria, Portugal
e Bélgica em sequência, estabelecendo série que até hoje não foi
alcançada por nenhum outro time.
Antes do triunfo nas areias polonesas, Alison e Bruno já tinham subido
ao lugar mais alto do pódio no Campeonato Mundial da Holanda, no Major
Series de Gstaad (Suíça), e ainda nos Grand Slams de Yokohama (Japão) e
Long Beach (Estados Unidos) - além de terem conquistado o direito de
representar o Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio 2016. Caso vençam o Rio
Open, na próxima semana, igualam Emanuel/Loiola.
Este é o sexto título da dupla em etapas internacionais - além das cinco
conquistas de 2015, eles também haviam vencido a etapa de Klagenfurt em
2014. Em toda carreira, Alison soma agora 17 medalhas de ouro no
Circuito Mundial, enquanto Bruno Schmidt já subiu ao lugar mais alto do
pódio em oito oportunidades.
A vitória rende uma premiação de 57 mil dólares aos campeões, que também
somam 800 pontos no ranking da Federação Internacional de Voleibol
(FIVB) e na corrida olímpica brasileira, onde já não poderão mais ser
alcançados por nenhum time.
"Desde o Campeonato Mundial da Holanda nosso jogo vem fluindo bem,
tiramos muita coisa das costas, muita pressão. E pensando ponto a ponto,
jogo a jogo, as coisas estão acontecendo. O time nos ajudou muito nesse
processo, mas não esperava vencer cinco torneios consecutivos. É muito
bom e mostra que estamos no caminho certo, e devemos continuar assim",
comemorou Bruno Schmidt.
"O Bruno foi perfeito não apenas nesse jogo, mas durante todo o torneio.
Ele foi muito bem no saque, na defesa, ajudou muito nosso time. Acho
que no momento ele é o melhor atleta do mundo. Conquistamos cinco
medalhas de ouro consecutivas, o é perfeito. Nosso time está a cada dia
mais fortalecido, e que venha a etapa do Rio de Janeiro", enalteceu
Alison.
O Jogo
Para alcançar a decisão, Alison e Bruno Schmidt fizeram uma partida de
recuperação pela semifinal diante dos canadenses Chaim Schalk e Ben
Saxton, que haviam eliminado Ricardo e Emanuel ainda pela fase de
oitavas de final. O capixaba e o brasiliense venceram por 2 sets a 1
(19/21, 21/19 e 15/9), em 48 minutos.
Horas depois, a dupla retornou à quadra central para encarar os
norte-americanos Jake Gibb e Casey Patterson - que nunca venceram os
rivais os brasileiros nos quatro confrontos anteriores entre os times. A
partida foi mais uma final entre Brasil x EUA, assim como na etapa
anterior, no Grand Slam de Long Beach, quando os brasileiros venceram
Dalhausser e Lucena.
E os campeões mundiais apresentaram para o público polonês o alto nível
de voleibol que os credenciou a representar o Brasil nas Olimpíadas do
Rio, ano que vem. A parceria conseguiu duas quebras logo no início do
jogo, com Bruno Schmidt, e fez 5/2. Bem na partida, Alison e Bruno
Schmidt não demoraram para impor seu ritmo de jogo e ampliar a vantagem
para 12/5, após o capixaba se agigantar na rede.
Os norte-americanos buscaram a reação, mas Bruno Schmidt deu a resposta
na medida para levar o Brasil em vantagem para o tempo técnico, com
13/8. O "Mamute" seguiu sendo implacável na rede, e anotou vários blocks
consecutivos para encaminhar a vitória no primeiro set, fechado também
no fundamento, com 21/10.
Diferentemente do primeiro, o segundo set começou favorável aos
norte-americanos, que abriram 4/1. Ao natural, os brasileiros igualaram
as ações e empataram o jogo e viraram em 12/11, após grande rally e
largada com estilo de Alison. Era o que faltava para a dupla deslanchar
no placar. Em uma das várias defesas salvadoras de Bruno Schmidt, Alison
anotou o ponto do jogo e fechou o set em 21/15.
A próxima parada é o Open do Rio de Janeiro, de 2 a 6 de setembro, na
Praia de Copacabana. O torneio terá entrada franca à torcida na arena
montada na altura da avenida Princesa Isabel.
Em 2015, o calendário do Circuito Mundial prevê cinco Grand Slams, três
Major Series, dez Opens, o Campeonato Mundial e o World Tour Finals, que
reunirá apenas os oito melhores times da temporada de cada gênero. Cada
torneio possui pontuação e premiação distintas, mas serão distribuídos
ao todo mais de 9,6 milhões de dólares.
BRASIL NO CIRCUITO MUNDIAL 2015:
Open de Praga
Ágatha/Bárbara Seixas - ouro
Duda/Elize Maia - bronze
Grand Slam de Moscou
Larissa/Talita - ouro
Evandro/Pedro Solberg - prata
Major Series de Porec
Larissa/Talita - ouro
Major Series de Stavanger
Evandro/Pedro Solberg - ouro
Juliana/Maria Elisa - ouro
Ágatha/Bárbara Seixas - prata
Grand Slam de São Petersburgo
Ágatha/Bárbara Seixas - ouro
Juliana/Maria Elisa - prata
Fernanda Berti/Taiana - bronze
Campeonato Mundial da Holanda
Ágatha/Bárbara Seixas - ouro
Alison/Bruno Schmidt - ouro
Fernanda Berti/Taiana - prata
Juliana/Maria Elisa - bronze
Evandro/Pedro Solberg - bronze
Major Series de Gstaad
Larissa/Talita - ouro
Alison/Bruno Schmidt - ouro
Fernanda Berti/Taiana - prata
Grand Slam de Yokohama
Alison/Bruno Schmidt - ouro
Ágatha/Bárbara Seixas - prata
Grand Slam de Long Beach
Alison/Bruno Schmidt - ouro
Larissa/Talita - ouro
Grand Slam de Olsztyn
Alison/Bruno Schmidt - ouro
Larissa/Talita - ouro
==> Foto: Denis Ferreira Netto / CBV
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