Após atrasos, cobranças e ritmo acelerado nos canteiros de obras, todos
os seis estádios que serão utilizados na Copa das Confederações
finalmente estão entregues. Maio foi marcado pela inauguração dos dois
últimos da fila: Mané Garrincha, em Brasília, e Arena Pernambuco, no
Recife. No entanto, o último mês também mostrou que ainda há muitos
ajustes a serem feitos para que tudo esteja pronto nos palcos da
competição, que começa em 15 dias. O problema mais grave está na Arena
na Fonte Nova, em Salvador, onde parte da membrana da cobertura se rompeu na última segunda-feira.
Segundo os responsáveis pelo estádio da capital baiana, o motivo do problema foi "erro humano".
Uma lona teria sido enrolada de maneira incorreta na cobertura do
estádio. A falha acabou impedindo o escoamento da água das chuvas,
levando ao rompimento de uma das membranas.
Desde o dia 1º de outubro de 2011, o GLOBOESPORTE.COM publica no início
do mês um panorama com o andamento das obras dos 12 estádios da Copa do
Mundo de 2014, segundo dados divulgados pelos comitês de cada
cidade-sede.
Por conta do estrago na cobertura, operários ainda trabalhavam na Fonte
Nova quando a arena foi entregue esta semana à Fifa e ao Comitê
Organizador Local (COL) da Copa de 2014 para o período de uso exclusivo
da Copa das Confederações, que começa 15 dias úteis antes do primeiro
jogo de cada estádio.
Mas não foi apenas na Bahia que a Fifa recebeu o estádio com operários
ainda trabalhando. Em Brasília, o novo Mané Garrincha foi entregue
faltando a conclusão de 3% das obras. Após dois atrasos, o palco da
abertura da Copa das Confederações foi inaugurado no dia 18 de maio, e recebeu dois jogos: o principal deles, o empate em 0 a 0 entre Santos e Flamengo,
no último fim de semana, pela abertura do Brasileirão (mais de 63 mil
torcedores presentes). O estádio suportou bem os testes, mas apresentou
muitas falhas a serem corrigidas, como como filas na entrada, erros no mapa de assentos e até água fria nos vestiários.
Situação parecida com a da Arena Pernambuco. Último a ficar pronto, o estádio de Recife foi inaugurado no dia 20 de maio, e passou bem por seus dois eventos-teste. Porém, há problemas a serem resolvidos até a Copa das Confederações, especialmente na questão da chegada e saída dos torcedores.
Maracanã: obras no entorno e custo acima de R$ 1 bilhão
Palco das finais da Copa das Confederações e do Mundial, o Maracanã
finalmente chegou a 100% de conclusão. Pelo menos, segundo o governo do
Rio de Janeiro. Apesar de o estádio por dentro estar praticamente
pronto, o entorno ainda tem muitas obras.
Por conta dos trabalhos no entorno, o Ministério Público do Rio pediu à
Justiça o cancelamento do amistoso entre Brasil e Inglaterra, marcado
para este domingo, na reabertura oficial do Maracanã. Uma liminar suspendendo o jogo chegou a ser concedida na última quinta-feira, mas acabou revogada horas depois,
com a apresentação de um laudo da Polícia Militar comprovando as
condições de segurança necessárias para a realização da partida.
Em maio, os custos da reforma do Maracanã também ultrapassaram
oficialmente o valor de R$ 1 bilhão. No início do mês, o governo do Rio
de Janeiro assinou um aditivo que elevou para R$ 1,049 bilhão os gastos
com o estádio.
Inicialmente, a previsão era de que as obras do Maior do Mundo
custassem R$ 600 milhões (Matriz de Responsabilidades da Copa de 2010).
Entre os estádios da Copa de 2014, o custo da reforma do Maracanã só
fica atrás do valor gasto no Estádio Nacional de Brasília Mané
Garrincha, orçado em R$ 1,2 bilhão.
Bancos de reservas sofrerão mudanças
Outro item que ainda precisa ser corrigido nos estádios da Copa das Confederações são os bancos de reserva. Contrariando
uma das exigências do caderno de encargos da Fifa, os seis estádios da
competição contam com desníveis na área dos bancos. Em maio, a entidade confirmou que todos terão que trocar os equipamentos.
Mané Garrincha, Fonte Nova e Arena Pernambuco receberão tablados para
que os bancos de reservas fiquem no nível do campo. Já o Maracanã, o
Castelão e o Mineirão ganharão novos bancos, mas continuarão com os
degraus por conta da visibilidade das primeiras filas da arquibancada.
Apesar dos problemas e dos ajustes a serem feitos, os estádios receberam recentemente elogios do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke. O francês também afirmou em sua última visita ao Brasil, na segunda quinzena de maio, que o país cumpriu a meta estabelecida de entregar seis palcos para a Copa das Confederações.
- Lá no início do trabalho, colocamos duas metas: seis sedes na Copa
das Confederações e 12 na Copa do Mundo. O Brasil, com muito trabalho,
às vezes um pouco de tensão, bons e maus momentos, alcançou o objetivo
com sucesso - disse Valcke.
Arena Corinthians garantida
O mês de maio também foi marcado por polêmica em torno do estádio da
abertura da Copa de 2014 - a Arena Corinthians. Apesar da exigência da
Fifa de que todos os estádios do Mundial estejam concluídos até dezembro
de 2013, o Corinthians trabalhava com a ideia de instalar os 20 mil
assentos temporários da nova arena apenas no início de 2014.
Em visita ao Brasil, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, voltou a
afirmar que o estádio deveria ser totalmente concluído até o fim deste
ano, e levantou a possibilidade mudanças nas sedes. O Corinthians reagiu imediatamente, afirmando que não admitia pressão e deixava a Fifa "à vontade para mudar o local da abertura".
Após a polêmica, uma reunião de emergência foi realizada no Rio de
Janeiro entre Jérôme Valcke e representantes do COL e do Corinthians.
Após o encontro, o estádio do clube paulista foi confirmado como palco da abertura da Copa de 2014.
A Arena Corinthians é a obra mais avançada entre os estádios que estão
sendo construídos apenas para o Mundial. Na última quinta-feira, operários comemoram a marca de dois anos de trabalho em Itaquera, que está com 78% de conclusão.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Editoria de Arte / Globoesporte
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