Os olhos estavam voltados para o gramado do Santiago Bernabéu, afinal, Barcelona e Real Madrid
faziam nesta quarta-feira o primeiro Superclássico de 2013 - e logo por
uma semifinal de Copa do Rei. Mas principalmente dois dos 22 jogadores
em campo atraíam as atenções alheias: Lionel Messi e Cristiano Ronaldo
chegaram ao confronto com pompa de estrelas e futebol de craques, mas
viram então coadjuvantes brilharem no jogo de ida. O empate por 1 a 1,
gols de Fàbregas e Varane, deixam absolutamente nada definido para a
volta, disputada apenas no dia 27 de fevereiro, no Camp Nou - a
igualdade sem gols dá a vaga aos catalães pelos critérios de desempate.
Atlético de Madri e Sevilla iniciam nesta quinta a outra vaga na
decisão.
O fato de ambos os maiores jogadores da atualidade passarem em branco é
caso raro na história do clássico. A última vez em que nenhum dos dois
marcou um gol sequer foi no dia 10 de dezembro de 2011, na vitória do
Barcelona por 3 a 1, também no Bernabéu, pelo Campeonato Espanhol. De lá
para cá as equipes se enfrentaram em sete oportunidades, incluindo a
desta quarta-feira. Merengues e catalães venceram duas vezes cada.
Ironicamente, os autores dos gols apresentaram atuações bastante
distintas. Fàbregas esteve na maioria do tempo abaixo da média e
apareceu de fato em duas oportunidades. Na primeira, após passe de
Messi, marcou o gol que abriu o placar, aos cinco minutos do segundo
tempo. Depois, quando poderia ter ampliado, jogou para fora a possível
assistência do brasileiro Daniel Alves. E acabou "punido" juntamente com
Pedro Rodríguez, outro a desperdiçar chance evidente.
Raphaël Varane, por sua vez, teve uma noite impecável, suportando as
falhas do companheiro Ricardo Carvalho e salvando os merengues na medida
do possível. O defensor francês de apenas 19 anos acabou premiado aos
35, com uma cabeçada certeira em cruzamento de Özil. O lateral-esquedo
Marcelo e o meia Kaká novamente ficaram no banco de reservas e não foram
utilizados pelo técnico José Mourinho.
Um 'lá e cá' diferente
O Barcelona esteve muito perto do gol em duas oportunidades, mas
pode-se dizer que foi do Real Madrid o primeiro tempo no Santiago
Bernabéu. Ávida pelo domínio territorial, a equipe catalã não conseguiu
traduzir a sua já tradicional posse de bola em controle de jogo. Os
merengues não acuaram e, também com duas chances perigosas, quase
abriram o placar. Nenhuma entrou, e o saldo do primeiro superclássico do
ano, ao menos em seus 45 minutos iniciais, foi de zero.
Bom futebol, é claro, houve de sobra. Espalhado desde a grande atuação
do jovem francês Varane na defesa do Real até os já habituais Xavi e
Iniesta, mágicos no meio-campo do Barça. Lionel Messi, apagado, era dono
de partida apenas razoável para os seus padrões.
Apontado como grande rival do craque argentino, Cristiano Ronaldo
queria jogo desde o instante inicial. Logo com um minuto, o camisa 7
escapou em velocidade pela esquerda e foi derrubado por Piqué na entrada
da área. Falta que o próprio cobrou e obrigou Pinto a fazer sua
primeira defesa. A segunda intervenção do substituto de Valdés (como
naturalmente ocorre nos jogos da Copa do Rei) aconteceu aos oito, depois
de cruzamento de Essien que desviou em Jordi Alba.
O Barcelona não estava entregue. Longe disso. Aos nove, Messi fez boa
jogada individual e deixou a bola limpa para Fàbregas. O ex-jogador do
Arsenal preferiu não concluir e acabou perdendo a posse. Três minutos
depois foi a vez de Iniesta dar lindo passe de cobertura para Alba não
aproveitar.
Àquela altura o Barça era melhor em campo. Aos 20, Xavi acertou o
travessão do estreante Diego López em cobrança de falta. E os visitantes
só não abriram o placar na sequência, aos 24, por conta de Varane.
Ricardo Carvalho recuou mal, Messi driblou Diego e rolou para Xavi. O
defensor francês salvou praticamente em cima da linha.
O Real respondeu aos 27, também fruto de uma falha do Barça. Falha
rara, diga-se, cometida pelo sempre regular Xavi. Xabi Alonso recuperou a
bola e acionou Callejón, que de primeira deixou Benzema em boas
condições. O francês concluiu no ar, de direita, e viu a rede lateral se
mexer. Suspiro para os catalães, que viram Pinto ainda salvar aos 37 ao
socar lançamento de Callejón.
Barça sai na frente, perde chances e vê Real igualar
Ainda sem saber quem tomaria conta da etapa final, o Barcelona
aproveitou um vacilo do Real para abrir o placar com cinco minutos.
Callejón não afastou bem a bola, Messi roubou e colocou Fàbregas cara a
cara com Diego. O meio-campista compensou sua atuação abaixo da média e
converteu.
O Real não aparentou qualquer baque emocional, mas a desvantagem fez
José Mourinho mexer duas vezes - Callejón saiu para a entrada de Modric,
enquanto Benzema teve de ser substituído por Higuaín ao se machucar.
Com as novas alterações, os mandantes quase chegaram ao empate em duas
oportunidades: aos 15, em cruzamento de Essien que Cristiano Ronaldo
cabeceou para fora, e aos 21, quando Piqué chegou antes do craque
português em nova tentativa pelo lado direito.
Nenhuma das duas chances, porém, chegaram perto das do nível que o
Barcelona criou através dos contra-golpes. Aos 24 e 27, os culés
perderam gols que poderiam carimbar uma vaga na grande decisão da Copa
do Rei. Primeiro, Xavi lançou Dani Alves, que cruzou para Fàbregas jogar
pelo alto, quase na pequena área. Novamente o camisa 6 foi o
responsável por iniciar a trama na sequência, quando Pedro avançou
sozinho e tocou para fora.
Por ironia do destino, o time de Jordi Roura ainda viu os donos da casa
reagirem de fato, com a bola na rede. Aos 35, num lance à princípio
banal, Özil cruzou da direita e Varane subiu mais alto que a defesa
catalã para igualar, sem chances para Pinto. Ainda houve tempo para
Jordi Alba quase desempatar, aos 43, em finalização defendida por Diego.
Nada definido.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: EFE

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