O ano era 2005. E o
governo de Luis Inácio Lula da Silva. Omais irônico é que os petistas
tinham durante anos e anos se notabilizado pelo discurso da ética e da
moralidade. No dia 15 de maio, o povo brasileiro descobriu um novo
jargão: “mensalão”. Um vídeo amador vazou na mídia mostrando Mauricio
Marinho, um alto funcionário dos Correios, recebendo propina em troca de
favorecimento político, que segundo ele, era coordenado pelo até então
deputado federal, pelo PTB, Roberto Jefferson. Este, um show man
de primeira linha, conseguiu reverter o quadro e de facilitador do
esquema, virou um defensor da justiça e denunciou os envolvidos numa
rede de pagamentos de mesadas em troca de apoio político, que segundo
ele, partia de homens fortes ligados ao presidente Lula. Entravam na
dança José Dirceu, ministro da Casa Civil e braço direito do presidente,
José Genuíno, presidente nacional do PT, Delúbio Soares, tesoureiro do
partido e Marcos Valério, um publicitário que aparentemente era o homem
do dinheiro do esquema.
O governo Lula
estava maculado. Muitos dos envolvidos foram cassados ou exonerados de
seus cargos, para preservar a inocência do homem do povo que se dizia
traído. Era apenas o início de uma novela que depois de sete anos – de
tentativas desesperadas de obstrução da justiça e de farpas entre
políticos – chegou ao seu final.
O esquema, que foi
denominado nos autos do processo, como uma “complexa organização
criminosa” enraizada no governo, usava dinheiro público desviado
principalmente do Banco do Brasil. A organização criminosa tinha três
núcleos, de acordo com a Procuradoria-Geral da República: o
publicitário, sob o comando de Marcos Valério; o financeiro, dirigido
pelo Banco Rural e o político sob a chefia de José Dirceu, à época do
escândalo o todo poderoso ministro da Casa Civil e chamado pelo
presidente Lula de “capitão do time”.
A editora LeYa
lança em novembro “Mensalão”, novo livro do historiador Marco Antonio
Villa. Nesta obra, Villa narra a história do maior esquema de corrupção
da história política do Brasil e o julgamento dos envolvidos no Supremo
Tribunal Federal. Depois de anos de discursos inflamados, discussões,
cassações, choro e desabafo, finalmente essa história chegou ao fim. Os
principais envolvidos no “projeto criminoso de poder” de
“macrodelinquência governamental”, nas palavras do decano do STF , o
ministro Celso de Mello, foram condenados. Venceu a ética e a
democracia. E perderam os mensaleiros e corruptos. Em resumo: quem
ganhou foi o Brasil.
Ficha Técnica
Título: Mensalão – O julgamento do maior caso de corrupção da História Política brasileira
Autor: Marco Antonio Villa
Formato: 16 x 23 cm
Nº de páginas: 392
Preço: R$ 39,90
Sobre o autor
MARCO ANTONIO VILLA
é historiador, com mestrado em sociologia e doutorado em história
social, ambos pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente é
professor do Departamento de Ciências Sociais e do Programa de
Pós-Graduação de Ciência Política da Universidade Federal de São Carlos
(UfsCar). É autor de numerosos livros que têm como tema momentos da
história brasileira, como estudos sobre
Canudos, a queda do
império, o nascimento da república e uma biografia de João Goulart.
Também publicou livros sobre a história do estado de
São Paulo.
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